ELA É SALVA OU SALVADORA?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma heresia nunca é formulada e aceita da noite para o dia. Da incompreensão das Escrituras ou das manifestações satânicas, sendo ele o mestre do engano, o pai da mentira, surgem e se consolidam doutrinas contrárias à Palavra de Deus, e que corrompem e destroem a fé genuína em muitas vidas, separando-as do verdadeiro culto a Deus, ainda que lhes mantenha o prazer, a emoção e a devoção, mas numa divindade distante da Bíblia.

Da incompreensão da Igreja Cristã do quinto século quanto à pessoa de Cristo, e sendo a Igreja Cristã já a religião do Império Romano, surgiu uma grande e ofensiva heresia, que insiste em se repetir nos séculos seguintes, sendo reafirmada até os dias atuais.

No ano 431 d.C., na cidade de Éfeso, houve um concílio eclesiástico. Embora o assunto e o desejo fosse defender a fé da heresia nestoriana, que dividia a pessoa de Cristo em duas pessoas separadas, uma expressão daqueles dias abriu uma brecha para algo muito pernicioso entrar na vida da Igreja. Ao afirmar o nascimento virginal de Jesus, usou-se o termo grego “theotokos”, que significa “portadora de Deus”, ou em tradução mais livre “mãe de Deus”.

Embora Jesus de fato seja Deus, totalmente digno de glória e honra como tal, sua encarnação não torna Maria uma divindade. Porém, a Igreja passou, no princípio de forma mais contida, e posteriormente de forma mais ampla, a assumir certa devoção e adoração à Maria. Embora a Bíblia afirma que ela seja agraciada (Lc 1.28-30), a Igreja assumiu erroneamente a expressão “cheia de graça”, ou despenseira da graça, o que é uma prerrogativa divina.

A partir de então a Igreja Católica assumiu outros dogmas absurdos quanto à pessoa de Maria. As ideias não encontradas na Bíblia são: a reza “ave Maria” (1316), a imaculada conceição (1854), a sua virgindade perpétua, a co-redenção, a sua assunção corporal aos céus (1950), o título “Mãe de Deus”, e o culto a Maria. Tudo nasce da pergunta se Maria é salva ou é salvadora. Diz a Bíblia que ela precisou ser salva, pois a própria Maria o afirma: “o meu espírito exulta em Deus meu salvador” (Lc 1.47).

Na Reforma Protestante essa heresia foi combatida, e o texto de Atos 4.12 foi reafirmado. “Somente Cristo”, ou o Solus Christus foi e é um dos cinco pontos da Igreja Protestante no que diz respeito à Salvação. Nenhum outro é digno de ser reconhecido como Redentor. Porém, na Contra-Reforma, e em outros momentos, a Igreja Romana reafirmou Maria como Co-redentora, culminando com as várias expressões e nomes que remetem à “Rainha dos Céus”, como no Brasil, a Senhora Aparecida, celebrada em 12 de outubro.

O que afirmamos, como Reformados?

1) Que a veneração à Maria (hiperdulia) é uma afronta à Trindade (At 10.25, 26; Ap 22.8,9);

2) Que Só Jesus é digno de honra e adoração (Ex 20.3-5; At 4.12; Fp 2.9-11);

3) Que a Igreja Católica Apostólica Romana deve se arrepender dessa heresia, e voltar-se ao entendimento claro das Escrituras Sagradas.

SOLUS CHRISTUS!!!