Presb. Eduardo Athouguia

“Criton, eu devo um galo a Asclépio; vais te lembrar de pagar essa dívida?”

Há relatos de que essas teriam sido as últimas palavras proferidas pelo célebre filósofo grego Sócrates, antes de ser executado. Elas revelam uma faceta interessante da personalidade de um dos pais da filosofia, evidenciando sua preocupação, nos últimos minutos de vida, com uma dívida assumida. Mostra-nos, também, um dos porquês desse filósofo ser considerado um exemplo de ética e virtude. Nós, como cristãos, não podemos ter conduta diferente, quando se trata da administração de nossas dívidas financeiras. Lembremo-nos da exortação do apóstolo Paulo em Romanos 13.7: “Pagai a todos o que lhes é devido“.

A educação financeira deve ser entendida como um conjunto amplo de orientações e esclarecimentos sobre posturas e atitudes adequadas no uso e planejamento dos recursos financeiros pessoais e familiares. É a capacidade de saber utilizar o dinheiro como ferramenta para tornar a vida melhor, mais criativa, mais produtiva e mais equilibrada.

Vivemos numa sociedade consumista, que toma o consumo como sinônimo de satisfação. À luz dor princípios bíblicos precisamos fazer essa diferenciação: consumo não é necessariamente satisfação. Viver bem não significa comprar o celular de última geração, e sim desfrutar a vida.

Desde 2008 nosso país vem enfrentando uma crise econômica das mais graves e duradouras de sua história. Uma das consequências dessa triste situação nacional é o agravamento do processo endividamento das pessoas, levando ao aumento da inadimplência.

O processo de endividamento é um círculo vicioso altamente desestabilizador e destrutivo, se aplicando o que diz o salmista: “Um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). Tudo pode começar um descontrole nas compras no cartão de crédito. Então, para quitar o cartão, entra-se no cheque especial (que também tem juros altíssimos). Para cobrir o cheque especial, toma-se empréstimo com desconto em folha. Com o contracheque “descontado”, o dinheiro acaba antes do mês… e apela-se a mais empréstimos, num processo tipo bola de neve.

A fim de se evitar um perigoso endividamento, torna-se necessário observar algumas recomendações. É de suma importância saber o real montante (tamanho) da dívida, para então definir e escalonar as prioridades. A expressão chave é: ESTABELECER PRIORIDADES. O que tem de ser pago primeiro? No escalonamento das prioridades é imperativo que se faça um orçamento, para que se saiba quais as despesas que podem ser suprimidas. Em economia não há mágica. Para sair do endividamento, tem que cortar gastos – apertar o cinto, mesmo! A regra de ouro é gastar somente o que se ganha (aliás, gastar menos do que se ganha, pois é importante manter uma poupança). Você deve estar achando muito simples, não? E é mesmo, na teoria. É uma enganosa simplicidade, pois, como se explica que, não obstante a simplicidade e a trivialidade, tantos não conseguem por essa regra em prática?!

Na pastoral do próximo domingo, veremos alguns princípios práticos aplicados a nossas finanças pessoais, como passos iniciais do caminho rumo ao equilíbrio financeiro familiar, não nos esquecendo de uma importante lição que aprendemos no sermão do último domingo: que precisamos nos alimentar, a cada dia, da verdade, não buscando as ilusões que o mundo tem a nos oferecer, mas aprendendo, de fato, a deleitarmos no Senhor (Sl 37.3,4).

Deus abençoe sua semana!

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tweetmeme][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_googleplus][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

Recommended Posts

No comment yet, add your voice below!


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *