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Rev. Jefferson M. Reinh
Há dias…
Nos quais tenho sensações muito estranhas. A pior delas é a sensação de que sou inútil e sem valor, e que as pessoas que me amam estariam em condições melhores sem a minha presença. Como é valioso, porém, quando me aconchego em ser lembrado que sou amado e importante para minha comunidade de fé, onde Deus me colocou para ser cuidado.
Há dias…
Nos quais estou tão deprimido que não consigo perceber a presença de Deus comigo, não tenho forças para orar, nem mesmo para me derramar em lágrimas diante do Senhor. Seco! Nesses dias sou praticamente carregado, pois quando não consigo orar, é um fio de consolo saber que outras pessoas estão orando por mim, e a fé desses irmãos ajuda a preencher o vazio que há no coração.
Há dias…
Em que estou bem, e desfruto de encontros casuais, amizades, cultos informais nos quais todos nós conversamos uns com os outros e falamos com Deus. Nos últimos tempos, dias assim tem sido raros, mas quando chegam são dias de alívio, leveza e sorrisos sinceros.
Nesses dias, a fé é revigorada, e a alegria de estar no meio daqueles que me apoiam nas horas mais sombrias é plena. Agradeço ao Criador por estabelecer a Igreja como uma comunidade de irmãos que amam desapegadamente.
Há dias…
Que os problemas surgem lancinantes, as respostas dos medicamentos nãos acontecem, os sintomas parecem invencíveis, e a esperança se torna turva e distante.
Nesses dias, mesmo com um sabor meio amargo, as palavras de Jesus, trazidas à memória num sermão ou em momentos de conversas mais retiradas com irmãos mais próximos, aproximam-me novamente da expectativa da eternidade, onde sei que não haverá mais nenhuma lágrima, ou mesmo um sobressalto de medo. Palavras de Jesus são bálsamo no vale de secura do desespero.
Há dias…
Em que estou apoiado pela crença dos cristãos de diferentes épocas e lugares, que sempre professaram a convicção de fé e as certezas da igreja universal. Por vezes, recitar o Credo Apostólico numa igreja mais formal, quando minha voz se confunde com as demais, me expõe à fé dos pais, mestres, mártires, jovens, mães, tantos que, como eu, foram abraçados pela graça divina e regenerados. É a igreja me dizendo que Deus continua presente, mesmo quando me sinto sozinho.
Há dias…
Nos quais Cristo se manifesta poderosamente, e outros em que o silêncio é assustador. Em todos, porém, poder contar com irmãos é confortante. A comunidade da fé é abençoadora e reflete o cuidado e amor de Deus para comigo.
O texto acima é uma adaptação de um depoimento de um pastor e professor de Teologia na Austrália, relatando momentos de crises depressivas que passou e como a Igreja, em vários lugares, foi fundamental como uma comunidade terapêutica, na qual a Palavra de Deus é ensinada e vivida como medicamento primordial para a alma enferma.
Há dias em que somos usados por Deus para ajudar a outros. Mas há dias em que somos necessitados de ajuda. Viva a Igreja, seja disposto a ajudar e ser ajudado. Que Deus nos ajude a cada dia!!!
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