HORA DE PENSAR NO PAPEL DA IGREJA

Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes

A igreja evangélica no Brasil deve refletir sobre os tempos que vivemos em nosso país. São tempos de perplexidade, inquietações e oportunidades. Listei abaixo alguns pontos que penso que devem fazer parte dessa reflexão.

1. Ao que tudo indica, é apenas uma questão de tempo até os valores da visão cristã de mundo, que mesmo superficialmente moldaram a cultura brasileira, sejam excluídos da política, economia, arte, educação e que o paganismo domine essas áreas. Ainda que os evangélicos representem um terço da população brasileira, caminham para perder a guerra cultural sobre aborto, ideologia de gênero, pedofilia, poligamia, e outras questões.

2. As dimensões e a profundidade da corrupção e desonestidade instaladas em todas as áreas do poder político e financeiro no Brasil ultrapassam qualquer esperança de mudança que cristãos fiéis e íntegros possam ter. Uma vez perdida a esperança da instalação dos valores do Reino de Deus aqui no país, devemos perguntar qual o papel da igreja cristã numa democracia corroída pela desonestidade, mentira e ganância, e que é irrecuperável.

3. A igreja evangélica perdeu sua autoridade para profetizar. A teologia da prosperidade ensinada em igrejas neopentecostais lança uma sombra de desconfiança sobre a verdadeira intenção de seus pastores e fundadores e os coloca, diante dos olhos do público, na mesma vala comum dos políticos gananciosos e corruptos. As alas da igreja evangélica que se aliaram e militaram incondicionalmente pelas agendas da esquerda ou da direita perderam todo respeito com a exposição constante dos malfeitos dos que representam tanto um lado como o outro. As igrejas históricas estão paralisadas, algumas delas comidas pelo liberalismo teológico que rouba a pregação do Evangelho de seus púlpitos. A igreja cristã perdeu seu discurso público. Quem sabe, agora, seja a hora dela recuperar sua verdadeira missão e pregar o simples e puro Evangelho de Cristo a ricos e pobres.

4. Um grande fatia dos evangélicos no Brasil estão deixando as denominações históricas e as igrejas pentecostais e neopentecostais e procurando modos alternativos de ser igreja, onde não tenham de se submeter à autoridade espiritual e disciplina moral, onde não haja exigências financeiras e formalidades quanto à membresia. Por um lado, pode representar uma renovação da igreja em sua busca de mais simplicidade, por outro, pode representar um afastamento dos requerimentos bíblicos para a igreja, como acatar liderança espiritual, contribuir financeiramente para a obra de Deus (ajuda aos necessitados e expansão do Reino) e disciplina dos faltosos.

É diante desse quadro pouco esperançoso que oportunidades aparecem, para a igreja refletir sobre seu papel, reformar-se, renovar-se e ser boca de Deus nesse tempo. O Tempora! O Mores!

Fonte: Coalizão Pelo Evangelho

ATA 139 – AGE 18.11.2020

Clique no link e acesse a ata para visualização e download: Ata nº 139 [18-11-20]

Conforme informado na Assembleia Geral, segue o registro dos Atos da Assembleia, para sua apreciação e observações, caso seja seu interesse ou note alguma imprecisão ou incorreção.

Para tanto, você deve enviar uma mensagem para o WhatsApp da Igreja [ (32) 99150-0981 ] com a seguinte redação:

“Onde se lê __ e o texto sobre o qual deseja observar __, sugiro que se altere para ____ e a nova redação sugerida __ .”

As alterações pertinentes serão efetuadas, e a nova redação, com alterações, será publicada na quarta-feira para continuação de apreciações.

Caso não haja observação ou alterações, serão informadas na quarta-feira, e ainda haverá o prazo até sexta-feira, dia 27/11, às 12h, quando então a Ata será repassada ao Conselho da Igreja para arquivo como aprovada.

Agradeço sua atenção e participação.

Deus nos conduza nessa nova etapa.

Rev. Jefferson M. Reinh

Pres. Conselho 1ªIPJF

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Comunicado do Conselho da Primeira Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora

Olá, irmãos, peço sua atenção à CONVOCAÇÃO a todos os membros maiores da nossa igreja para Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

Clique e acesse o documento: Convocação de AGE_2020

Peço encarecidamente que você faça chegar ao maior número de irmãos de nossa igreja esta convocação.

Logo vamos emitir novos comunicados com as orientações para a participação segura de todos, mas já asseguro que sua participação é fundamental.

Leia a convocação, e entre em oração por estes dias.

