O MILÊNIO DE APOCALIPSE 20 (PARTE 2)

Seminarista Leonardo Oliveira

No último artigo publicado sobre o milênio de apocalipse 20, nós demos uma visão geral das posições a fim de introduzir os conceitos, agora nós vamos observar como foi o desenvolvimento do debate ao longo da história e fazer também uma análise de cada posição segundo a tradição reformada.

Desenvolvimento histórico do debate sobre Apocalipse 20

Robert G. Clouse – e outros [1] – afirma que a discussão acerca do milênio tem estado presente desde o primórdio da igreja, na era conhecida como era dos pais da igreja. Ele aponta que, o premilenismo parece ter sido a interpretação escatológica dominante, o que não prevaleceu mais que três séculos:

Nos primeiros três séculos da era cristã o premilenismo parece ter sido a interpretação escatológica dominante. Entre seus adeptos estavam Papias, Irineu, Justino Mártir, Tertuliano, Hipólito, Metódio, Comodiano e Lactâncio. No quarto século, quando a igreja cristã recebeu uma posição favorável sob o imperador Constantino, a posição amilenista foi aceita. O milênio foi reinterpretado em referência à igreja, e o reinado milenar de Cristo e seus santos foi igualado à totalidade da História da igreja na terra, assim propiciando uma negação de um milênio futuro. O famoso pai da igreja Agostinho articulou esta posição, [de tal forma] que se tornou a interpretação dominante que no Concílio de Éfeso, em 431, crer no milênio foi condenado como superstição. [2]

Entretanto, conforme atesta William J. Grier, que faz um estudo nos escritos desses pais da igreja, nada se lê nos escritos de Clemente de Roma, Policarpo de Esmirna ou Inácio em relação ao milênio, pelo contrário, segundo Grier, nos escritos do que se conhece como “Didaquê”, o que se percebe é a expectativa da manifestação de Cristo, não de um reino milenar:

[O 16º capítulo do Didaquê] ensina a vinda de um Anticristo pessoal, nele chamado “o enganador do mundo.” As provações que ele trará não serão apenas para os Judeus ou os “santos em tribulação”, conforme geralmente afirmam os pré-milenistas, mas para toda a raça humana. E não existe, absolutamente, a menor indicação de um “arrebatamento secreto” antes do início desse período. … O “Didaquê” não faz qualquer alusão a um milênio na terra. Parece claro que se o seu autor tivesse crido nisso, o teria dito.  [3]

Grier prossegue afirmando que nos esquemas escatológicos de Barnabé e Inácio a era atual durará seis mil anos referente aos dias da criação, enquanto que o milênio do governo de Cristo será referente ao dia do descanso, o sétimo dia. Entretanto, segundo o próprio Grier, em nada nos escritos desses homens se tem alguma referência à dupla ressurreição, pelo contrário, o “sétimo dia”, referente ao tempo de governo de Cristo só acontecerá após a restauração de todas as coisas: “De acordo com a Epístola de Barnabé, o sétimo dia não chegará antes de que ‘não haja mais impiedade, e todas as cousas se tenham tornado novas’”. [4]

Ao que tudo indica, foi somente no segundo século que dois nomes foram reconhecidamente premilenistas: Papias e Justino, o Mártir. Contudo, como podemos perceber à luz do credo apostólico (entre 150-250 d.C.), não há nenhuma menção a um reino milenar terreno em tal documento de fé, que nos parece confirmar que esse não era o posicionamento da maioria à época.

No fim do segundo, início do terceiro século, certamente defensores do premilenismo foram os seguidores do Montanismo, movimento cristão fundado por Montano, chamado por Eusébio de Cesareia de “heresia frígida”. Lactâncio foi o único homem digno de nota, no quarto século, que ainda admitiu o milênio.[5]

Robert Clouse afirma que a posição oficial durante esse período fora o amilenismo, mas que durante a Idade Média houve alguns defensores premilenistas, todavia, que desde esse tempo até o período da reforma foram poucos os defensores. No período da reforma mesmo, apenas os anabatistas tinham posições premilenistas. [6]

Durante o século XIX motivos pessoais levaram o ressurgimento do premilenismo, resultando, a partir daí, em sua forma mais recente, o premilenismo dispensacionalista.

Um dos líderes mais influentes nesta época foi Edward Irving (1782-1834), um ministro da Igreja da Escócia que servia uma igreja em Londres, publicou muitas obras sobre profecia e ajudou a organizar as conferências sobre profecia de Albury Park. Esses encontros criaram o modelo para os encontros milenistas através dos séculos XIX e XX. O entusiasmo profético de Irving se espalhou por outros grupos e encontrou firme apoio entre os movimentos dos Irmãos (“Brethen”) de Piymouth.

J. N. Darby (1800-1882), um antigo líder dos Irmãos de Plymouth articulou a perspectiva dispensacionalista do premilenismo. Descreveu a vinda de Cristo antes do milênio consistindo de dois estágios: o primeiro, um arrebatamento secreto removendo a igreja antes da Grande Tribulação devastar a terra; o segundo, Cristo vindo com seus santos para estabelecer o reino. Ele cria também que a igreja é um mistério acerca do qual apenas Paulo falou e que os propósitos de Deus na Escritura podiam ser entendidos através de uma série de períodos de tempo chamados dispensações. No momento de sua morte, Darby havia deixado quarenta volumes de escritos e uns mil e quinhentos congressos realizados, ao redor do mundo. Através de seus livros, que incluem quatro volumes acerca de profecia, o sistema de dispensações foi levado a todo o mundo de fala inglesa. A linha de continuidade desde Darby até o presente pode ser traçada desde seus contemporâneos dispensacionalistas e seguidores […] até os atuais adeptos de seus pontos de vista.’ A extensão de sua influência foi tão vasta que em muitos círculos evangélicos hoje prevalece a interpretação dispensacionalista. [7]

Análise de cada posição sobre Apocalipse 20

Passemos agora à uma análise crítica sobre cada posição:

Premilenismo Histórico

Hoekema refuta a posição premilenista-histórico com os seguintes argumentos: [8]

  1. Apocalipse 20 não fornece prova incontestável para um reinado milenar terreno que se seguirá à Segunda Vinda.
  2. 1 Coríntios 15.23,24 não fornece evidência clara para tal Reino milenar terreno. Paulo aqui não está sugerindo que haverá uma ressurreição de incrédulos mil anos após a ressurreição dos crentes: ele não diz coisa alguma nesta passagem acerca da ressurreição de incrédulos. As palavras do verso 24: “E então virá o fim, quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai”, não implicam necessariamente um longo intervalo de tempo após a ressurreição dos crentes, mas é apenas um modo de dizer que só então, após tudo isso ter acontecido, virá o fim ou a consumação da obra messiânica de Cristo
  3. O retorno do Cristo glorificado e dos crentes glorificados, para uma terra onde ainda existirá, durante o milênio, pecado e morte, violaria a finalidade de sua vinda e, consequentemente, sua glorificação.

Assim, em sua obra A bíblia e o futuro, Hoekema continua:

O milênio dos premilenistas, portanto, é algo como uma anomalia teológica. Não é nem completamente como a era atual, nem completamente como a era porvir. Com certeza, é melhor do que a era presente, mas fica muito atrás de ser o estado final de perfeição. Para os santos ressurretos e glorificados, o milênio é um adiamento agonizante do estado final de glória pelo qual eles aguardam tão ansiosamente. Para as nações rebeldes, o milênio é uma continuação da ambiguidade da era presente, na qual permite ao mal existir enquanto atrasa seu julgamento final sobre ele. [9] – (Grifos meus)

Premilenismo dispensacionalista

Berkhof faz as seguintes objeções ao premilenismo dispensacionalista: [10]

  1. “A teoria se baseia numa interpretação literal dos delineamentos proféticos do futuro de Israel e do reino de Deus, o que é inteiramente insustentável. […]. Os premilenistas afirmam que nada menos uma interpretação e um cumprimento literais satisfarão as exigências [de algumas] previsões proféticas; mas os próprios livros dos profetas já contêm indicações que apontam para um cumprimento espiritual, Is 54.13; 61.6; Jr 3.16; 31.31-34; Os 14.2; Mq 6.6-8”. (Grifos meus)
  2. “A teoria da posposição, assim chamada, que constitui um elo no esquema premilenista, é desprovida de toda a base escriturística. […] Não há absolutamente prova nenhuma de que Jesus pregou dois evangelhos diferentes, primeiro o do Reino e depois o da graça de Deus; à luz da Escritura, esta posição é insustentável. […] Além disso, temos dois povos de Deus, um natural, e o outro espiritual, um terreno, e o outro celestial, como se Jesus não tivesse falado de ‘um rebanho e um pastor’, Jo 10.16, e como se Paulo não tivesse dito que os gentios foram enxertados na oliveira, Rm 11.17”. (Grifos meus)
  3. “Essa teoria também está em flagrante oposição à descrição escriturística dos grandes eventos do futuro, a saber, a ressurreição, o juízo final e o fim do mundo. […]. Não há mais a leve indicação de que estão separados por mil anos, à exceção do que se vê em Ap 20.4-6. […]. Eles apelam para 2 Pe 3.8 “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”. Mas, dificilmente isso poderá provar o ponto, pois facilmente o feitiço poderia virar contra o feiticeiro aqui. Poder-se-ia usar a mesma passagem para prova que os mil anos de Ap 20 são apenas um só dia”. (Grifos meus).
  4. Não há qualquer fundamento bíblico para o conceito premilenista de uma dupla, ou tripla, ou até quádrupla ressurreição, como a teoria requer, nem para espalhar o juízo final por um período de mil anos. […]. Outras passagens falam claramente da ressurreição dos justos e dos ímpios num só fôlego, Dn 12.2; Jo 5.28-29; At 24.15”. (Grifos meus).
  5. “É impossível entender como uma parte da velha terra e da humanidade pecadora poderá coexistir com uma parte da nova terrra e de uma humanidade já glorificadaComo poderão os santos em corpos glorificados ter comunhão com pecadores na carne? Como poderão os santos glorificados viver nesta atmosfera sobrecarregada de pecado e em cenário de morte e decadência? Como poderá o Senhor da glória, o Cristo glorificado, estabelecer o seu trono na terra enquanto esta não for renovada?”. (Grifos meus).
  6. A única base escriturística para essa teoria é Ap 20.1-6, depois de se ter despejado aí um conteúdo veterotestamentário. […]. Uma boa exegese se requer que as passagens obscuras da Escritura sejam lidas à luz doutras mais claras, e não vice-versa. Mesmo a interpretação literal dos premilenistas não é coerentemente literal, pois entende a corrente do versículo 1 e também, consequentemente, a prisão do versículo 2 figuradamente, muitas vezes concebe os mil anos como um longo, mas indefinido período, e transforma as almas do versículo 4 em santos ressurretos”. (Grifos meus).

