Rev. Jefferson M. Reinh
Deus criou o homem para o trabalho. Gênesis 2.15 apresenta a expressão “cultivar”como tradução para “trabalhar”. O homem refletiria Deus ao cuidar da criação. Deus criou o homem do pó da terra, e colocou esse homem para cuidar do seu jardim. Deus é o oleiro e o jardineiro. O homem reflete seu Criador ao agir de acordo com o entendimento que fora criado para cuidar, trabalhar, exercer criatividade, proteção, melhorias, e principalmente benefícios da criação, conforme Gênesis 1.26-30.
A visão comum do evangélico típico brasileiro do século 21 é um tanto deficiente da narrativa bíblica do trabalho. Posso citar aqui, rapidamente, algumas questões. A primeira delas é ter uma visão dicotômica, dividida, do trabalho, na qual uma parte de nossa vida é dedicada ao Senhor, com todos os aspectos relativos à vida de fé, igreja etc, e outra que é dedicada ao chamado “mundo diário”, onde lida-se com os valores e conceitos culturais, as disputas e concorrências por benefícios e lucros, o chamado “defender o pão de cada dia”. Assim temos pessoas que são crentes dedicados dentro do âmbito religioso, mas no trabalho cotidiano são pessoas terríveis, predadores, intratáveis.
Outra visão dividida, mais sutil, porém distante da Bíblia, é de crentes que não se vêem vocacionados ou convocados por Deus quando estão em um trabalho para o qual não se prepararam, ou são desvalorizados, mal-tratados, mal-remunerados etc. Alguns cristãos não vêem vocação no trabalho voluntário, ou na maternidade, ou ainda no estudo em si.
Há ainda outros que se dedicam e são trabalhadores “exemplares”, porém, sem uma ética bíblica. Por exemplo, formadores de opinião que treinam, estimulam e fazem seus ouvintes sonharem com o melhor, darem o seu melhor, porém, o objetivo é apenas lucrar e enriquecer com o trabalho do outro, vendendo uma ideia que sabe-se que é ilusória. Esse último grupo é um dos mais vistos ultimamente.
Onde quero chegar? A visão bíblica do trabalho é que fomos criados por Deus para refletir seu Ser em qualquer lugar onde estamos, e isso implica em agir como representante de Deus, ou seja, com o caráter e os valores dEle, em qualquer circunstância em que nos encontremos, para redenção do homem.
Um cristão deve aprender a cada dia sobre Deus, sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo, sobre a pessoa e obra do Espírito Santo, e ser um cristão no seu trabalho. Muito mais do que se imagina na superficialidade de nossos dias, os valores bíblicos são o fermento que está em toda a massa (Mt 13.33), e é impossível separá-lo da produto final. Não somos trabalhadores cristãos, mas somos cristãos que servem a Deus com o trabalho, e também ao próximo e à criação, onde quer que estejamos.
Isso faz com que, de segunda a segunda, busquemos glorificar a Deus, na igreja, no futebol, ou na linha de montagem. Não com pregações ou cânticos (e nada contra isso, nos locais e tempos oportunos), mas com o melhor de nossa vontade, com o testemunho de busca por competência para oferecer o melhor, em todos os sentidos. Também entendendo a visão bíblica, devemos ter que, seja como advogado, engenheiro, ou como faxineiro, mecânico, ou estudante, gari, designer, sendo patrão ou empregado, recebendo boa ou má remuneração, ou talvez nem sendo remunerado, o trabalho deve ser vivenciado em plena vida, alegria, e com objetivo triplo de glorificar a Deus, servir ao próximo e cuidar da criação.
Leia a Bíblia, e pense a respeito. Ótima semana de trabalho!!!
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