Deus nos abençoe, grande abraço!

Pelo Conselho,

Rev. Jefferson Marques Reinh

DECLARAÇÃO DE CAMBRIDGE

A Declaração de Cambridge

 

As igrejas evangélicas de hoje estão cada vez mais dominadas pelo espírito deste século em vez de pelo Espírito de Cristo. Como evangélicos, nós nos convocamos a nos arrepender desse pecado e a recuperar a fé cristã histórica.

No decurso da História, as palavras mudam. Na época atual isso aconteceu com a palavra evangélico. No passado, ela serviu como elo de união entre cristãos de uma diversidade ampla de tradições eclesiásticas. O evangelicalismo histórico era confessional. Acolhia as verdades essenciais do Cristianismo conforme definidas pelos grandes concílios ecumênicos da Igreja. Além disso, os evangélicos também compartilhavam uma herança comum nos “solas” da Reforma Protestante do século 16.

Hoje, a luz da Reforma já foi sensivelmente obscurecida. A conseqüência foi a palavra evangélico se tornar tão abrangente a ponto de perder o sentido. Enfrentamos o perigo de perder a unidade que levou séculos para ser alcançada. Por causa dessa crise e por causa do nosso amor a Cristo, seu evangelho e sua igreja, nós procuramos afirmar novamente nosso compromisso com as verdades centrais da reforma e do evangelicalismo histórico. Nós afirmamos essas verdades e não pelo seu papel em nossas tradições, mas porque cremos que são centrais para a Bíblia.

 

SOLA SCRIPTURA: A erosão da autoridade

Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes tem mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.

Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.

A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para a nossa sociedade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensinos, não a expressão de opinião ou de idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.

A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.

Tese 1: Sola Scriptura

Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.

Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.

 

SOLO CHRISTUS: A Erosão da Fé Centrada em Cristo

À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.

Tese 2: Solo Christus

Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.

Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

 

SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho

A Confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores e aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.

A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.

Tese 3: Sola Gratia

Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.

Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.

 

SOLA FIDE: A Erosão do Artigo Primordial

A justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o Evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.

Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas freqüentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apegando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.

Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.

Tese 4: Sola Fide

Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.

Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.

 

SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus

Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.

Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.

Tese 5: Soli Deo Gloria

Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.

Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.

 

Um chamado ao arrependimento e à Reforma

A fidelidade da igreja evangélica no passado contrasta fortemente com sua infidelidade no presente. No princípio deste mesmo século, as igrejas evangélicas sustentavam um empreendimento missionário admirável e edificaram muitas instituições religiosas para servir a causa da verdade bíblica e do reino de Cristo. Foi uma época em que o comportamento e as expectativas cristãs diferiam sensivelmente daquelas encontradas na cultura. Hoje raramente diferem. O mundo evangélico de hoje está perdendo sua fidelidade bíblica, sua bússola moral e seu zelo missionário.

Arrependamo-nos de nosso mundanismo. Fomos influenciados pelos “evangelhos” de nossa cultura secular, que não são evangelhos. Enfraquecemos a igreja pela nossa própria falta de arrependimento sério, tornamo-nos cegos aos pecados em nós mesmo que vemos tão claramente em outras pessoas, e é indesculpável nosso erro de não falar às pessoas adequadamente sobre a obra salvadora de Deus em Jesus Cristo.

Também apelamos sinceramente a outros evangélicos professos que se tenham desviado da Palavra de Deus nos assuntos discutidos nesta declaração. Incluímos aqueles que declaram haver esperança de vida eterna sem fé explícita em Jesus Cristo, os que asseveram que quem rejeita a Cristo nesta vida será aniquilado em lugar de suportar o juízo justo de Deus pelo sofrimento eterno e os que dizem que os evangélicos e os católicos romanos são um em Jesus Cristo, mesmo quando a doutrina bíblica da justificação não é crida.

A Aliança de Evangélicos Confessionais pede que todos os crentes dêem consideração à implementação desta declaração no culto, ministério, política, vida e evangelismo da igreja.

Em nome de Cristo. Amém.

 

Comitê Executivo da Aliança de Evangélicos Confessionais (1996)

Dr. John Armstrong

The Rev. Alistair Begg

Dr. James M. Boice

Dr. W. Robert Godfrey

Dr. John D. Hannah

Dr. Michael S. Horton

Mrs. Rosemary Jensen

Dr. R. Albert Mohler, Jr.