Conforme observa Hoekema, ao analisar os pontos de Herman H. Hoyt, um dispensacionalista, ele diz: “Hoyt simplesmente pressupõe que Apocalipse 20 ensina um reino terreno de Cristo no milênio e então descobre que este reino terreno é predito na profecia do Antigo Testamento. ” [11]

Pós-milenismo

Da mesma forma, podemos objetar o pós-milenismo sob a análise do mesmo Hoekema, porém, agora em sua obra A Bíblia e o Futuro[12]

  1. As profecias do Antigo Testamento, interpretadas pelos pós-milenistas como se referindo a uma futura era dourada milenar, retratam o estado final da comunidade redimida.
  2. A interpretação pós-milenista comum da grande tribulação de Mateus 24 e da apostasia de 2 Tessalonicenses 2 é injustificada.
  3. A expectação pós-milenista de uma era dourada futura, anterior à volta de Cristo, não faz jus à tensão contínua na história do mundo entre o Reino de Deus e as forças do mal. Na parábola do joio (ou erva daninha), encontrada em Mateus 13.36-43, Jesus ensina que o povo do maligno continuará a existir lado a lado com o povo redimido de Deus até a hora da ceifa.

Berkhof, acrescenta mais dois argumentos: [13]

  • “A ideia fundamental da doutrina […] não está em harmonia com o retrato do fim do século que se vê na Escritura. Ela salienta o fato de que a época imediatamente anterior ao fim será uma época de grande apostasia, de tribulação e perseguição, uma época em que a fé se esfriará a muitos, e em que os que são leias a Cristo serão submetidos a cruéis sofrimentos, e nalguns casos até selarão com seu sangue a sua confissão, Mt 24.6-12, 21,22; Lc 18.8; 21.25-25. 2 Ts 2.3-12; 2 Tm 3.1-6; Ap 13”. (Grifos meus).
  • “A ideia correlata de que a presente era não acabará numa grande mudança cataclísmica, mas passará numa transição quase imperceptível para a era vindoura é igualmente antibíblica”. Berkhof continua argumentando que O milênio não será obra do homem, mas sim de Deus, que implementará o seu glorioso reino eterno.

Amilenismo

A respeito do amilenismo, é interessante observar que é a posição, conforme vimos na sessão desenvolvimento histórico, que mais prevaleceu na história. Desde a era da igreja primitiva, era o posicionamento escatológico comum, destoando com alguns poucos teólogos desde os primórdios da igreja, passando pela época da reforma, alcançando a pós-reforma.

Antes do séc. XIX, com J. N. Darby (1800-1882), o premilenismo não havia alcançado tantos adeptos como nos dias atuais.

Além do testemunho histórico, podemos pontuar o método de interpretação amilenista de Ap. 20. Ao contrário do que fazem os premilenistas, que interpretam a prisão de Satanás de forma simbólica, mas entendem o reino milenar literalmente, os amilenistas, buscando ser coerentes com a forma de interpretação do texto, também interpretam o reino milenar simbolicamente, como o fazem com o relato do aprisionamento de Satanás.

Os amilenistas buscam evidenciar que, uma vez que alegam estar vivendo o milênio, obviamente, é preciso entender que Satanás já está preso – embora, como vimos, para os amilenistas, essa prisão figurada, é uma restrição para enganar as nações, conforme Ap 20.3 “para que não mais enganasse as nações” – assim os amilenistas explicam o atual aprisionamento de Satanás com o texto de Mt 12.29. Hoekema explica:

Haverá alguma indicação, no Novo Testamento, de que Satanás estava preso na época da primeira vinda de Cristo? De fato há. Quando os fariseus acusaram Jesus de expulsar demônio pelo poder de Satanás, Jesus respondeu: “Ou, como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo?” (Mt 12.29). É bem interessante que a palavra utilizada por Mateus, para descrever o aprisionamento do homem valente, é a mesma palavra utilizada em Apocalipse 20 para descrever o aprisionamento de Satanás (o termo grego deo). [14] – (Grifos meus).

Assim, os amilenistas mostram que, entender que o aprisionamento de Satanás de forma figurada significa que, se no tempo do Antigo Testamento ele podia enganar as nações contra as verdades de Deus, agora, por ocasião da primeira vinda de Cristo, sua ação enganadora está restrita.

Além disso, contra o argumento dos premilenistas, de que a segunda vinda de Cristo acontecerá em duas etapas, com a primeira para a inauguração do milênio e a segunda para a inauguração da era porvir, os amilenistas sustentam que Apocalipse, e os demais textos apontam para um reino milenar de Cristo antes de sua vinda, que não será em duas etapas, mas um evento único, e que após a era atual, seguir-se-á a era vindoura, sem nenhuma outra era entre ambas. Mas uma vez tomamos emprestadas as palavras de Hoekema:

O fato de que o Reino milenar, retratado em 20.4-6, acontece antes da Segunda Vinda de Cristo fica evidente porque o juízo final, descrito nos versos 11 a 15 deste Capítulo, é retratado como vindo após o Reino de mil anos. Não somente no livro do Apocalipse, mas também em todo o restante do Novo Testamento, o juízo final está associado com a Segunda Vinda (Apocalipse 22.12; Mateus 16.27; 25.31,32; Judas 14.15; e especialmente 2 Tessalonicenses 1.7-10) Sendo este o caso, fica óbvio que o reinado milenar de Apocalipse 20.4-6 tem de ocorrer antes e não depois da Segunda Vinda de Cristo”. [15] – (Grifos meus).

Portanto, à luz da interpretação de que Satanás já está “preso”, e de que o milênio tem de acontecer antes da volta de Cristo, que será um evento único, parece-nos coerente a posição amilenista comparada com as outras posições.

Conclusão

Como vimos no início, poucos textos tem sido, não apenas divisores de opinião, como ponto de partida para as posições escatológicas como o tem sido o texto de Apocalipse 20.1-6. Basicamente, como podemos ver neste artigo, a maneira como se interpreta esse texto é que define qual posição escatológica é tomada. Diante disso é muito importante compreendermos como é abordado, não apenas o texto, mas como é abordado o livro de Apocalipse como um todo.

A abordagem mais literal, consequentemente, verá o milênio, bem como a prisão de Satanás e o reinado terreno de cristo como literais, principalmente, porque Apocalipse 19, já narra a vitória sobre as bestas e o anticristo, restando ainda o último inimigo.

Uma abordagem, como a do amilenismo que considera o paralelismo progressivo [16] a melhor maneira de se abordar o livro, entende que a vitória de Apocalipse 19 não deve ser entendida como imediatamente antes do milênio, mas entende que enquanto apocalipse 19 encerra a sexta seção do paralelismo progressivo, por sua vez Apocalipse 20 inicia a sétima seção do paralelismo. Isso se assemelha a dizer que ambas as vitórias, em Apocalipse 19 e em Apocalipse 20 são a mesma. Conforme observa Hoekema:

Se, pois, alguém considerar Apocalipse 20 como mostrando o que cronologicamente se segue ao que foi descrito no Capítulo 19, esta pessoa realmente concluiria que o milênio de Apocalipse 20.1-6 virá após a volta de Cristo.

Entretanto… os capítulos 20 a 22 constituem a última das sete seções do livro do Apocalipse e, por essa razão, não descrevem o que se segue na volta de Cristo. Antes, Apocalipse 20.1 nos traz mais uma vez, de volta ao início da era do Novo Testamento. [17]

Portanto, como vimos, o amilenismo parece ser a posição mais coerente em relação ao milênio. Podemos somar vozes com a de Hoekema:

Este Reino milenar não é algo que deva ser aguardado no futuro; ele está acontecendo agora, e durará até que Cristo retorne. Por isso, o termo milenismo realizado é uma descrição apropriada da posição defendida aqui – se lembrarmos que o milênio em questão não é um reinado terreno, mas sim reinado celestial. [18]

Fonte deste artigo: Igreja Presbiteriana de Pinheiros


BIBLIOGRAFIA

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática 3ª Ed Rev. São Paulo. Cultura Cristã. 2009.

HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. São Paulo. Casa Ed. Presbiteriana, 1989.

CLOUSE, Robert G. [Et Al]. Milênio: Significado e interpretação. Campinas, Luz para o caminho. 1990.

HENDRIKSEN, William. Mais que vencedores. São Paulo. Cultura Cristã. 2001.

GRIER, William J. Os pais e o milênio. [Artigo] Disponível em http://www.amilenismo.com/2010/07/capitulo-iii-os-pais-e-o-milenio.html.

Grier, Willaim. J. O maior de todos os acontecimentos: análise do que ensinam as Escrituras acerca da segunda vinda de Cristo. São Paulo: Metodista, 1972.


[1]   Segundo William J. Grier, Charles Feinbeger também afirmava isso. Cf. GRIER, William J. Os pais e o milênio. [Artigo] Disponível em http://www.amilenismo.com/2010/07/capitulo-iii-os-pais-e-o-milenio.html.  Acessado em 05 de junho de 2018

 16 CLOUSE, Robert G. [Et Al]. Milênio: Significado e interpretação. Campinas, Luz para o caminho. 1990. Pp. 9

17   GRIER, William J. [Artigo] Loc. Cit.

[4]   Apud. GRIER, William J. [Artigo]. Loc. Cit.

[5]   GRIER, William. Op Cit.

[6]   CLOUSE, Robert G. [Et Al]. 1990. Pp. 5.

[7]   CLOUSE, Robert G. [Et Al]. 1990. Pp. 11.

[8]   HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. São Paulo. Casa Ed. Presbiteriana, 1989. Pp. 197.

[9]   HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp .198

[10] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática 3ª Ed Rev. São Paulo. Cultura Cristã. 2009. Pp 656. Et. Seqs.

[11] CLOUSE, Robert G. [Et Al]. Milênio: Significado e interpretação. Campinas, Luz para o caminho. 1990. Pp. 95.

[12] HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 191

[13] BERKHOF, Louis. 2009. Pp. 661 Et. Seqs.

[14] HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 244.

[15] HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 242.

[16] Para uma melhor compreensão dessa abordagem de Apocalipse o leitor poderá ver:

HENDRIKSEN, William. Mais que vencedores. São Paulo. Cultura Cristã. 2001. Cap. 4

[17] HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. São Paulo. Casa Ed. Presbiteriana, 1989. Pp.241

[18] HOEKEMA. Op. Cit.  Pp. 250


Sobre o autor: Leonardo William de Oliveira Gomes é Brasileiro, natural de Juiz de Fora – MG, Casado. Cursou o Instituto Bíblico de Teologia Reformada, é bacharelando em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel Da Conceição, seminarista pela Primeira Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora. Membro da Igreja Presbiteriano do Brasil desde 1997, atualmente faz estágio na Igreja Presbiteriana Betel -São Paulo; Pai do Matheus.


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SER CRISTÃO VIROU CRIME?

ristão virou crime?

O que o indiciamento do padre pernambucano tem a ver com você.

