COMO LIDAR COM AS PERDAS.

COMO LIDAR COM AS PERDAS – JÓ 44.2

Rev. Jefferson M. Reinh

A vida é linda, mas repleta de momentos que nos fazem questionar essa beleza. O maior dos questionamentos vem diante das perdas, principalmente de pessoas ou coisas que amamos muito. O coração é despedaçado. A alma é sufocada a ponto, por vezes, de pensarmos em desistir. Diante de situação tão extrema, algumas atitudes são fundamentais.

1) O luto deve ser vivido – respeitado. Muito comum, diante de alguém que chora, as pessoas dizerem: “não chore, vai passar, foi melhor assim…” Nós devemos aprender a respeitar o choro. A Bíblia nos diz que há tempo de chorar, tempo de prantear (Ec 3.4). Jesus chorou diante da morte de Lázaro, e viram o quanto o amava (Jo 11.35, 36); Davi bradou por seu filho Absalão. O povo no deserto pranteou por seus mortos, e por 30 dias havia silêncio e lágrimas. No luto, mesmo que muito doloroso, há sabedoria sendo trabalhada, as saudades e a falta nos remetem ao valor da vida, agora ausente. Aprendemos que devemos amar mais, estar mais juntos, olhar nos olhos, enquanto é tempo. Somos humanos, carregamos emoções, não julguemos os que estão no luto. Choremos juntos, sejamos ombros amigos. Não é pecado chorar. E ninguém sabe o que se passa de verdade no coração de quem sofre. Uma dor solitária, aguda e profunda.

2) Questionamentos são normais, a questão é o que se faz para resolvê-los. A vida não é uma estrada reta e plana, ela é repleta de curvas, altos e baixos, e muitos buracos. A morte será um grande mistério, até que Jesus venha nos livrar completamente dela. É uma ruptura brutal. Não há problema em se questionar, em buscar respostas. E a paciência dos mais próximos, com carinho e sabedoria, ajuda a alma triste a se ver mesmo limitada, e confiar no Senhor. E isso é o próximo passo. Mas é preciso buscar o recomeço, não permanecer nas perguntas e dores.

3) Deus é soberano. Nosso coração deve ser trabalhado para a realidade. Nossa natureza, e de toda a criação, se encaminha para um dia de ruptura. Deus encerra um período, uma etapa. Deus encerra o sofrimento ou mesmo a alegria. Há um grande propósito nisso. Reconhecer isso nos leva a adorar a Deus, mesmo em meio às lágrimas. Adorar não é riso frouxo, ou apenas dizer “quem está feliz bate palmas”. Adorar é declarar “sou teu, sou tua, Senhor, e minha vida está submissa a Ti”. E o mesmo Deus que rompe etapas, inicia novas etapas. Ele é o Consolador, que nos enxuga as lágrimas (Jo 16.22; Rm 8.26; Ap 21.4).

4) Confiar no Senhor e estar com amigos – Orar, ainda que sem palavras, ler a Bíblia em Salmos, como o Sl 40, nos levam a experimentar o consolo do Espirito. E Deus nos envia amigos. Estar com eles é refrigério para a alma. As boas lembranças devem ser preservadas, as risadas podem ser um bálsamo. Gratidão e sorrisos surgem de boas lembranças, e o desejo de recomeçar vem. A dor é inevitável, mas a reconstrução é uma escolha, uma decisão, um novo processo. Haverá consolo!

(continua na próxima semana…)

ELA É SALVA OU SALVADORA?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma heresia nunca é formulada e aceita da noite para o dia. Da incompreensão das Escrituras ou das manifestações satânicas, sendo ele o mestre do engano, o pai da mentira, surgem e se consolidam doutrinas contrárias à Palavra de Deus, e que corrompem e destroem a fé genuína em muitas vidas, separando-as do verdadeiro culto a Deus, ainda que lhes mantenha o prazer, a emoção e a devoção, mas numa divindade distante da Bíblia.

Da incompreensão da Igreja Cristã do quinto século quanto à pessoa de Cristo, e sendo a Igreja Cristã já a religião do Império Romano, surgiu uma grande e ofensiva heresia, que insiste em se repetir nos séculos seguintes, sendo reafirmada até os dias atuais.

No ano 431 d.C., na cidade de Éfeso, houve um concílio eclesiástico. Embora o assunto e o desejo fosse defender a fé da heresia nestoriana, que dividia a pessoa de Cristo em duas pessoas separadas, uma expressão daqueles dias abriu uma brecha para algo muito pernicioso entrar na vida da Igreja. Ao afirmar o nascimento virginal de Jesus, usou-se o termo grego “theotokos”, que significa “portadora de Deus”, ou em tradução mais livre “mãe de Deus”.

Embora Jesus de fato seja Deus, totalmente digno de glória e honra como tal, sua encarnação não torna Maria uma divindade. Porém, a Igreja passou, no princípio de forma mais contida, e posteriormente de forma mais ampla, a assumir certa devoção e adoração à Maria. Embora a Bíblia afirma que ela seja agraciada (Lc 1.28-30), a Igreja assumiu erroneamente a expressão “cheia de graça”, ou despenseira da graça, o que é uma prerrogativa divina.

A partir de então a Igreja Católica assumiu outros dogmas absurdos quanto à pessoa de Maria. As ideias não encontradas na Bíblia são: a reza “ave Maria” (1316), a imaculada conceição (1854), a sua virgindade perpétua, a co-redenção, a sua assunção corporal aos céus (1950), o título “Mãe de Deus”, e o culto a Maria. Tudo nasce da pergunta se Maria é salva ou é salvadora. Diz a Bíblia que ela precisou ser salva, pois a própria Maria o afirma: “o meu espírito exulta em Deus meu salvador” (Lc 1.47).

Na Reforma Protestante essa heresia foi combatida, e o texto de Atos 4.12 foi reafirmado. “Somente Cristo”, ou o Solus Christus foi e é um dos cinco pontos da Igreja Protestante no que diz respeito à Salvação. Nenhum outro é digno de ser reconhecido como Redentor. Porém, na Contra-Reforma, e em outros momentos, a Igreja Romana reafirmou Maria como Co-redentora, culminando com as várias expressões e nomes que remetem à “Rainha dos Céus”, como no Brasil, a Senhora Aparecida, celebrada em 12 de outubro.

O que afirmamos, como Reformados?

1) Que a veneração à Maria (hiperdulia) é uma afronta à Trindade (At 10.25, 26; Ap 22.8,9);

2) Que Só Jesus é digno de honra e adoração (Ex 20.3-5; At 4.12; Fp 2.9-11);

3) Que a Igreja Católica Apostólica Romana deve se arrepender dessa heresia, e voltar-se ao entendimento claro das Escrituras Sagradas.

SOLUS CHRISTUS!!!