Dr. Robert M. Norris

Dr. R.C. Sproul

Dr. Gene Edward Veith

Dr. David Wells

Dr. Luder Whitlock

Dr. J.A.O. Preus, III

 

Alliance of Confessing Evangelicals

1716 Spruce Street,

Philadelphia, PA 19103 USA

C.S. LEWIS E O CORONAVÍRUS

De certa forma, pensamos demais no coronavírus. “Como devemos viver em uma era pandêmica”? Fico tentado a responder: “Ora, como você teria vivido no século XVI, quando a praga visitava Londres quase todos os anos, ou como você teria vivido na era Viking, quando invasores da Escandinávia poderiam chegar e cortar sua garganta a qualquer noite; ou, de fato, como você já vive em uma era de câncer, sífilis, uma era de paralisia, uma era de ataques aéreos, uma era de acidentes ferroviários, uma era de acidentes automobilísticos”.

Em outras palavras, não vamos começar exagerando a novidade de nossa situação. Acredite em mim, prezado senhor ou senhora, você e todos os que ama já foram condenados à morte antes que o coronavírus fosse espalhado: e uma grande porcentagem de nós morreria de maneiras desagradáveis. Tínhamos, de fato, uma grande vantagem sobre nossos ancestrais – anestésicos; e ainda os temos. É extremamente ridículo continuar choramingando e mostrando rostos desanimados, porque os cientistas acrescentaram mais chances de morte prematura e dolorosa a um mundo que já se arrastava com essas chances e no qual a própria morte não era uma chance, mas uma certeza.

Este é o primeiro ponto a ser abordado: e a primeira ação a ser tomada é nos recompormos. Se todos nós formos destruídos por um vírus, deixe-os nos encontrar fazendo coisas sensíveis e humanas – orando, trabalhando, ensinando, lendo, ouvindo música, banhando as crianças, jogando tênis, conversando com nossos amigos com uma caneca na mão e um jogo de dardos – e não amontoados como ovelhas assustadas pensando em pandemias. O coronavírus pode destruir nosso corpo (um micróbio também pode fazer isso), mas não consegue dominar nossas mentes.


Extraído e adaptado de VoltemosaoEvangelho.com. Todas as palavras em negrito e itálico substituíram as originais do texto.

O CORONAVÍRUS E EU.

Rev. Roberto Carlos F. de Paula

Leitura bíblica: Números 21:1-10. João 3:14-15.

Desejo aqui poder contribuir com uma pequena reflexão sobre este momento de comoção mundial por conta da pandemia do coronavírus.

Quero fazer esta reflexão a partir de dois textos das Sagradas Escrituras que aqui estão expostos acima.

O texto de Números 21:1-10. Relata o fato de que o povo hebraico que havia saído do Egito pelo braço forte de Deus, agora, se rebela, contra esse mesmo Deus, murmurando, reclamando, se queixando, insatisfeitos pelo cuidado que Deus até aqui lhes havia dispensado, Deus responde a este ato insano de seu povo enviando sobre eles serpentes que atacaram o povo trazendo a morte de muitos.

Assim o povo se volta para Moisés, agora não mais com os punhos cerrados contra Deus, mas com os corações quebrantados, arrependidos, convertidos, reconhecendo seu erro, e clamando pela misericórdia de Deus.

Deus percebe a mudança no coração de seu povo e ouve a intercessão de Moisés, e ordena que Moisés faça uma serpente de bronze e coloque sobre uma haste bem alta e todos os que olhassem para essa serpente de bronze seriam curados, e assim foi.

A semelhança do povo de Deus descrito aqui em Números, o ser humano do presente século também não busca sua satisfação em Deus e na sua providência, quando Deus não é expurgado de qualquer momento da vida humana, Ele serve tão somente como aquele que é buscado para dar algo, para fazer alguma coisa, para servir aos desejos e caprichos e necessidades da mente humana.

Da mesma forma que em sua Soberania Deus respondeu a aquela ação leviana do povo no deserto, enviando serpentes abrasadoras, da mesma forma o Deus todo poderoso nos responde hoje ao coração soberbo e altivo, e inconsequente da raça humana permitindo que essa pandemia coronavírus aconteça.

Acredito piamente que Deus aqui e agora, está nos chamando ao arrependimento, a conversão, a confissão de pecados, a nos voltarmos para Ele, com o reconhecimento de que somos tão pequenos que nada podemos fazer diante de tão grande crise espiritual, emocional, relacional, física, econômica, social, causada por um ser tão diminuto como um vírus.

