Rev. Jefferson Marques Reinh
É verdade que, às vezes, o tempo fecha entre nossas vontades e a vontade do Senhor sobre nós. Não é incomum observarmos que a confissão de que Jesus é o Senhor nem sempre atinge o lugar que deveria ser o primeiro a ser atingido, e transformado, o nosso coração. Cantamos e declaramos que Jesus é o Senhor do Brasil, da nossa cidade, da história, mas nem sempre entendemos que essa declaração só tem sentido se Ele é Senhor da nossa questão mais íntima, dos nossos interesses, da nossa vontade, antes das questões externas a nós.
Pedro, o apóstolo, é um daqueles exemplos que nos colocam nos maiores apertos, pois ele demonstra muito de nós. Pedro ofereceu a maior declaração de um homem sobre Jesus, reconhecendo que Jesus operava os mesmos sinais do Deus altíssimo, então Jesus só poderia ser o “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.15). É a confissão sobre a qual repousa a autoridade da Igreja. Pouco depois, coração ainda quente por este episódio, Pedro, movido por um sentimento bem humano, fala uma palavra até bonita, cheia de sentimento, mas recebe uma das maiores repreensões de Jesus: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt 16.23).
Jesus é o grande holofote que mostra o que temos verdadeiramente no coração. E quando Ele orava percebemos nas suas palavras que Ele revelava os propósitos Trinitários para a redenção da criação, e percebemos também que muitas das suas orações dificilmente ouviriam um “amém” sonoro nos nossos dias. Vejamos: Mateus 6.9, o Senhor nos diz “orareis assim”, e na primeira frase da Oração do “Pai Nosso”, temos “santificado seja o teu Nome”.
Veja que Jesus nos ensina a termos o Nome do Senhor em alta conta, e separado de tudo que é comum. Mas vejamos como os cristãos usam o Nome do Senhor aos quatro ventos, mais como um talismã, uma superstição, mas não com o respeito e dignidade que merece. Logo depois vemos “venha o teu Reino, faça-se a Tua vontade”. Poucos dizem “amém” para essa frase, pois ela declara que abrimos mão do controle e entregamos tudo ao Senhor, e Ele faz o que quiser. Dizemos amém?
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Jesus nos leva a pedir o suficiente para viver, não a abundância, o acúmulo de bens. Simplicidade do Mestre, do Salvador, e a realidade de nosso trabalho está em ajuntar, fazer estoques, acumular mais e mais… mas e a oração de Jesus? Nem sempre dizemos amém.
Há outros exemplos. Mas o que quero compartilhar com você nessas linhas é que devemos compreender bem o que Jesus disse, o que Ele ensinou, o que Ele deixou de exemplo. Jesus nunca negociou com a vontade de Deus. E se dizemos amém para as orações do nosso Salvador, devemos estar prontos para declarar “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” (Mt 26.39).
Coragem!!! Que o Senhor nos ajude!!!