Rev. Jefferson M. Reinh
“Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão” (Pv 17.17).
Uma piada popular no Brasil é a de que cunhado não é parente. É agregado! E a partir daí, o que se vê é risadas e desdobramentos dessa conversa. Pois bem, afirmo que na IPB um cunhado foi responsável por uma das mais belas histórias de amor, cuidado e continuidade do progresso de nossa denominação, um nobre exemplo de cuidado de Deus com sua Igreja, e uma bela inspirarão na caminhada familiar e o “cuidado com sua Igreja”, nosso tema do mês.
1862: o jovem missionário, Rev. Ashbel Green Simonton, estava há três anos e meio labutando em terras brasileiras pelo evangelho. Em março recebe carta de sua mãe, Martha, que estava muito enferma, e pedia ao filho que fosse vê-la em breve. Simonton embarca em 31 de março de 1862 para os Estados Unidos, e, além de estar com sua mãe, visita várias igrejas divulgando sua missão e convidando outros cristãos a virem para o Brasil. Numa dessas visitas conhece a jovem Helen Murdoch, com quem se casa em março de 1863. Dois meses depois, em 23 de maio de 1863, embarcam para o Brasil. A bela jornada do casal foi rápida e repleta de emoções. Conheceram-se e casaram-se em 4 meses. Mudança de país e a gravidez veio logo depois. Em 19 de junho de 1864 nasce a filha, que recebe também o nome de Helen, mas por um motivo triste e duro para o jovem missionário, ainda recém-nubente. A mãe Helen falece nove dias após o parto, por complicações deste. Simonton experimentou o esplendor do amor e o casamento, a dor absurda de perder sua amada, e o ter uma recém-nascida nos braços, tudo em um ano e meio. Quem foi instrumento de Deus para cuidar do pioneiro? O cunhado!
Alexander Latimer Blackford chegou ao Brasil em 6 de junho de 1860, onze meses após o amigo e cunhado Ashbel. Quatro anos mais velho que Simonton, o Rev. Blackford e a esposa Elizabeth vêm somar forças na evangelização do Rio de Janeiro. No tempo de Simonton visitando a mãe, Blackford cuida da Igreja no Rio por 470 dias. O trabalho avança. Ele segue para São Paulo, e planta a Primeira Igreja Presbiteriana, hoje funcionando na rua Nestor Pestana.
Porém, no momento mais agudo de dor e dúvidas do coração de Ashbel Simonton com a perda de Helen, o cunhado e a irmã se colocam junto dele, e assumem o cuidado definitivo da pequena Helen, levando-a para São Paulo. Simonton é consolado, e decide trabalhar ainda mais, novamente solitário, e os quase três anos que se seguem são seus mais frutíferos em diversas frentes. A igreja cresce. O Presbitério do Rio de Janeiro é organizado, curiosamente em São Paulo. Com o trabalho de Blackford e Simonton, o primeiro pastor evangélico brasileiro é consagrado, José Manoel da Conceição, em 17 de dezembro de 1865.
Diferentemente da piada brasileira, na história da IPB, cunhado é uma bênção! Mais: família é bênção! E a vida de Blackford e Elizabeth, casal que liderou a Igreja em suas primeiras décadas, consolidando o trabalho presbiteriano no Brasil, nos inspira a cuidar uns dos outros. Assumir as cargas uns dos outros, confiando que Deus traz os resultados.
Cuide dos seus irmãos da igreja. Inspire-os! Cuide de sua igreja! Faça dela um lugar de amparo, de salvação, e da glória de Deus! Ótima semana para você!
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