Tenho plena convicção de que é exatamente isso que Deus espera da parte do ser humano, do homem que ele criou, que nos voltemos agora para Ele arrependidos.

Mas a igreja, qual é o papel da igreja nesse momento?

A igreja é composta por pessoas e penso eu, que como igreja devemos seguir as orientações das autoridades a fim de nos protegermos desse contagio e não sermos propagadores do mesmo, todas as ações de autopreservação devem ser tomadas.

Ao mesmo tempo a igreja precisa continuar a ser igreja, ela precisa ser profética, anunciado todo o desígnio de Deus, um Deus Soberano que tem as rédeas da história em suas mãos, um Deus que tem um plano para a humanidade e executa esse plano com êxito, um Deus que prepara o mundo para a vinda de Jesus seu filho, para consumação de todas as coisas nEle.

Ao mesmo tempo a igreja precisa continuar a exercer seu sacerdócio, como igreja precisamos oferecer nossos sacrifícios espirituais pelo povo, nossas orações, vigílias e jejuns, rogando a Deus por sua misericórdia pelos que estão sofrendo, enlutados, enfermos, em pânico, desempregados e etc…

Ao mesmo tempo a igreja precisa continuar a exercer seu ministério de adoração ao Senhor. O cristão sabe que Deus é digno de seu louvor, e por amor, gratidão e comunhão com o Senhor, o cristão deve prestar culto a Deus, com sua vida, testemunho, canções, orações, dízimos e ofertas.

Em João 3:14-15, Jesus reconhece que a narrativa de Números 21:1-10. Foi um fato real e revela que assim como a serpente no deserto foi levantada para cura dos hebreus, assim Ele Jesus será levantado para cura da humanidade.

Olhar para Jesus na cruz é reconhecer o maior fato da história humana, é reconhecer o imensurável amor de Deus por nós, o interesse de Deus por cada ser humano, e seu poder para vencer a morte no terceiro dia nos confirmando a certeza e segurança da vida eterna.

A igreja diferente de todas as demais instituições é a única que proclama a vontade de Deus ao homem desemparado, a igreja é a única instituição que entra no Santo dos Santos para interceder a Deus em prol daqueles que sofrem, a igreja é a única instituição que pode adorar a Deus em Espírito e em Verdade.

Reconhecendo a diferença abismal entre a igreja e as demais instituições que existem, estou convicto de que nosso papel não pode ser apenas o de autoproteção, mas de sermos igreja de Jesus em tempo de calamidades, agência de Deus para o mundo perdido.

Meu convite é para que todos nós, independente de raça, credo ou cor, elevemos nossos olhos e corações para Jesus, nos entregando ao seu amor, confiando em sua graça, nos consagrando a Ele, fazendo a sua vontade e clamando por sua misericórdia.

Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14:8).

O HOMEM QUE NÃO CORRIA AOS DOMINGOS

 

Rev. Eloy H. Frossard

A história das Olimpíadas registra o nome do corredor escocês Eric Liddell, medalhista de ouro na prova dos 400 m rasos nas Olimpíadas de Paris em 1924. O que ela não registra é que Eric era o recordista mundial dos 100 m rasos, e se recusou a correr esta prova porque a mesma seria realizada no domingo, Dia do Senhor. Sua história foi magnificamente contada no filme “Carruagens de Fogo”, ganhador de 4 Oscars.

Depois dessa Olimpíada, Eric abandonou os esportes, com a idade de 22 anos, para ser missionário na China, país onde seus pais haviam servido como missionários sob condições muito adversas na virada do século 19 para o 20.

Sem entrar no mérito se ele fez certo ou não, o que quero destacar é seu desprendimento e sua profunda convicção do chamado de Deus para sua vida. Sem dúvida, ele considerou as glórias que receberia desse mundo e o dinheiro que ganharia como recordista olímpico e mundial, como infinitamente inferiores à glória de dar a sua vida para que o povo chinês ouvisse a gloriosa mensagem do Evangelho de Graça de Deus que está em Jesus Cristo.

Em 1939, quando o Japão invadiu a China, ele enviou sua esposa grávida e duas filhas para o Canadá, mas ele permaneceu na China. Nunca mais viu sua família, pois foi feito prisioneiro de guerra pelo Japão e mantido em uma prisão sob maus tratos até que morreu em 1944, com a idade de 42 anos. Na prisão tornou-se muito querido pelos demais prisioneiros pois estava sempre disposto a servi-los e dirigia cultos e estudos bíblicos para eles. Manteve sempre uma vida devocional de muita oração e meditação na Palavra de Deus.

Sem dúvida, Eric Liddell é um dos modernos mártires da fé cristã. Ele é um daqueles que não amaram o mundo e nem as coisas que há no mundo, porque sabiam que o mundo e sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade do Senhor permanece para sempre (1Jo 2.15-17).

O exemplo de Eric Liddell serve para avaliarmos a maneira como vivemos nossa fé em Cristo. Um jovem que renunciou a tudo que poderia ter neste mundo para servir o reino de Deus na certeza de que “a nossa leve e momentânea tribulação produz em nós eterno peso de glória, acima de toda comparação. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2Co4.17,18).

Que o exemplo de fidelidade desse jovem atleta e de muitos outros registrados na história de igreja, nos leve a fixar nossos olhos na glória eterna que o Senhor Jesus conquistou para nós, e a vivermos uma vida mais comprometida com Deus e com a sua igreja, sabendo que a nossa recompensa está ainda oculta em Jesus Cristo, mas será revelada em sua plenitude na volta gloriosa do Senhor.

Ao Senhor toda honra e toda a glória!

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AS 95 TESES DE LUTERO

As 95 Teses de Martinho Lutero

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde posteriormente veio a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas.


Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.

Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

1ª Tese: Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos…., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2ª Tese: E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3ª Tese: Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.

4ª Tese: Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5ª Tese: O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6ª Tese: O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7ª Tese: Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8ª Tese: Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9ª Tese: Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.

10ª Tese: Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.

11ª Tese: Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12ª Tese: Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13ª Tese: Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.

14ª Tese: Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15ª Tese: Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16ª Tese: Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17ª Tese: Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18ª Tese: Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19ª Tese: Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.

20ª Tese: Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.

21ª Tese: Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

22ª Tese: Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23ª Tese: Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24ª Tese: Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25ª Tese: Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26ª Tese: O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27ª Tese: Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28ª Tese: Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29ª Tese: E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.

30ª Tese: Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.

31ª Tese: Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32ª Tese: Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33ª Tese: Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34ª Tese: Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35ª Tese: Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36ª Tese: Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37ª Tese: Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

38ª Tese: Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.

39ª Tese: É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.

40ª Tese: O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41ª Tese: É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.

42ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.

43ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44ª Tese: Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.

45ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.

46ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.

47ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada.

48ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.

49ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.

50ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51ª Tese: Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.

52º Tese: Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.

53ª Tese: São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.

54ª Tese: Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.

55ª Tese: A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.

56ª Tese: Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.

57ª Tese: Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.

58ª Tese: Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.

59ª Tese: São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.

60ª Tese: Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.

61ª Tese: Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.

62ª Tese: O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63ª Tese: Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.

64ª Tese: Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.

65ª Tese: Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.

66ª Tese: Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.

67ª Tese: As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.

68ª Tese: Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69ª Tese: Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência.

70ª Tese: Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.

71ª Tese: Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.

72ª Tese: Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.

73ª Tese: Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.

74ª Tese: Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.

75ª Tese: Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.

78 ª Tese: Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.

77ª Tese: Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.

78ª Tese: Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.

79ª Tese: Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.

80ª Tese: Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.

81ª Tese: Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.

82 ª Tese: Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima’ caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?

83ª Tese: Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto’ ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?

84ª Tese: Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?

85ª Tese: Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?

86ª Tese: Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?

87ª Tese: Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?

88ª Tese: Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.

89ª Tese: Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?

90ª Tese: Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91ª Tese: Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.

92ª Tese: Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.

93ª Tese: Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94ª Tese: Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95ª Tese: E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

Fonte: Monergismo.com[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tweetmeme][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_googleplus][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

AS 67 TESES DE ULRICH ZWINGLI

As 67 Teses de Ulrich Zwingli de 1523

As 67 Teses do Reformador suiço Ulrich Zwínglio que veio a público em 14 de julho de 1523. Os 67 Artigos de Zuínglio são considerados não somente a primeira confissão reformada, mas a primeira confissão oficialmente protestante. Ao contrário das 95 Teses de Lutero, eles não só abordaram um vasto conjunto de doutrinas e práticas, mas deram considerável atenção a alguns princípios do novo movimento protestante.

O Conselho da cidade de Zurique adotou oficialmente os artigos após a apresentação de Zwínglio em um debate com mais de 600 participantes.

OS ARTIGOS

Eu, Ulrico Zuínglio, confesso que tenho pregado na nobre cidade de Zurique estes sessenta e sete artigos ou opiniões com base na Escritura, que é chamada theopneustos (isto é, inspirada por Deus). Proponho-me a defender e vindicar esses artigos com a Escritura. Mas se não tiver entendido a Escritura corretamente, estou pronto a ser corrigido, mas somente a partir da mesma Escritura”.

DA IGREJA DE DEUS E O EVANGELHO

I. Todos os que dizem que o Evangelho não é válido sem a confirmação da Igreja é calúnia a Deus.

II. A soma e substância do Evangelho é que o nosso Senhor Jesus Cristo, o
verdadeiro Filho de Deus, deu a conhecer-nos a vontade de seu Pai celestial, e tem, com a sua inocência [justiça], nos libertado da morte e reconciliado com Deus.

III. Daí Cristo é o único caminho para a salvação para todos os que já foram, são e serão.

IV. Quem procura ou aponta outra porta erra, sim, ele é um assassino de almas e um ladrão.

V. Portanto, todos que consideram outros ensinamentos equivalentes a ou maiores do que o Evangelho não sabe o que é o Evangelho.

VI. Pois Jesus Cristo é o guia e líder, prometido por Deus a todos os seres humanos, cuja promessa foi cumprida.

VII. Que ele é uma salvação eterna e cabeça de todos os crentes, que são o seu corpo, os quais, porém, estão mortos e não podem fazer nada sem ele.

VIII. A partir deste, segue antes de tudo, que todos os que habitam na cabeça são membros e filhos de Deus, e que é a igreja ou comunhão dos santos, a noiva de Cristo, a Ecclesia catholica.

IX. Além disso, que assim como os membros do corpo não podem fazer nada sem o controle da cabeça, assim também ninguém no corpo de Cristo pode fazer o mínimo, sem sua cabeça, Cristo.

X. Da mesma forma que o homem é louco cujos membros (tentam fazer) fazem algo sem a cabeça, rompendo, ferindo, ferindo a si mesmo; Assim, quando os membros de Cristo empreender algo sem a sua cabeça, Cristo, eles são loucos, e ferir e sobrecarregar-se com as leis insensatas.

XI. Daí, vemos nas clericais (assim chamadas) ordenanças, a respeito do seu esplendor, riquezas, classes, títulos, leis, a causa de toda a loucura, em razão de eles também não concordarem com a cabeça.

XII. Assim, eles ainda (estão) com fúria, não por conta da cabeça (aquele que está ansioso para trazer, nestes tempos, da graça de Deus), mas porque este não os deixará em fúria, mas tenta obrigá-los a ouvir a cabeça.

XIII. Onde este (o cabeça) é ouvido para aqueles que aprendem clara e abertamente a vontade de Deus, e (o) homem é atraído por seu espírito para ele e mudado dentro dele.

XIV. Portanto, todo o povo cristão usará sua melhor diligência para que o Evangelho de Cristo seja pregado de igual forma em todos os lugares.

XV. Pois na fé repousa nossa salvação, e na incredulidade nossa condenação; pois toda a verdade está clara nele.

XVI. No único Evangelho se aprende que as doutrinas e decretos humanos não contribuem na salvação.

ACERCA DO PAPA

XVII. Que Cristo é o único sumo sacerdote eterno, do que resulta que aqueles que têm se chamado sumo sacerdote têm se oposto à honra e ao poder de Cristo, sim, lançam-no fora.

SOBRE A MISSA

XVIII. Que Cristo, havendo se sacrificado uma vez, representa para a eternidade certo e válido sacrifício pelos pecados de todos os fiéis, do que resulta que a missa não é um sacrifício, mas é uma lembrança do sacrifício e garantia da salvação que Cristo nos tem dado.

DA INTERCESSÃO DOS SANTOS

XX. Que Deus deseja dar-nos todas as coisas em seu nome, de onde se segue que fora desta vida que não precisamos de mediador, exceto Ele próprio.

XXI. Que, quando oramos uns pelos outros na terra, nós o fazemos de tal maneira que acreditamos que todas as coisas são dadas a nós por meio de Cristo unicamente.

DAS BOAS OBRAS

XXII. Que Cristo é a nossa justiça, donde se segue que as nossas obras são boas na medida em que são de Cristo, mas na medida em que elas são nossas, elas não são nem certas nem boas.

NO TOCANTE À PROPRIEDADE CLERICAL

XXIII. Que Cristo despreza as posses e a pompa deste mundo, donde se segue que aqueles que atraem riqueza para si mesma em Seu nome difamam-no terrivelmente quando eles fazem dEle um pretexto para a sua avareza e obstinação.