Dr. Antônio Carlos Junior

Já escrevemos – e muito – sobre a criminalização da homofobia promovida pelo STF em junho deste ano. Ultrapassando suas competências, o Poder Judiciário se dispôs a legislar, e em matéria criminal. A perseguição religiosa, com isso, tem todos os ingredientes para avançar. E, parece, já começou…

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu inquérito para investigar se o padre Rodrigo Alves de Oliveira Arruda teria adotado conduta de LGBTfobia quando da ministração de uma missa. O motivo? Durante a cerimônia religiosa tal pároco teria solicitado que os fiéis assinassem uma petição com a intenção de pressionar o Senado para a aprovação de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que retiraria o vigor da decisão do STF. No entender do padre, o julgamento do Supremo seria uma mordaça contra entendimentos religiosos e científicos.

Pois bem.

A base para o argumento do padre é, ao mesmo tempo, religiosa e jurídica. Seu receio era de que os cristãos – e as pessoas de modo geral – não pudessem expressar aquilo que pensam quando o assunto envolve LGBTs. Quase numa profecia, seu receio se cumpriu.

De acordo com o que expusemos no livro “Manual Prático de Direito Religioso: um guia completo para juristas, pastores, líderes e membros”, o Supremo fixou três teses na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) n. 26, uma de impacto mais direto ao que nos interessa:

2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero.

Uma leitura desatenta nos faria crer que a liberdade religiosa – e porque não dizermos, a liberdade de expressão em geral – foi respeitada. Mas esse pode ser um ledo engano pelo que consta em sua parte final:

desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero.

Aqui caímos na análise subjetiva do discurso de ódio, especialmente quando temos por referência o conceito de discriminação. Aliás, precisamos deixar claro que os cristãos, em sua imensa maioria, não são hostis ou violentos contra esse grupo. Ainda, a decisão não atinge apenas homossexuais e transexuais, mas todos os caracterizados como LGBTQI+, abrangendo travestis, bissexuais, queer, intersexos…

Nesse ponto, vale recordar que algumas igrejas protestantes, ou mesmo a Igreja Católica, não admitem mulheres ao sacerdócio. Esse fato é discriminatório? Segundo os dicionários, discriminar significa perceber diferenças, distinguir, colocar à parte por algum critério. O que as igrejas fazem é, a partir de aspectos teológicos, separar situações por conta de suas particularidades.

E se revela interessante que nossa Constituição coloca homens e mulheres num patamar de igualdade (art. 5º, caput e inciso I), mas nem por isso há decisões judiciais obrigando que as igrejas mudem seus posicionamentos quanto à consagração de mulheres.

Voltando ao caso em tela, expor uma interpretação religiosa da conduta LGBT, ou jurídica da decisão do STF, em nenhuma instância pode ser caracterizado como discurso de ódio. Desta feita, a simples abertura de inquérito no caso já não merece prosperar.

Se aceitarmos o indiciamento do padre pernambucano abriremos as portas para uma ferrenha perseguição aos cristãos. E você, caro leitor, pode ser a próxima vítima, ou melhor, o próximo criminoso.


Autor: Antônio Carlos da Rosa Silva Junior é Doutor e Mestre em Ciência da Religião (UFJF), Especialista em Ciências Penais (UNISUL) e em Direito e Relações Familiares (UNIVERSO), e Bacharel em Direito (UFJF) e em Teologia (CESUMAR). Presbítero na Quinta Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora / MG, há vários anos estuda os possíveis relacionamentos entre o Estado e as religiões.

Criador do canal Direito e Religião no YouTube e coordenador do site www.direitoereligiao.com.br, é autor e organizador de vários livros, incluindo sua mais recente obra, “Manual Prático de Direito Religioso: um guia completo para juristas, pastores, líderes e membros“.

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O MILÊNIO DE APOCALIPSE 20 (PARTE 1)

Seminarista Leonardo Oliveira

O reino milenar de Cristo é literal ou simbólico? Acontecerá no céu, ou será na terra? Os crentes que julgarão com Cristo são apenas os mártires ou todos os crentes? Perguntas como estas estão todas relacionadas ao milênio.

Poucos textos nas Escrituras trazem tamanha divergência na interpretação como o de apocalipse 20.1-6. Numa primeira leitura, despreocupada e descompromissada, aparentemente, o texto descreve um período de tempo em que Cristo exercerá um governo terreno de mil anos. Durante esses mil anos, Satanás será preso, e alguns crentes – os quais não sabemos quem são – se assentarão em tronos, tendo autoridade para julgar. Se os crentes decapitados por causa do testemunho de Cristo não são os mesmo que se assentarão em tronos, então temos dois grupos que reinarão com Cristo durante o milênio. Além disso, é dito que, após o milênio será necessário soltar Satanás; felizes e santos são os que tem parte na primeira ressurreição, além de que não estarão mais submissos à morte.

Se fosse fácil assim, nenhum problema teríamos dessa passagem, entretanto, nenhuma posição acerca desse texto o trata assim. Sempre é necessário se fazer um estudo do texto, e numa análise mais atenciosa perceberá que há muito que se explorar na passagem.

Neste artigo veremos as quatro posições milenistas – a saber, premilenismo histórico, premilenismo dispensacionalista, pós-milenismo e amilenismo – e como cada uma delas responde perguntas como as que fizemos.

Desenvolvimento

A – Diferentes Posições Sobre o Milênio

Premilenismo Histórico

A primeira posição sobre o milênio que iremos analisar é o premilenismo histórico. Na concepção de Irineu, um dos pais da igreja, o mundo atual durará seis mil anos, referentes aos seis primeiros dias da criação, enquanto que o milênio do governo de Cristo será referente ao dia do descanso, o sétimo dia. Nesse período (o milênio), Cristo reinará, Jerusalém será restaurada, a terra dará seu fruto com rica abundância, seguindo-se então o juízo final. [1]

Inicialmente, adotando uma abordagem mais literal do texto, o premilenismo histórico crê num reino milenar de Cristo e seus crentes aqui na terra. Isso ocorrerá antes da era vindoura, daí o nome premilenismo. Os fiéis que tiverem sido mortos, ressuscitarão por ocasião da volta de Cristo, e os vivos receberão corpo glorificado. Os premilenistas históricos creem que os sinais da volta de Cristo irão precedê-la, e que por ocasião dessa volta os crentes vivos serão arrebatados para um encontro com Cristo nos ares. Para eles, durante o reino milenar terreno a morte e o pecado ainda existirão, mas com seu grau de influência mínimo sobre os homens.

Embora, diferente dos premilenistas dispensacionalistas, os premilenistas históricos creem na volta de Cristo como evento único, ainda assim, creem também em uma dupla ressurreição, onde os salvos ressuscitarão na vinda de Cristo, para participarem do reino milenar, enquanto que os infiéis ressuscitarão ao final do milênio, para seguirem ao juízo final. Anthony A. Hoekema, teólogo reformado, em seu livro “A Bíblia e o Futuro“, mostra como George Eldon Ladd, um dos proponentes do premilenismo histórico, defende a dupla ressurreição com base na 1ª carta de Paulo aos coríntios:

Ladd encontra mais apoio para seu ensino em 1 Coríntios 15.23-26, embora ele admita que esta passagem não fornece prova conclusiva para um milênio terreno. Ele apela especialmente para os versos 23 e 24: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias, depois (epeita) os que são de Cristo, na sua vinda. E então (eita) virá o fim (telos), quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai…” De acordo com Ladd, Paulo retrata aqui o triunfo do Reino de Cristo realizado em três etapas. A primeira etapa e a ressurreição de Cristo. A segunda etapa ocorre na Parousia, quando os crentes são ressuscitados. Então vem o fim, quando Cristo entrega o Reino a Deus Pai; esta é a terceira etapa. Uma vez que há um intervalo significativo entre a primeira e a segunda etapas, não parece improvável que haja também um intervalo significativo entre a segunda e a terceira etapas. [2]

Assim, algumas das características básicas do premilenismo é sua defesa de uma dupla, às vezes até tripla ressurreição, e do reino milenar (literal ou não) sobre a terra. Para seus defensores, Cristo inaugurará um período de reinado, cujo o tempo será marcado por uma significativa paz e prosperidade.

Premilenismo Dispensacionalista

O premilenismo dispensacionalista é relativamente uma posição recente e teve seu início na época de John Nelson Darby (1800-1882) [3]. Basicamente, ambos premilenismos – histórico e dispensacionalista – adotam linhas semelhantes de interpretação, entretanto, algumas diferenças são marcantes. Conforme observa George Eldon Ladd, teólogo premilenista histórico conforme vimos, “A primeira condição sine qua non do dispensacionalismo é a distinção entre Israel e a Igreja”. [4]

Tal método de interpretação se dá à luz da abordagem bíblica, uma mistura de alianças e dispensações, conforme observa Louis Berkhof, teólogo reformado do séc. XX:

Deus trata o mundo da humanidade no transcurso da História com base em diversas alianças e conforme os princípios de sete dispensações diferentes. Cada dispensação é distinta, e cada uma delas representa uma diferente prova para o homem natural; e desde que o homem não consegue vencer nas sucessivas provas, cada dispensação acaba num juízo. […] (a teocracia em Israel) se seguisse o caminho da obediência poderia ter crescido em poder e glória, mas, em resultado da infidelidade do povo, foi finalmente derrotada, e o povo foi levado para o exílio. Os profetas predisseram essa derrota, mas também trouxeram mensagens de esperança e inspiraram a expectativa de que nos dias do Messias Israel tornaria ao Senhor com vero arrependimento, o trono de Davi seria restabelecido com inexcedível glória, e até os gentios participariam das bem-aventuranças do reino futuro. Mas quando o Messias veio e se ofereceu para estabelecer o Reino, os judeus deixaram de mostrar o requerido arrependimento. O resultado foi que o Rei não estabeleceu o Reino, mas se retirou de Israel e foi para um país distante, pospondo o estabelecimento do reino, até o seu regresso. Contudo, antes de deixar a terra, fundou a igreja, que nada tem em comum com o Reino, e da qual os profetas nunca falaram… desta igreja, Cristo não é Rei, mas a Cabeça divina”. [5] – (Grifos meus).

Assim, uma vez que o homem é incapaz de responder satisfatoriamente a cada aliança que Deus fez com ele, dá-se início a uma nova aliança, e portanto, uma nova dispensação começa. É desse ponto de vista que advém a distinção entre igreja e Israel. De tal distinção, portanto, que não ocorre no dispensacionalismo histórico, surge um método de interpretação cuja a escatologia difere em alguns pontos. Mais uma vez podemos evocar as palavras de Berkhof:

A volta de Cristo agora é iminente, isto é, ela pode vir a qualquer momento, pois não há eventos preditos que devam precedê-la. Contudo, sua vinda consiste de dois eventos distintos, separados um do outro por um período de sete anos. O primeiro deles será a parousia, quando Cristo aparecerá nos ares para encontrar-se com os santos… No fim do período de sete anos, dar-se-á a “revelação”, isto é, a vinda do Senhor, agora não para os seus santos, mas com eles. As nações existentes serão julgadas (Mt 25.31), e as ovelhas serão apartadas dos cabritos; os santos que morreram durante a grande tribulação serão ressuscitados; o anticristo será destruído; e Satanás será preso por mil anos […]. Após o milênio, Satanás será solto por breve lapso de tempo, e as hordas de Gogue e Magogue juntarão forças contra a cidade santa. Todavia os inimigos serão devorados pelo fogo do céu, e Satanás será lançado numa cova sem fundo, precedido pela besta e pelo falso profeta. Depois desse curto período de tempo, os ímpios ressuscitarão e comparecerão a juízo, perante o grande trono branco, Ap 20.11-15. E então haverá novos céus e nova terra.” [6] – (Grifos meus).

Portanto, a interpretação feita pelos dispensacionalistas crê que a “primeira parte” da segunda volta de Cristo não precisará ser antecedida pelos eventos descritos nas Escrituras como sinais do tempo da sua vinda (Cfm. Mt 24.1-55), ela pode acontecer a qualquer momento. Nessa ocasião, ainda na primeira parte de sua segunda vinda, cristo arrebatará a igreja, que não passará pelos sete anos de tribulação. Durante esse tempo de tribulação e após, durante o milênio, Israel se converterá, e o relacionamento de Deus com seu povo do Antigo Testamento será restaurado. Cristo regerá as nações com mãos de ferro a partir do monte santo. Ao final do milênio, quando satanás, enfim, for solto, tentará contra Cristo e seu povo, mas será definitivamente derrotado, dando início assim, a aquilo que chamamos de era vindoura.

Pós-Milenismo

Se as duas primeiras posições se assemelham, e ao mesmo tempo se diferem uma da outra, o mesmo pode ser dito entre as duas próximas. Na maioria das vezes, os premilenistas – históricos e dispensacionalistas – tendem a se comunicar melhor entre si, assim como os pós-milenistas e amilenistas.

Em geral, o pós-milenismo afirma que o retorno de Cristo será depois do milénio.  Geralmente os pós-milenistas creem que o reino milenar não se trata de um período de tempo literal, mas de um reinado literal não-terreno, quando, por meio da disseminação do evangelho, adentraremos uma era dourada, que ocorrerá progressivamente. Também podemos dividir o pós-milenismo sob duas perspectivas, uma antiga e outra mais recente. Berkhof observa que, em relação ao pós-milenismo antigo:

Embora suas exposições diferissem nalguns pormenores, a ideia predominante era que o Evangelho, que se propagará gradativamente pelo mundo todo, no fim se tornará imensuravelmente mais eficiente do que no presente e introduzirá um período de ricas bênçãos espirituais para a igreja de Jesus Cristo, uma idade de ouro em que os judeus também compartirão as bênçãos do Evangelho de maneira sem precedentes […], a idade de ouro da igreja, segundo se diz, será seguida por um breve período de apostasia, um terrível conflito entre as forças do bem e do mal, e pela ocorrência simultânea do advento de Cristo, da ressurreição geral e do juízo final. [7]

O pós-milenismo chamado moderno, aparentemente, é mais audacioso, pois acredita que a era dourada da igreja, também ocorrerá por meio da propagação do evangelho, entretanto, diante do empenho dos crentes em proclamá-lo, o que demanda certo esforço (e por que não crédito?) dos homens. Essa declaração de Shirley Jackson Case nos ajuda a entender como pensa um pós-milenista moderno:

Continuaremos buscando a Deus para introduzir uma nova ordem por meios catastróficos, ou assumiremos a responsabilidade de produzir o nosso próprio milênio, crendo que Deus está operando em nós e em nosso mundo o querer e o fazer para o seu beneplácito? [8] – (Grifos meus).

Ele mesmo dá a resposta nos parágrafos seguintes:

O curso da História exibe um longo processo de luta de evolução pelo qual a humanidade como um todo eleva-se cada vez mais na escala da civilização e da consecução, melhorando sua condição de quando em quando mediante sua maior habilidade e evangelho. Vista segundo a longa perspectiva das eras, a carreira do homem tem sido de real ascensão. Em vez de piorar, vê-se que o mundo melhora constantemente. […] desde que a História e a ciência mostram que o melhoramento é sempre resultado de esforços de realização, o homem acaba imaginando que os males ainda não vencidos haverão de ser eliminados por estrênuos esforços e reforma gradual, e não pela intervenção catastrófica da Divindade. […] as moléstias devem ser curadas ou evitadas pela habilidade do médico, os males da sociedade devem ser remediados pela educação e pela legislação, e as desgraças internacionais devem ser impedidas pelo estabelecimento de novos padrões e novos métodos de tratamento medicinal, e não por uma aniquilação repentina. [9] – (Grifos meus).

Além disso, também há divergências entre os pós-milenistas acerca de como será o reino milenar, e quem serão os que reinarão com Cristo. Sobre isso, Hoekema diz:

Benjamim B. Warfield, geralmente alistado entre os pós-milenistas, afirma que Apocalipse 20.1-6 descreve o aprisionamento de Satanás durante a era atual da Igreja, e o Reino das almas dos crentes mortos com Cristo nos céus durante a presente era. Em sua obra mais recente sobre o assunto, Loraine Boettner concorda com a interpretação de Warfield sobre esta passagem. Portanto, estes dois pós-milenistas adotaram a interpretação amilenista comum acerca dos seis primeiros versos de Apocalipse 20. J. Marcellus Kik, entretanto, mesmo concordando que o aprisionamento de Satanás esteja acontecendo no tempo presente, afirma que a expressão – “e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” – se refere aos crentes que vivem agora sobre a terra. De acordo com Kik, a “primeira ressurreição” (v.6) significa a regeneração destes crentes enquanto eles estão vivendo na terra, e os tronos do verso 4 são interpretados como um modo figurativo de descrever o reinado do povo de Cristo com ele agora sobre a terra. Normm Shepherd, também um pós-milenista, sustenta, que o aprisionamento de Satanás ainda é futuro. No entanto, ele concorda com Kik ao interpretar a “primeira ressurreição” como se referindo à regeneração. Ele também interpreta o “viver e reinar com Cristo” como descrevendo a vida presente dos crentes sobre a terra” [10] – (Grifos meus).

Para finalizarmos, podemos perceber também que, para os pós-milenistas a prisão de Satanás será simbólica, mas que para alguns ela já aconteceu, e para outros, essa prisão ainda vai acontecer, gradualmente, à medida que o evangelho progredir. Assim, a influência de Satanás não será totalmente anulada, mas diminuirá potencialmente. Muitos pós-milenistas também creem que, em relação aos sinais do tempo, pelo menos a tribulação e apostasia já passaram, e os outros sinais ocorrerão gradativamente. Ao contrário dos dispensacionalistas, creem que a volta de Cristo será um evento único, a ressurreição será geral, seguindo então o Juízo final, e a era vindoura, Céu e Inferno.

Amilenismo

Inicialmente precisamos dar a devida atenção ao termo amilenismo. Hoekema observa que o termo pode não ser o ideal:

O termo amilenismo não é muito feliz. Ele sugere que os amilenistas ou não creem em nenhum milênio ou, simplesmente, ignoram os primeiros seis versos de Apocalipse 20, que falam de um reinado milenar. Nenhuma destas duas declarações é correta. Embora seja verdadeiro que os amilenistas não crêem em um reinado terreno literal de mil anos, que se seguiria à volta de Cristo, o termo amilenismo não é uma descrição acurada de sua posição. [11] – (Grifos meus).

Hoekema diz isso pois, na concepção dele, todo amilenista crê em um reino milenar de Cristo, entretanto, não literal e não terreno. Contudo, ao lermos Berkhof, teólogo também amilenista, em sua Teologia Sistemática, podemos perceber que este não tem nenhum problema com o uso do termo, e nem mesmo, pelo que parece, se constrange de ser acusado de não crer em um milênio:

Alguns que esperam um milênio no futuro afirmam que o Senhor voltará antes do milênio e, portanto, são chamados de premilenistas; ao passo que outros acreditam que a sua segunda vinda ocorrerá após o milênio, e daí, são conhecidos como pós-milenista. Numerosos são, porém, os que não creem que a Bíblia autoriza a expectativa de um milênio, sendo costume falar deles como amilenistas. Como o nome indica, o conceito amilenista é puramente negativo. afirma que não há base suficiente para a expectação de um milênio e está firmemente convencido de que a Bíblia favorece a ideia de que à presente dispensação do reino de Deus seguir-se-á imediatamente o reino de Deus em sua forma consumada e eterna. [12] – (Grifos meus).

Isto posto, adotaremos a linha de amilenismo apresentada por Hoekema e seus pares, que parece ser a mais comum, crendo sim num reino milenar não literal nem terreno, não desprezando, todavia, a erudição de Berkhof.

O amilenismo, assim observado, é a posição teológica que crê que o milênio de Apocalipse 20, é vivido por todos os crentes desde que Cristo derrotou Satanás no deserto. Nesse sentido, como já faz quase 2 milênios que isso aconteceu, obviamente, os amilenistas não interpretam tal milênio como literal, mas simbólico.

Uma vez que o número dez significa totalidade, e uma vez que mil é dez elevado à terceira potência, podemos considerar a expressão “mil anos” como indicando um período completo, um período muito longo de duração indeterminada.[13]

Interessante observar é que os amilenistas creem que os crentes que reinarão com Cristo não são os que estão vivos atualmente, mas os mártires que deram suas vidas pela fé que tinham em Cristo. O reino milenar, então, não ocorre na terra, como pensam os pós-milenistas, mas no céu, com os tronos dos mártires. Isso significa que aqueles que morreram em Cristo já estão experimentando bênçãos espirituais nas regiões celestiais.

Em relação à prisão de Satanás, os amilenistas igualmente a interpretam como simbólica, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, essa prisão não anula toda a ação de satanás, mas restringe a sua atuação como o “enganador das nações”. [14]

Para o amilenismo os sinais da vinda de Cristo aumentarão à medida que tal vinda se aproxima, e tal vinda se dará em um evento único, pensamento alinhado ao premilenismo histórico e pós-milenismo.

Entre tais sinais estão a manifestação do iníquo, a perseguição cada vez maior à igreja, o evangelho aos gentios, além de sinais da natureza.

 A ressurreição será geral; o arrebatamento será um cortejo da igreja com Cristo nos ares, de onde retornarão à terra para darem início ao juízo final, e assim, à era vindoura, seguindo-se céu para os salvos e inferno para os não-eleitos.

Fonte deste artigo: Igreja Presbiteriana de Pinheiros


[1]   BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática 3ª Ed Rev. São Paulo. Cultura Cristã. 2009. Pp 654.

[2]   HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. São Paulo. Casa Ed. Presbiteriana, 1989. Pp. 195.

[3]   HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 198.

[4]   CLOUSE, Robert G. [Et Al]. Milênio: Significado e interpretação. Campinas, Luz para o caminho. 1990. Pp. 18.

[5]   BERKHOF, Louis. 2009. Pp. 655.

[6]   BERKHOF, Louis. 2009. Pp. 655.

[7]   BERKHOF, Louis. 2009. Pp. 660

[8]   Apud. Loc. Cit.

[9]   Ibid. Loc. Cit.

[10] HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 189

[11] Loc. Cit.

[12] BERKHOF, Louis. 2009. Pp 653

[13] HOEKEMA, Anthony A. 1989. Pp. 242

[14] Conforme o texto byzantino: [ὁ πλανῶν τὴν οἰκουμένην ὅλην– “o que engana o mundo inteiro”], (Ap 20.2).


Sobre o autor: Leonardo William de Oliveira Gomes é Brasileiro, natural de Juiz de Fora – MG, Casado. Cursou o Instituto Bíblico de Teologia Reformada, é bacharelando em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel Da Conceição, seminarista pela Primeira Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora. Membro da Igreja Presbiteriano do Brasil desde 1997, atualmente faz estágio na Igreja Presbiteriana Betel -São Paulo; Pai do Matheus.


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462 Anos: 1º Culto Protestante no Brasil

Hoje completamos 462 anos do primeiro culto protestante oficialmente realizado em terras brasileiras. Cabe aos presbiterianos a honra de terem realizado o primeiro culto evangélico na história do Brasil e das Américas. Esse evento singular ocorreu em uma pequena colônia fundada pelos franceses na baía de Guanabara/RJ. Este culto foi realizado no dia 10/03/1557, por calvinistas franceses, então chamados de huguenotes.

1. O Contexto Histórico.

O Brasil era colônia portuguesa em regime de “Padroado”. O historiador presbiteriano, Dr. Alderi Matos, define o padroado como sendo “uma concessão feita pela Igreja Católica a determinados governantes civis, oferecendo-lhes certo controle sobre a igreja em seus respectivos territórios como um reconhecimento por serviços prestados à causa católica e um incentivo a futuras ações em benefício da igreja”.

Em 1493, o Papa Alexandre VI redigiu um documento declarando a supremacia espanhola sobre as terras descobertas. Em 1494, o Tratado de Tordesilhas determinou o que seria da Espanha e o que seria de Portugal nas novas descobertas. Em 1549, chegaram os primeiros seis jesuítas ao Brasil (a Companhia de Jesus foi organizada 9 anos antes, em 1540). Em 1553, chega o mais famoso dos jesuítas, José de Anchieta.

Em 1555, sob a liderança de Nicolas Durand de Villegaignon, um grupo de seiscentos franceses fundaram o Forte Coligny na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, dando origem à “França Antártica”, ficando assim conhecida como “A Invasão Francesa”.

2. A Chegada dos Protestantes.

A situação dos huguenotes não estava nada favorável na França. No final de 1555, sob a liderança de Nicolas Durand de Villegaignon, os franceses chegaram com 400 homens à Ilha Serigipe ( hoje Villegaignon) na Baía da Guanabara. Em março de 1557 a colonia foi reforçada por mais 280 pessoas. Entre elas estavam 12 calvinistas de Genebra que traziam credenciais do próprio Calvino.

Villegaignon solicitou a João Calvino o envio de pastores. João Calvino e seus colegas alegremente escolheram para acompanhar os colonos os pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos). Os seus objetivos específicos eram implantar a fé reformada entre os franceses e evangelizar os indígenas. Em 07/03/1557, chegaram então os dois pastores enviados pela igreja de Genebra, um grupo de huguenotes (protestantes franceses) e refugiados vindos de Genebra, numa segunda expedição.

Pierre Richier e Guillaume Chartier, pastores ordenados, celebraram o primeiro culto protestante em terras brasileiras, talvez, nas Américas, no dia 10 de março de 1557. O pregador baseou-se no Salmo 27.4: “Ao Senhor Eterno peço somente uma coisa: que Ele me deixe viver na sua casa todos os dias da minha vida, para sentir a sua bondade e pedir a sua orientação”.

Primeiramente, o Rev. Richier orou invocando a Deus. Em seguida foi cantado em uníssono, segundo o costume de Genebra, o Salmo 5: “Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras”. Esse hino constava do Saltério Huguenote, com metrificação de Clement Marot e melodia de Louis Bourgeois, e até hoje se mantém nos hinários franceses. Bourgeois foi diretor de música da Igreja de Genebra de 1545 a 1557 e um dos grandes mestres da música francesa no século 16. A versão mais conhecida em português (“À minha voz, ó Deus, atende”) tem música de Claude Goudimel (†1572) e metrificação do Rev. Manoel da Silveira Porto Filho.

Após o culto, os huguenotes tiveram sua primeira refeição brasileira: farinha de mandioca, peixe moqueado e raízes assadas no borralho. Dormiram em redes, à maneira indígena.

Em 21/03/1557 ocorreu a primeira celebração da Santa Ceia em rito Genebrino.

3. Desfecho Trágico.

O desfecho da primeira presença protestante mais articulada foi trágica. O “ex-fradeJean Cointac levantou questões sobre o sacrifício da missa, a doutrina e usos dos sacramentos, a invocação e mediação dos santos, a oração pelos mortos, o purgatório e muitas outras que fizeram com que Villegaignon mudasse a sua atitude em relação aos calvinistas e passasse a perseguir os huguenotes. Esses últimos buscaram refúgio entre os índios tupinambás. Tentaram fugir por navio, mas esse afundou. Cinco são presos e intimados por Villegaignon a se posicionar em relação a pontos teológicos controvertidos. O documento redigido ficou conhecido como “Confessio Fluminense” (primeira confissão de fé evangélica brasileira no dia 8 de fevereiro de 1558).

O almirante declarou heréticos vários artigos e decidiu pela morte dos reformados. No dia seguinte foram executados três signatários – Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil e Pierre Bourdon. Eles ficaram conhecidos como os três primeiros mártires evangélicos do Brasil. Um dos signatários, André Lafon, foi poupado por ser o único alfaiate da colonia e o quinto, Jacques le Balleur conseguiu fugir para São Vicente/SP, mas foi preso e depois enforcado.

Essa efêmera presença calvinista no início da história do Brasil não produziu efeitos permanentes. Não foi possível aos reformados alcançar seus dois intentos principais: criar uma igreja reformada e evangelizar os nativos. Todavia, esse episódio é considerado um marco significativo na história das missões cristãs, pois foi a primeira vez que os protestantes buscaram anunciar a sua fé a um povo pagão. O fruto mais duradouro do singelo empreendimento foi a bela confissão de fé selada com sangue.

4. Confissão de Fé de Guanabara.

O documento em anexo é um testemunho fiel das Sagradas Escrituras. É uma prova do preparo e do conhecimento profundo que os primeiros protestantes no Brasil detinham. A “Confissão de Fé de Guanabara” é a profissão de fé desses irmãos protestantes, obrigados por Villegaignon, escrita no prazo de doze horas, respondendo à várias perguntas formuladas maliciosamente. Mais do que sua confissão de fé, os primeiros protestantes no Brasil estavam assinando a própria sentença de morte diante do ‘desconvertido’ Villegaignon.

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CONFISSÃO DE FÉ DE GUANABARA
Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon

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Segundo a doutrina de S. Pedro Apóstolo, em sua primeira epístola, todos os cristãos devem estar sempre prontos para dar razão da esperança que neles há, e isso com toda a doçura e benignidade, nós abaixo assinados, Senhor de Villegaignon, unanimemente (segundo a medida de graça que o Senhor nos tem concedido) damos razão, a cada ponto, como nos haveis apontado e ordenado, e começando no primeiro artigo:

I. Cremos em um só Deus, imortal, invisível, criador do céu e da terra, e de todas as coisas, tanto visíveis como invisíveis, o qual é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho e o Santo Espírito, que não constituem senão uma mesma substância em essência eterna e uma mesma vontade; o Pai, fonte e começo de todo o bem; o Filho, eternamente gerado do Pai, o qual, cumprida a plenitude do tempo, se manifestou em carne ao mundo, sendo concebido do Santo Espírito, nasceu da virgem Maria, feito sob a lei para resgatar os que sob ela estavam, a fim de que recebêssemos a adoção de próprios filhos; o Santo Espírito, procedente do Pai e do Filho, mestre de toda a verdade, falando pela boca dos profetas, sugerindo as coisas que foram ditas por nosso Senhor Jesus Cristo aos apóstolos. Este é o único Consolador em aflição, dando constância e perseverança em todo bem.

Cremos que é mister somente adorar e perfeitamente amar, rogar e invocar a majestade de Deus em fé ou particularmente.

II. Adorando nosso Senhor Jesus Cristo, não separamos uma natureza da outra, confessando as duas naturezas, a saber, divina e humana nele inseparáveis.

III. Cremos, quanto ao Filho de Deus e ao Santo Espírito, o que a Palavra de Deus e a doutrina apostólica, e o símbolo,[1][3] nos ensinam.

IV. Cremos que nosso Senhor Jesus Cristo virá julgar os vivos e os mortos, em forma visível e humana como subiu ao céu, executando tal juízo na forma em que nos predisse no capítulo vinte e cinco de Mateus, tendo todo o poder de julgar, a Ele dado pelo Pai, sendo homem. E, quanto ao que dizemos em nossas orações, que o Pai aparecerá enfim na pessoa do Filho, entendemos por isso que o poder do Pai, dado ao Filho, será manifestado no dito juízo, não todavia que queiramos confundir as pessoas, sabendo que elas são realmente distintas uma da outra.

V. Cremos que no santíssimo sacramento da ceia, com as figuras corporais do pão e do vinho, as almas fiéis são realmente e de fato alimentadas com a própria substância do nosso Senhor Jesus, como nossos corpos são alimentados de alimentos, e assim não entendemos dizer que o pão e o vinho sejam transformados ou transubstanciados no seu corpo, porque o pão continua em sua natureza e substância, semelhantemente ao vinho, e não há mudança ou alteração. Distinguimos todavia este pão e vinho do outro pão que é dedicado ao uso comum, sendo que este nos é um sinal sacramental, sob o qual a verdade é infalivelmente recebida. Ora, esta recepção não se faz senão por meio da fé e nela não convém imaginar nada de carnal, nem preparar os dentes para comer, como santo Agostinho nos ensina, dizendo: “Porque preparas tu os dentes e o ventre? Crê, e tu o comeste.” O sinal, pois, nem nos dá a verdade, nem a coisa significada; mas Nosso Senhor Jesus Cristo, por seu poder, virtude e bondade, alimenta e preserva nossas almas, e as faz participantes da sua carne, e de seu sangue, e de todos os seus benefícios.
Vejamos a interpretação das palavras de Jesus Cristo: “Este pão é meu corpo.” Tertuliano, no livro quarto contra Marcião, explica estas palavras assim: “este é o sinal e a figura do meu corpo.” S. Agostinho diz: “O Senhor não evitou dizer: — Este é o meu corpo, quando dava apenas o sinal de seu corpo.” Portanto (como é ordenado no primeiro cânon do Concílio de Nicéia), neste santo sacramento não devemos imaginar nada de carnal e nem nos distrair no pão e no vinho, que nos são neles propostos por sinais, mas levantar nossos espíritos ao céu para contemplar pela fé o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus, sentado à destra de Deus, seu Pai.  Neste sentido podíamos jurar o artigo da Ascensão, com muitas outras sentenças de Santo Agostinho, que omitimos, temendo ser longas.