ACERCA PROIBIÇÃO DE ALIMENTOS

XXIV. Que nenhum cristão é obrigado a fazer aquelas coisas que Deus não decretou, por isso se pode comer em todo o tempo todos os alimentos, a partir do que se aprende que o decreto sobre o queijo e manteiga é uma fraude Romana.

SOBRE O FERIADO E PEREGRINAÇÃO

XXV. Que tempo e lugar estão sob a jurisdição do povo cristão e de um homem com eles, daí se aprende que aqueles que fixam tempo e lugar privam os cristãos de sua liberdade.

SOBRE CAPUZES, VESTES SACERDOTAIS E INSIGNIAS

XXVI. Que Deus está descontente com nada mais do que com a hipocrisia; a partir do que se aprende que tudo são grande hipocrisia e devassidão as quais são meros espetáculos diante dos homens. Sob estas condenações caem os capuzes, as insígnias, as placas etc.

SOBRE AS SEITAS

XXVII. Que todos os homens cristãos são irmãos de Cristo e irmãos uns dos outros, e ninguém deverá criar um pai (para si) na terra. Sob esta condenação caem ordens, seitas, irmandades etc.

ACERCA DO CASAMENTO DOS CLÉRIGOS

XXVIII. Que tudo o que Deus tem permitido ou não proibido é justo, portanto, o casamento é permitido a todos os seres humanos.

XXIX. Que todos os que são conhecidos como clérigos pecam quando não se protegem por casamento depois de terem consciência que Deus não os capacitou a permanecerem castos.

SOBRE O VOTO DE CASTIDADE

XXX. Que aqueles que prometem castidade [fora do matrimônio] carregam de forma tola ou infantil muito sobre si mesmos, a partir do que se aprende que aqueles que fazem tais votos erram pela piedade (ou por estar sendo piedoso).

ACERCA DA EXCOMUNHÃO

XXXI. Que nenhuma pessoa especial pode impor a excomunhão de ninguém, exceto a Igreja, que é a [completa] congregação da quais aquelas pessoas que são banidas fazem parte, juntamente com seu guardião, ou seja, o ministro.

XXXII. Que se pode excomungar só o que oferece ofensa pública.

DA PROPRIEDADE ILEGAL

XXXIII. Que a propriedade injustamente adquirida não será dada a templos, mosteiros, catedrais, cleros ou freiras, mas para os necessitados, se esta não puder ser devolvida para o proprietário legal.

DO MAGISTÉRIO

XXXIV. O (assim chamado) poder espiritual não tem justificativa para sua pompa no ensino de Cristo.

XXXV. Mas os leigos têm poder e confirmação da Escritura e da doutrina de Cristo.
XXXVI. Que todo o estado espiritual (assim chamado) que reivindica ter poder e proteção cabe aos leigos, se eles desejam ser cristãos.

XXXVII. Para eles, além disso, todos os cristãos devem obediência, sem exceção.
XXXVIII. Na medida em que eles não dominam o que é contrário a Deus.

XXXIX. Por isso, todas as suas leis devem estar em harmonia com a vontade divina, de modo que eles protegem os oprimidos, mesmo que eles não se queixem.

XL. Eles só podem colocar à morte com justiça, também, apenas aqueles que cometem ofensa pública (se Deus não está ofendido deixe outra coisa ser ordenada).

XLI. Se eles dão bons conselhos e ajuda para aqueles de quem eles devem prestar contas a Deus, então, estes (os que receberam o conselho e a ajuda) devem àqueles (os que prestaram a ajuda) assistência corporal.

XLII. Mas se eles são infiéis e transgridam as leis de Cristo, eles podem ser deposto, em nome de Deus.

XLIII. Em suma, o domínio dos que governam com Deus é tão melhor e mais estável; mas é sempre pior e mais instável aquele que governa de acordo com sua própria vontade.

SOBRE A ORAÇÃO

XLIV. Verdadeiros oradores chamam por Deus em espírito e em verdade, sem grandes alvoroços diante dos homens.

XLV. Hipócritas fazem seu trabalho apenas para poderem ser vistos pelos homens, também recebem sua recompensa nesta vida.

XLVI. Assim, segue-se que o clamor e clamor alto, sem verdadeira devoção, e só por recompensa, estão buscando (isso) ou fama diante dos homens ou (querem somente) ganho.

SOBRE A OFENSA

XLVII. A morte corporal um homem deveria sofrer antes de ofender ou escandalizar um Cristão.

XLVIII. Quem quer que, através de estupidez ou ignorância, for ofendido sem causa, não deve ser deixado doente ou fraco, mas ele deve ser feito forte, a ponto de ele poder não considerar um pecado o que não é um pecado.

XLIX. Maior ofensa que eu saiba que não permitir que sacerdotes tenham esposas, é conceder que eles contratem prostitutas. Para fora toda vergonha!

SOBRE REMISSÃO DE PECADOS

L. Deus somente redime pecados através de Jesus Cristo, Seu Filho e nosso único Senhor.

LI. Quem atribui isto a seres criados diminui da honra de Deus e dá esta a eles que não são Deus; isso é a idolatria verdadeira.

Lll. Consequentemente, a confissão que é feita para o sacerdote ou vizinho não será declarada para ser uma remissão de pecado, mas somente uma procura por conselho.

LMI. Obras de penitência oriundas de conselhos de seres humanos (exceto a excomunhão) não cancelam pecados; elas são impostas como uma ameaça para os outros.

LIV. Cristo tomou sobre si toda a nossa dor e trabalho. Portanto, quem quer que atribuir ao trabalho de penitência o que pertence a Cristo, erra e calunia a Deus.

LV. Quem quer que intente perdoar a um ser penitente qualquer pecado, não deveria ser um vigário de Deus ou de São Pedro, e sim do diabo.

LV. Quem quer que perdoe qualquer pecado somente por razão de dinheiro é o companheiro de Simão e de Balaão e o real mensageiro do mal personificado.

SOBRE O PURGATÓRIO

LVII. As verdadeiras Escrituras Divinas desconhecem o purgatório depois desta vida.
LVIII. A sentença dos mortos é conhecida por Deus unicamente.

LIX. E a menos que Deus nos deixe saber sobre tal assunto, só assim devemos nos encarregar de saber sobre isso.

LX. Que a humanidade clame sinceramente a Deus para mostrar misericórdia para com os mortos eu não condeno, mas determinar um período de tempo para tanto (sete anos por um pecado mortal), e mentir por causa de vantagem, isso não é humano, mas diabólico.

DO SACERDÓCIO

LXI. Acerca da forma de consagração a qual os sacerdotes têm recebido recentemente as Escrituras desconhecem.

LXII. Ademais, elas (as Escrituras) não reconhecem sacerdotes exceto aqueles que proclamam a palavra de Deus.

LXIII. Elas ordenam que a honra deva ser mostrada, a fim de provê-los com comida para o corpo.

SOBRE A CESSAÇÃO DE MAU USO (OU: TRATAMENTO ABUSIVO)

LXIV. A todos aqueles que reconhecem seus erros, não será permitido sofrer, mas sim morrer em paz, e subsequentemente, organizar na maneira cristã, seu legado para a Igreja.

LXV. Àqueles que não desejam confessar, Deus provavelmente tomará conta. Por isso não será usada força contra seus corpos, a menos que seu comportamento seja tão criminoso que não seja possível fazê-lo sem aquela (a força).

LXVI. Todos os clérigos superiores se estabelecerão de uma só vez, e com unanimidade elevar (promover) a cruz de Cristo, e não o dinheiro – cofres, ou eles perecerão, porque eu digo a você que o machado está levantado contra a árvore.
LXVII. Se alguém deseja conversar comigo sobre juros, dízimos, crianças não batizadas ou confirmação, eu estou disposto a responder.

Ninguém aqui empreenda discussões com sofismas ou com insensatez humana, mas que venha para as Escrituras para aceita-las como o juiz (pois as Escrituras exalam o Espírito de Deus), então que a verdade seja encontrada, ou, se encontrada, como eu espero, seja retida. Amém.

Fonte: Casa Editora Reformata[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tweetmeme][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_googleplus][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

DECLARAÇÃO DE CAMBRIDGE – 5 SOLAS

Os Cinco Solas da Reforma

Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria

Declaração de Cambridge

SOLA SCRIPTURA: A Erosão da Autoridade

Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes tem mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.

Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.

A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para a nossa sociedade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensino, não a expressão de opinião ou de idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.

A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.

Tese 1: Sola Scriptura

Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.

Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.

SOLUS CHRISTUS: A Erosão da Fé Centrada em Cristo

À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.

Tese 2: Solus Christus

Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.

Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho

A Confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores e aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.

A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.

Tese 3: Sola Gratia

Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.

Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.

SOLA FIDE: A Erosão do Artigo Primordial

A justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o Evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.

Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas freqüentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apegando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.

Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.

Tese 4: Sola Fide

Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.

Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.

SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus

Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.

Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.

Tese 5: Soli Deo Gloria

Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.

Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.

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