VI. Cremos que, se fosse necessário pôr água no vinho, os evangelistas e São Paulo não teriam omitido uma coisa de tão grande conseqüência.  E quanto ao que os doutores antigos têm observado (fundamentando-se sobre o sangue misturado com água que saiu do lado de Jesus Cristo, desde que tal observância não tem fundamento na Palavra de Deus, visto mesmo que depois da instituição da Santa Ceia isso aconteceu), nós não podemos hoje admitir necessariamente.

VII. Cremos que não há outra consagração senão a que se faz pelo ministro, quando se celebra a ceia, recitando o ministro ao povo, em linguagem conhecida, a instituição desta ceia literalmente, segundo a forma que nosso Senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o povo quanto à morte e paixão do nosso Senhor. E mesmo, como diz santo Agostinho, a consagração é a palavra de fé que é pregada e recebida em fé. Pelo que, segue-se que as palavras secretamente pronunciadas sobre os sinais não podem ser a consagração como aparece da instituição que nosso Senhor Jesus Cristo deixou aos seus apóstolos, dirigindo suas palavras aos seus discípulos presentes, aos quais ordenou tomar e comer.

VIII. O santo sacramento da ceia não é alimento para o corpo como para as almas (porque nós não imaginamos nada de carnal, como declaramos no artigo quinto) recebendo-o por fé, a qual não é carnal.

IX. Cremos que o batismo é sacramento de penitência, e como uma entrada na igreja de Deus, para sermos incorporados em Jesus Cristo. Representa-nos a remissão de nossos pecados passados e futuros, a qual é adquirida plenamente, só pela morte de nosso Senhor Jesus. De mais, a mortificação de nossa carne aí nos é representada, e a lavagem, representada pela água lançada sobre a criança, é sinal e selo do sangue de nosso Senhor Jesus, que é a verdadeira purificação de nossas almas. A sua instituição nos é ensinada na Palavra de Deus, a qual os santos apóstolos observaram, usando de água em nome do Pai, do Filho e do Santo Espírito. Quanto aos exorcismos, abjurações de Satanás, crisma, saliva e sal, nós os registramos como tradições dos homens, contentando-nos só com a forma e instituição deixada por nosso Senhor Jesus.

X. Quanto ao livre arbítrio, cremos que, se o primeiro homem, criado à imagem de Deus, teve liberdade e vontade, tanto para bem como para mal, só ele conheceu o que era livre arbítrio, estando em sua integridade. Ora, ele nem apenas guardou este dom de Deus, assim como dele foi privado por seu pecado, e todos os que descendem dele, de sorte que nenhum da semente de Adão tem uma centelha do bem.  Por esta causa, diz São Paulo, o homem natural não entende as coisas que são de Deus. E Oséias clama aos filho de Israel: “Tua perdição é de ti, ó Israel.” Ora isto entendemos do homem que não é regenerado pelo Santo Espírito. Quanto ao homem cristão, batizado no sangue de Jesus Cristo, o qual caminha em novidade de vida, nosso Senhor Jesus Cristo restitui nele o livre arbítrio, e reforma a vontade para todas as boas obras, não todavia em perfeição, porque a execução de boa vontade não está em seu poder, mas vem de Deus, como amplamente este santo apóstolo declara, no sétimo capítulo aos Romanos, dizendo: “Tenho o querer, mas em mim não acho o realizar.” O homem predestinado para a vida eterna, embora peque por fragilidade humana, todavia não pode cair em impenitência. A este propósito, S. João diz que ele não peca, porque a eleição permanece nele.

XI. Cremos que pertence só à Palavra de Deus perdoar os pecados, da qual, como diz santo Ambrósio, o homem é apenas o ministro; portanto, se ele condena ou absolve, não é ele, mas a Palavra de Deus que ele anuncia.
Santo Agostinho, neste lugar diz que não é pelo mérito dos homens que os pecados são perdoados, mas pela virtude do Santo Espírito. Porque o Senhor dissera aos seus apóstolos: “recebei o Santo Espírito;” depois acrescenta: “Se perdoardes a alguém os seus pecados,” etc. Cipriano diz que o servo não pode perdoar a ofensa contra o Senhor.

XII. Quanto à imposição das mãos, essa serviu em seu tempo, e não há necessidade de conservá-la agora, porque pela imposição das mãos não se pode dar o Santo Espírito, porquanto isto só a Deus pertence. No tocante à ordem eclesiástica, cremos no que S. Paulo dela escreveu na primeira epístola a Timóteo, e em outros lugares.

XIII. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos por casamento não se pode fazer senão por causa de adultério, como nosso Senhor ensina (Mateus 19:5). E não somente se pode fazer a separação por essa causa, mas também, bem examinada a causa perante o magistrado, a parte não culpada, se não podendo conter-se, deve casar-se, como São Ambrósio diz sobre o capítulo sete da Primeira Epístola aos Coríntios. O magistrado, todavia, deve nisso proceder com madureza de conselho.

XIV. São Paulo, ensinando que o bispo deve ser marido de uma só mulher, não diz que não lhe seja lícito tornar a casar, mas o santo apóstolo condena a bigamia a que os homens daqueles tempos eram muito afeitos; todavia, nisso deixamos o julgamento aos mais versados nas Santas Escrituras, não se fundando a nossa fé sobre esse ponto.

XV. Não é lícito votar a Deus, senão o que ele aprova. Ora, é assim que os votos monásticos só tendem à corrupção do verdadeiro serviço de Deus. É também grande temeridade e presunção do homem fazer votos além da medida de sua vocação, visto que a santa Escritura nos ensina que a continência é um dom especial (Mateus 15 e 1 Coríntios 7). Portanto, segue-se que os que se impõem esta necessidade, renunciando ao matrimônio toda a sua vida, não podem ser desculpados de extrema temeridade e confiança excessiva e insolente em si mesmos. E por este meio tentam a Deus, visto que o dom da continência é em alguns apenas temporal, e o que o teve por algum tempo não o terá pelo resto da vida. Por isso, pois, os monges, padres e outros tais que se obrigam e prometem viver em castidade, tentam contra Deus, por isso que não está neles o cumprir o que prometem. São Cipriano, no capítulo onze, diz assim: “Se as virgens se dedicam de boa vontade a Cristo, perseverem em castidade sem defeito; sendo assim fortes e constantes, esperem o galardão preparado para a sua virgindade; se não querem ou não podem perseverar nos votos, é melhor que se casem do que serem precipitadas no fogo da lascívia por seus prazeres e delícias.” Quanto à passagem do apóstolo S. Paulo, é verdade que as viúvas tomadas para servir à igreja, se submetiam a não mais casar, enquanto estivessem sujeitas ao dito cargo, não que por isso se lhes reputasse ou atribuísse alguma santidade, mas porque não podiam bem desempenhar os deveres, sendo casadas; e, querendo casar, renunciassem à vocação para a qual Deus as tinha chamado, contudo que cumprissem as promessas feitas na igreja, sem violar a promessa feita no batismo, na qual está contido este ponto: “Que cada um deve servir a Deus na vocação em que foi chamado.” As viúvas, pois, não faziam voto de continência, senão porque o casamento não convinha ao ofício para que se apresentavam, e não tinha outra consideração que cumpri-lo. Não eram tão constrangidas que não lhes fosse antes permitido casar que se abrasar e cair em alguma infâmia ou desonestidade. Mas, para evitar tal inconveniência, o apóstolo São Paulo, no capítulo citado, proíbe que sejam recebidas para fazer tais votos sem que tenham a idade de sessenta anos, que é uma idade normalmente fora da incontinência. Acrescenta que os eleitos só devem ter sido casados uma vez, a fim de que por essa forma, tenham já uma aprovação de continência.

XVI. Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, intercessor e advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e por ele já reconciliados teremos plena vitória contra a morte. Quanto aos santos mortos, dizemos que desejam a nossa salvação e o cumprimento do Reino de Deus, e que o número dos eleitos se complete; todavia, não nos devemos dirigir a eles como intercessores para obterem alguma coisa, porque desobedeceríamos o mandamento de Deus. Quanto a nós, ainda vivos, enquanto estamos unidos como membros de um corpo, devemos orar uns pelos outros, como nos ensinam muitas passagens das Santas Escrituras.

XVII. Quanto aos mortos, São Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, no capítulo quatro, nos proíbe entristecer-nos por eles, porque isto convém aos pagãos, que não têm esperança alguma de ressuscitar. O apóstolo não manda e nem ensina orar por eles, o que não teria esquecido se fosse conveniente. S. Agostinho, sobre o Salmo 48, diz que os espíritos dos mortos recebem conforme o que tiverem feito durante a vida; que se nada fizeram, estando vivos, nada recebem, estando mortos.

Esta é a resposta que damos aos artigo por vós enviados, segundo a medida e porção da fé, que Deus nos deu, suplicando que lhe praza fazer que em nós não seja morta, antes produza frutos dignos de seus filhos, e assim, fazendo-nos crescer e perseverar nela, lhe rendamos graças e louvores para sempre. Assim seja.

Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André la Fon.

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Fontes:

1. Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper

2. Portal Luteranos

3. Site do Rev. Ângelo Vieira da Silva (Ministro Presbiteriano)[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tweetmeme][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_googleplus][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

O NATAL É UM FERIADO PAGÃO?

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Por R. C. Sproul

Essa pergunta surge todos os anos no Natal. Em primeiro lugar, não há mandamento bíblico direto para celebrar o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro. Não há nada na Bíblia que indique que Jesus nasceu em 25 de dezembro. De fato, há muitas narrativas do Novo Testamento que poderiam indicar que o seu nascimento não ocorreu durante essa época do ano. Acontece que no dia 25 de dezembro, no Império Romano, havia um feriado pagão que estava ligado a religiões misteriosas; os pagãos celebravam a sua festa no dia 25 de dezembro. Os cristãos não queriam participar nisso, e então disseram: “Enquanto todos os outros estão celebrando algo pagão, teremos a nossa própria celebração. Vamos celebrar o que é mais importante em nossas vidas, a encarnação de Deus, o nascimento de Jesus Cristo. Então, esse será um tempo de festividades alegres, de celebração e adoração ao nosso Deus e Rei”.

Não consigo pensar em nada mais agradável a Cristo do que a igreja celebrando a data do seu nascimento todos os anos. Tenha em mente que todo o princípio da festa e celebração anual está profundamente enraizado na antiga tradição judaica. No Antigo Testamento, por exemplo, houve momentos em que Deus enfaticamente ordenou ao povo que se lembrasse de certos eventos com celebrações anuais. Enquanto o Novo Testamento não exige que comemoremos o Natal todos os anos, eu certamente não vejo nada de errado com a Igreja participando desse momento alegre de celebrar a encarnação, que é o ponto de divisão de toda a história humana. Originalmente, essa celebração pretendia honrar, não Mitra ou qualquer um dos outros cultos das religiões de mistérios, mas o nascimento do nosso Rei.

A propósito, a Páscoa pode ser atribuída a Astarte no mundo antigo. Mas a Igreja cristã se unindo para celebrar a ressurreição de Jesus é algo que eu dificilmente pensaria que pode provocar a ira de Deus. Eu gostaria que tivéssemos mais festas anuais. A Igreja Católica Romana, por exemplo, celebra com grande alegria a Festa da Ascensão todos os anos. Alguns grupos protestantes a celebram, mas a maioria não. Eu gostaria de celebrar esse grande evento na vida de Cristo quando ele foi elevado ao céu para ser coroado Rei dos reis e Senhor dos senhores. Nós celebramos o seu nascimento; celebramos a sua morte. Eu também gostaria de celebrar a sua coroação.


Fonte: Ministério FIEL[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tweetmeme][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_googleplus][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS

No Brasil e nos Estados Unidos, O Dia Mundial de Ação de Graças, ou Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day, em inglês), é celebrado na quarta quinta-feira de novembro. No Canadá, na segunda segunda-feira de Outubro. Constitui-se um dos feriados mais importantes do ano para estes países, juntamente com o Natal e o Réveillon.

Esse é um dia de agradecimento, em que além de expressar gratidão a Deus, as pessoas demonstram gratidão entre elas por tudo de bom que receberam ao longo do ano.

Neste dia, é normal realizar longas viagens para encontrar os parentes. As famílias se juntam para jantar, onde geralmente se serve arroz, peru, batata-doce, purê de batata, torta de abóbora, torta de maçã, torta de nozes, e outros pratos tradicionais.

As igrejas costumam realizar cultos especiais de gratidão a Deus, e as instituições de caridade servem jantares de Ação de Graças aos necessitados, órfãos, idosos e doentes.

ORIGEM

As primeiras comemorações do Dia de Ação de Graças na Nova Inglaterra eram festividades de gratidão a Deus, em agradecimento às boas colheitas anuais. O primeiro deles foi celebrado em Plymouth, Massachusetts, pelos colonos ingleses que fundaram a vila em 1619, fugindo das perseguições religiosas do seu país de origem. Estes eram em sua maioria cristãos protestantes de igrejas reformadas da Inglaterra (conhecidos na época como “puritanos separatistas“), que estavam sendo perseguidos pelo então império.

Eles ficaram conhecidos como “Os Pais Peregrinos“. Foram os primeiros colonizadores ingleses da colônia de Plymouth, Massachusetts. De origem puritana calvinista, eles eram também conhecidos como “puritanos brownistas” que tinham fugido do ambiente político volátil da Inglaterra. Eles afirmavam que suas congregações precisavam ser separadas da igreja estatal inglesa. Sua preocupação era de que eles poderiam perder a sua identidade cultural caso permanecessem também na Holanda. Então, eles se organizaram com investidores para estabelecer uma nova colônia na América. A colônia foi fundada em 1620 e se tornou o segundo assentamento inglês bem-sucedido na América, após a fundação de Jamestown, Virgínia, em 1607. A história dos peregrinos tornou-se um tema central na história e na cultura dos Estados Unidos.

De acordo com documentos históricos, em 1.621, a fim de comemorar uma boa colheita de milho após um inverno rigoroso, o governador da vila fundada organizou uma festa para dar graças a Deus pela safra farta. Os homens de Plymouth mataram patos e perus. Outras comidas que fizeram parte do cardápio eram peixes e milho. Cerca de 90 índios nativos também atenderam a festividade. Todos comiam ao ar livre, em grandes mesas.

Porém, por muitos anos, o Dia de Ação de Graças não foi instituído como feriado nacional, sendo observado como tal em apenas certos Estados americanos como Nova Iorque, Massachusetts e Virgínia. Em 1863, durante a Guerra Civil Americana, o então presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, declarou que a última quinta-feira do mês de novembro seria o dia nacional de Ação de Graças. Mas em 1939, o presidente Roosevelt instituiu que esse dia seria celebrado na terceira semana de novembro, com o intuito de ajudar o comércio, aumentando o tempo disponível para propagandas e compras antes do Natal (na época, era considerado inapropriado fazer propagandas de produtos à venda antes desse dia).

Como a declaração de Roosevelt não era mandatória, 23 Estados adotaram a medida instituída por ele, e 22 não o fizeram, com o restante tomando ambas a quinta-feira da terceira e da quarta semana de novembro como celebração deste dia. O Congresso americano, para resolver este impasse, instituiu então que o Dia de Ação de Graças seria comemorado definitivamente na quinta-feira da quarta semana de novembro, e que seria um feriado nacional.

NO BRASIL

No Brasil, o Dia Nacional de Ação de Graças foi instituído em 17 de agosto de 1949 pela Lei nº 781, no governo Eurico Gaspar Dutra.

Segundo relatos a criação desta data foi motivada pela declaração do Embaixador brasileiro nos Estados Unidos Joaquim Nabuco, logo após ele ter participado de uma cerimônia religiosa em Washington em 1909. Na ocasião o Embaixador ficou muito impressionado com aquele momento de adoração do povo americano diante a Deus. Ele disse: “quisera eu que toda a humanidade se unisse em um mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus“. Joaquim Nabuco faleceu em janeiro de 1910 e não teve a oportunidade de ver a nação brasileira unida em reconhecimento ao infinito amor de Deus, mas as suas palavras não foram esquecidas e, em 1949, nas homenagens do centenário do seu nascimento, o Presidente Gaspar Dutra aprovou a lei que instituía o Dia Nacional de Ação de Graças.

Em 1965, um decreto regulamentou as comemorações da Ação de Graças no Brasil, e, no ano seguinte, decidiu-se que ela fosse celebrada no mesmo dia que nos Estados Unidos (na quarta quinta-feira de novembro) e que o Ministério da Justiça fosse encarregado de organizar os festejos da data.

No País, famílias de origem americana e de religiões protestantes costumam celebrar a ocasião.

ALGUMAS CURIOSIDADES

1) Em alguns locais, o Dia de Ação de Graças também é marcado pela realização de desfiles e eventos esportivos.

2) Os pobres geralmente recebem comida no dia de Ação de Graças. A maioria das comunidades tem unidades de alimentos que coletam anualmente alimentos embalados e enlatados não perecíveis, e as corporações patrocinam distribuições destes em jantares de Ação de Graças. O Exército de Salvação recruta voluntários para servir jantares de Ação de Graças para centenas de pessoas em diferentes localidades. Além disso, cinco dias após o Dia de Ação de Graças, geralmente ocorre uma celebração de doações de caridade.

3) A sexta-feira depois do Dia de Ação de Graças ficou conhecida como Black Friday (Sexta-Feira Negra). Várias lojas fazem promoções e oferecem descontos em seus produtos.

4) Devido o peru ser o prato principal do dia, o feriado também é chamado de Turkey Day (Dia do Peru).

5) No Brasil, a data é lembrada especialmente por famílias de origem norte-americana, cursos de idiomas, universidades confessionais e cristãos protestantes, especialmente luteranos, presbiterianos, batistas e metodistas.


Para conhecer mais, acesse:

1) Thanksgiving (United States)

2) Pilgrims (Plymouth Colony)

3) Enciclopédia Britânica

4) Dia Nacional de Ação de Graças

501 ANOS REFORMA PROTESTANTE

Rev. Hernandes Dias Lopes

A Reforma Protestante completou nesta última quarta-feira, 501 anos. Foi, certamente, o maior acontecimento na história da igreja cristã, depois do Pentecostes. Não foi uma inovação, mas um retorno ao Cristianismo apostólico. Não foi um desvio, mas uma volta às Escrituras. A igreja havia se desviado da simplicidade e pureza do evangelho. Doutrinas estranhas à palavra de Deus estavam sendo pregadas. No dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, opondo-se à prática das indulgências e aos desmandos do papado, fixou nas portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, noventa e cinco teses contra as indulgências. Estava deflagrada a Reforma Protestante do século XVI. A Reforma pode ser resumida em cinco ênfases:

1. As Escrituras estão acima das tradições da igreja. A autoridade suprema sobre a igreja não vem de seus Concílios, mas das Escrituras. A tradição da igreja não está em pé de igualdade com a Bíblia; ao contrário, a Bíblia é a única autoridade de onde emana toda doutrina e prática da igreja. A Palavra de Deus é inspirada, inerrante, infalível e suficiente. É nossa única regra de fé e prática. O lema da Reforma é Sola Scriptura.

2. A salvação é pela fé e não pelas obras. A igreja havia se desviado do ensino apostólico e estava pregando uma salvação meritória, alcançada pelo esforço do homem. Uma salvação adquirida pelas obras. A Reforma colocou a igreja de volta nos trilhos da verdade, ensinando que a salvação é resultado não do que fazemos para Deus, mas do que Deus fez por nós, em Cristo Jesus. A salvação não é recebida pelo mérito das obras, mas unicamente pela fé em Cristo. A fé é a causa instrumental da salvação. O lema da Reforma é Sola Fide.

3. A salvação é pela graça e não pelo mérito humano. A doutrina da salvação estava sendo distorcida. A igreja pregava que a salvação era alcançada pelo esforço do homem e administrada pela igreja. A Reforma refutou esse erro e voltou para as Escrituras para afirmar que a salvação é pela graça de Deus mediante a fé em Cristo. Não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras. As obras não são a causa de nossa salvação, mas a sua evidência. A graça é o que Deus nos dá sem qualquer merecimento. Deus nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. O amor de Deus por nós é provado, porque ao nos amar, Deus não escreveu esse amor com letras de fogo sobre as nuvens, mas esculpiu-o na cruz. Assim diz as Escrituras: “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O lema da Reforma é Sola Gratia.

4. A salvação foi realizada exclusiva e cabalmente por Cristo. A igreja estava ensinando que havia uma miríade de intercessores entre Deus e os homens, mas a Reforma restabeleceu a verdade. Voltou para as Escrituras e afirmou que Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Jesus é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12). Ele é a porta do céu (Jo 10.9), o Caminho, e a Verdade, e a Vida e ninguém pode ir ao Pai, exceto por ele (Jo 14.6). Jesus morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3) e ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25). Jesus é o Advogado junto ao Pai (1Jo 2.1). Ele é o dono, o fundamento, o edificador e o protetor da igreja (Mt 16.18). Fora dele não há salvação. O lema da Reforma é Solus Christus.

5. A glória da salvação só pertence a Deus. Pelo seu desvio da verdade, a igreja estava recebendo os louvores pela salvação, como se esta fosse uma obra da igreja. A salvação é obra de Deus de ponta a ponta. Deus, o Pai, nos escolheu, Deus, o Filho, nos redimiu, e Deus, o Espírito Santo, nos selou para o dia da redenção. Tudo foi planejado por ele, executado por ele e será consumado por ele. O apóstolo Paulo é enfático: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36). Toda a glória da salvação deve ser dada a Deus. Resta claro afirmar, portanto, que toda glória dada ao homem é vanglória, é glória vazia, é idolatria, é abominação para Deus. Afirmamos, de forma retumbante, portanto, que o último lema da Reforma é Soli Deo gloria.

Fonte: Site da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória

CARTA ABERTA À IGREJA BRASILEIRA

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Por ocasião das celebrações dos 196 anos de Independência do Brasil neste mês de setembro e da proximidade das eleições de 2018, em que os brasileiros escolherão deputados estaduais e federais, senadores e governadores de seus estados, bem como a autoridade principal da nação, o presidente da República, para os próximos quatro anos, os pastores e líderes cristãos abaixo-assinados conclamam para que a Igreja de Cristo no Brasil coloque-se em intercessão constante pelo País nas próximas semanas, até o fim dos pleitos em segundo turno, em jejum e oração, pedindo para que a Santíssima Trindade, por misericórdia, ouça as nossas preces e venha a atender os seguintes pedidos:

1. Que o SENHOR, o Deus Triúno, conduza em suas campanhas os candidatos honestos, bem-intencionados, comprometidos com a transparência e a moralidade, com princípios virtuosos de vida em sociedade e com uma visão cristã de mundo, a fim de que estes consigam ser eleitos aos cargos a que concorrem;

2. Que o SENHOR, o Deus Triúno, mude o coração daqueles que estão dispostos a votar em candidatos envolvidos em casos de corrupção, nem permita que estes sejam eleitos;

3. Que o SENHOR, o Deus Triúno, refreie a representação de ideologias anticristãs em nossos parlamentos estaduais e no Congresso Nacional;

4. Que o SENHOR, o Deus Triúno, frustre toda a tentativa de fraude no sistema eleitoral;

5. Que o Senhor, o Deus Triúno, não permita mais confusão e outros atos de violência, a fim de que essas eleições sejam concluídas pacificamente;

6. Que o Senhor, o Deus Triúno, por meio da obra santificadora do Espírito Santo, traga um verdadeiro avivamento à sua Igreja no Brasil, provocando um grande e duradouro impacto cultural, moral e social, por meio de homens e mulheres que produzam frutos dignos de arrependimento.

Algumas recomendações:

a) Para a escolha de candidato, recomenda-se conhecer bem o seu caráter, ideias e a ideologia do partido;

b) Apoie propostas que defendam a dignidade do ser humano e a vida em qualquer circunstância, desde sua concepção no ventre materno;

c) Rejeite candidatos com ênfases intervencionistas na esfera familiar, educacional, eclesiástica e artística;

d) Repudie qualquer ideologia que se oponha aos princípios do Reino de Deus, isto é, com a mensagem bíblica;

e) Apoie candidatos que expressam compreender a função primordial do Estado em prover e promover justiça e segurança para seus cidadãos;

f) Por fim, ao indicar um candidato para amigos e familiares, faça-o com respeito às opiniões diferentes da sua, lembrando que, apesar de você acreditar na pessoa para quem está dando e pedindo voto, como cristãos, nossa esperança última de sociedade perfeita deve estar na consumação dos séculos, quando Jesus voltará para reinar com cetro de justiça.

Após as eleições,  ore em favor dos candidatos eleitos, para que cumpram seus mandatos com sabedoria e pelo bem da nação, lembrando-nos, oportunamente, das palavras do apóstolo Paulo a Timóteo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito(1Timóteo 2.1-2).

Ajude-nos a divulgar esse chamado à oração pelas eleições de 2018 compartilhando esta carta nas redes sociais e, se possível, peça autorização aos seus pastores para lê-la em sua igreja, seja no culto, escola dominical, pequenos grupos ou demais reuniões.

Que o SENHOR, nosso Deus, olhe com graça e misericórdia para o Brasil! Amém.

Fonte: TuPorem.org.br[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_facebook type=”button_count”][vc_tweetmeme][vc_googleplus][vc_pinterest][/vc_column][/vc_row]

DESIGREJADOS

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Rev. Eloy Heringer Frossard

É cada dia maior o número de “crentes” que abandonam a igreja para viverem um “cristianismo” individual, sem ser membro de um corpo local de crentes, alegando que são muito santos, muito sábios, muito superiores e que não podem continuar congregando com igrejas que eles julgam estar muito aquém do padrão bíblico.

Isso nada mais é do que expressão de orgulho e de vaidade extremados.

É desse tipo de comportamento que surgem as seitas, aqueles grupos fechados que se julgam os únicos crentes fiéis sobre a face da terra. Sempre vão para os extremos: pentecostalismo, liberalismo, conservadorismo.

É um problema muito sério e a Igreja Presbiteriana do Brasil – I.P.B. está sofrendo um ataque muito forte nesses dias do extremo do conservadorismo, onde alguns líderes querem que a igreja volte ao tempo dos Puritanos em seus cultos, aos séculos XVII/XVIII, como se essa fosse a era de ouro da igreja cristã.

Algo absurdo. Sem lógica. Como se a igreja fosse alguma coisa alienada de seu próprio tempo.

Para serem coerentes, deveriam também viver como os Puritanos: sem energia elétrica, sem carros, sem banheiros dentro de casa, sem água encanada, etc.

Precisamos orar pelo Supremo Concílio de nossa igreja que se reunirá do dia 22 ao dia 29 deste mês, para que o Espírito Santo guie todas as decisões, para que a I.P.B. continue sendo uma igreja fiel à Palavra de Deus, mas que vive dentro de um mundo em constante mudança que exige de nós mais dependência do Espírito Santo para continuar proclamando o Evangelho da Graça de Deus.

Que o Senhor nos livre de todo extremismo e nos mantenha fiéis aos Símbolos de Fé da I.P.B.

Paulo, em suas cartas, raramente se dirige a pessoas individuais, mas a um grupo de pessoas, uma igreja local.

Em toda a Bíblia Deus trata com famílias, com povo, com igreja e nunca com indivíduos. Os indivíduos são sempre tratados no contexto de um grupo ao qual pertencem.

Em Mateus 16.18, Jesus diz que edificaria a SUA IGREJA sobre a declaração de Pedro, de que Jesus era de fato o Cristo, o Filho do Deus vivo. Desprezar a igreja é desprezar o próprio Jesus, pois a igreja é dele, com todos os seus defeitos e virtudes.

E Jesus, quando deu sua ordem para seus discípulos irem e pregarem o Evangelho a toda a criatura, disse que eles deveriam ser discipulados e batizados, ou seja, inseridos na igreja visível.

Veja o caso dos discípulos que Paulo encontrou em Éfeso – At 19, e que foram batizados por ele para se tornarem a igreja de Éfeso.

Paulo, por toda parte que ia deixava uma igreja organizada, elegendo presbíteros para a governarem. O apóstolo tinha a igreja em alta conta, ao ponto de chama-la de O CORPO DE CRISTO.

Teríamos muitos outros exemplos bíblicos que mostram a importância da igreja no plano de Deus. Desprezá-la é um grande pecado.

Efésios 5. 25-27 diz: “… Cristo amou a IGREJA e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificada por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito“.

O que poderíamos dizer mais sobre a glória da igreja?

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CONFISSÃO BELGA (1561)

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Esse valioso documento foi escrito numa época em que os protestantes dos Países Baixos sofriam intensa repressão da Espanha católica que dominava a região. Seu autor foi o pastor reformado Guido de Brès ou Guy de Bray (c. 1522-1567), que, após passar alguns anos na Inglaterra como refugiado (1548-1552), retornou à Bélgica, foi pastor em Tournay e pregou em toda a região, tendo de fugir novamente em 1561, ano em que escreveu A Confissão. Ele deplorava as tendências anárquicas de muitos correligionários e insistia na importância de obedecer aos magistrados, tendo trabalhado com Guilherme de Orange, o futuro libertador dos Países Baixos. Durante o cerco de Valenciennes, não conseguiu convencer os radicais a se renderem e foi executado por rebelião.

A confissão foi escrita em francês e encaminhada pelo autor a diversos estudiosos e teólogos, que fizeram pequenas modificações. Também conhecida como Confessio Belgica ou Confissão da Valônia, foi endereçada ao rei Filipe II na esperança de atenuar a feroz perseguição contra a Reforma. Seu objetivo foi mostrar às autoridades espanholas que os reformados não eram rebeldes, mas cristãos cumpridores da lei. Imediatamente foi traduzida para o holandês (1562) e depois para o alemão (1566).

O texto se apóia fortemente na Confissão Galicana, adotada dois anos antes pelas igrejas reformadas da França. A ordem dos tópicos é tradicional: Deus e como conhecê-lo (arts. 1-2), a Escritura (3-7), a Trindade (8-11), a criação e a providência (12-13), a queda e a eleição (14-16), a pessoa e a obra redentora de Cristo (17-21), a justificação, a santificação e Cristo como mediador (22-26), a Igreja e seu governo (27-32), os sacramentos (33-35), as autoridades civis (36) e as últimas coisas (37). A confissão cita amplamente a Escritura e utiliza com freqüência o pronome “nós”, o que a torna muito pessoal. Evita referências provocadoras ao catolicismo, procurando dar ênfase a crenças comuns como a Trindade, a encarnação e a “Igreja Católica” (art. 27).

Ao mesmo tempo, sustenta com firmeza convicções distintamente protestantes e reformadas, tais como a autoridade única das Escrituras, a plena suficiência do sacrifício expiatório e da intercessão de Cristo, a natureza das boas obras e os dois sacramentos. Entre os temas especificamente reformados estão a soberania e graça de Deus, a eleição, a santificação e as boas obras, a lei de Deus, o governo da igreja e a Ceia do Senhor. A confissão se desvincula expressamente dos anabatistas, com os quais os reformados muitas vezes eram confundidos pelas autoridades católicas, afirmando a plena humanidade de Cristo, a natureza pública e não-sectária da verdadeira Igreja, o batismo infantil e o estado como instrumento de Deus (ver arts. 18, 29, 34, 36).

Recebida entusiasticamente pelas igrejas reformadas dos Países Baixos, a confissão foi adotada por sínodos reunidos em Antuérpia (1566), Wesel (1568) e Emden (1571), tido como o sínodo de fundação da Igreja Reformada da Holanda. Foi adotada em definitivo pelo Sínodo Nacional de Dort, em 1618. Tornou-se um dos três padrões doutrinários dessa Igreja, ao lado do Catecismo de Heidelberg e dos Cânones de Dort (as Três Formas de Unidade). O historiador Philip Schaff a considerou, “como um todo, a melhor afirmação simbólica do sistema calvinista de doutrina, à exceção da Confissão de Westminster”. O texto da Confissão Belga foi publicado em português pela Editora Cultura Cristã, sendo a edição mais recente de 2005.

Você pode acessar a Confissão Belga nos links abaixo:

a) Confissão Belga completa pelo site Monergismo.

b) Confissão Belga comentada em pdf.

c) Comentários sobre a História e os Artigos da Confissão Belga.

d) Compra da Edição Impressa – Editora Cultura Cristã.


Fontes Biográficas:

1. Andrew Jumper: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação.

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