FAMÍLIA E MISSÕES – TUDO A VER.

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Rev. Jefferson M. Reinh

Maio começou, e estamos já com nossa experiência “Jovens em Missões” dando os primeiros passos na jornada de dois assuntos muito importantes para nossa igreja. Dias abençoados, e creio, virão muitos frutos.

Amanhã iniciamos a Semana de Oração pela Família, e nosso alvo é muito claro. Queremos nossa casa aos pés do Senhor. Queremos pais, filhos, avós, netos, tios, sobrinhos, irmãos, todos aos pés do Senhor Jesus. Nossa oração é sempre essa, pois família é o que amamos, é quem está mais perto de nós. Nossa igreja é uma igreja família.

Quero convidar você a se envolver de forma definitiva com a igreja. Esses dias serão dedicados à oração, mas podem ser dias especiais para que você se sinta igreja, parte do Corpo de Jesus Cristo. A cada dia dessa semana, você e eu poderemos estar mais próximos de um irmão ou irmã que não conhecemos, e estabelecer um contato, o início de uma cristã verdadeira. A família da fé também deve ser edificada. Para muitos, essa é a única família.

É bom aqui lembrar a célebre frase de David Livingstone: “Deus tinha um único Filho, e fez dEle um missionário”. Essa frase tem pelo menos quatro questões para acalentarmos no coração.

1) Deus – não existe um exemplo maior, o Senhor de todas as coisas, Senhor do Universo, nos indica que se queremos estar próximos da excelência, próximos da verdadeira vida, devemos olhar para o exemplo dEle.

2) Único – às vezes pensamos que temos muito pouco a disponibilizar para a obra do Senhor. Será? Ele, o Senhor, deus o exemplo de colocar tudo o que tinha como plano de vida para seu amado povo eleito. Deus não teve “plano b”.

3) Filho – o mais valoroso, mais precioso, mais declarado bem que o Senhor possuía e se deleitava, seu Filho, foi colocado na eternidade ainda com a gloriosa obra da encarnação, humilhação, morte, ressurreição e ascensão. Aguarda agora o momento de retornar para buscar Sua Igreja para a vida eterna. Deus não enviou anjos, não abaixou seu padrão. Ele nos deu seu Filho.

4) Missionário – para muitos cristãos, só de falar em missões as dúvidas e o medo se avolumam na mente e no coração. No entanto, o Senhor fez de seu único Filho um missionário, que foi fiel e cumpriu toda a obra designada para nos conceder vida eterna.

E eu, e você? Uma das grandes dificuldades que encontramos para mergulhar na obra de Jesus Cristo é a constatação de que temos pouco, e pode faltar caso não guardemos. Temos pouco tempo, temos pouco dinheiro, pouca saúde… Mas percebemos mesmo nossa real condição diante do exemplo do Senhor. Um Filho, uma obra.

Convido a pensarmos sobre nossa realidade atual. Não desprezemos tamanha oportunidade. O Senhor nos oferece oportunidade maravilhosa, não podemos perder. Invista em você, invista na sua casa. Lembremos do Sl 126:5,6 “os que com lágrimas semeiam, voltarão com júbilo, trazendo seus feixes”.

Semeie, regue a terra, ainda que com lágrimas. O resultado virá!!!

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MISSÕES – OBRA DE QUEM AMA A JESUS.

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Rev. Jefferson M. Reinh

Vem chegando o mês de maio. É o mês da família, segundo os festejos tradicionais. Para nós, da Primeira Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora, é também o mês da família maior, a família do céu, a família dos eleitos, que estão em Jerusalém, Judeia, Samaria e nos confins da Terra (At 1.8).

No mês de maio nossa Igreja renova o compromisso que temos há mais de 20 anos ininterruptos com a obra missionária. Renovamos, não iniciamos. A obra é contínua, e nos alegramos diante de Deus por poder servir em algo tão nobre, tão sublime. Nossa igreja é missionária, tanto em Juiz de Fora, passando por cidades vizinhas, pelo nosso Brasil e chegamos aos confins da Terra, à Ásia, por exemplo. Por que defendemos tanto essa face de nosso ministério?

Primeiro, porque É UMA ORDEM expressa de Jesus. A última ordem dele para sua Igreja é: enquanto vocês estão indo, preguem as boas novas da salvação a toda criatura, batizando aqueles que recebem e se comprometem com o evangelho, e ensinando-os a guardar meus mandamentos (Mt 28.19.20). Obedecer a Jesus é uma confissão que o crente faz, porque entende que foi assim que conheceu o Senhor, e quer que outros também conheçam o Rei dos Reis. O cristão genuíno, salvo, ama Jesus e deseja que outros conheçam a Jesus.

Segundo, nossa Igreja defende e ama Missões porque É O PRINCÍPIO DA VIDA que vemos em Cristo. Quando nos damos pelos outros, a vida brota, tanto no outro quanto em nós! Vale a pena também porque chegamos perto das pessoas descritas em Tiago 2.5, onde lemos: “não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam?”. Agindo missionariamente, a vida tem sentido, significado e propósito.

Terceiro, nossa Igreja ama e se envolve com missões, porque nesse ministério EXPERIMENTAMOS JESUS AGINDO EM NÓS, E ATRAVÉS DE NÓS. Ele disse que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Sim, queremos ter a presença gloriosa de Jesus conosco. Queremos milagres, queremos crescimento, queremos o coração do Senhor, queremos estratégias de evangelização, queremos crescimento em sabedoria. E isso não é uma troca, uma barganha. É o entendimento de que, sem Ele, não somos NADA, absolutamente NADA. Obedecemos porque cremos.

Quarto, nossa Igreja ama Missões porque AMAMOS PESSOAS. Você entrou aqui porque alguém investiu em você. Alguém amou falar do amor de Deus por você. O Senhor plantou isso no coração de alguém. E entendemos que o maior bem que podemos dar às pessoas é o evangelho genuíno, bíblico, desafiador, e que vence esse mundo, dia-a- dia. A Igreja é sal e luz para o mundo. Investir em Missões é fazer essa máquina girar.

Por fim, para essa introdução, nossa Igreja ama e investe em Missões porque entende que ISSO AGRADA A DEUS. É perfume diante da face do Senhor. Leia 1Jo 4.2,3. Fazer Missões não é penoso, é, antes, prazeroso. Se você não entende isso, está na hora de aprender.

Deus abençoe nossa obra missionária!!!

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CONTENTAMENTO – ALGO A SER APRENDIDO.

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Rev. Jefferson M. Reinh

Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). O apóstolo Paulo nos entrega uma palavrinha que eu amo – aprender. Nesses últimos dias, observando as redes sociais que frequento, fiquei decepcionado com a quantidade de pessoas que vi demonstrando um mundo fictício, no qual parece que não há problemas, dores, e as situações desagradáveis estão somente na política. No meu curto e limitado entendimento, parece-me que falar de dificuldades afasta as pessoas. O mundo do faz-de-contas tem sido um escape muito utilizado para esconder o mundo real, e as dores da alma. O que aprender tem a ver com isso?

Pois bem, entendo que uma das facetas do contentamento genuíno está no aprendizado. Ele não é automático, instantâneo, imediato. É fruto de vivência. Podemos aprender a observar a vida de maneira mais sábia, mais próxima da visão e do propósito de Deus para nós. E assim desfrutamos do contentamento que traz cura para a alma, refrigério para dias difíceis. Como Paulo aprendeu a viver contentado, satisfeito, pleno, em qualquer circunstância?

1 – Paulo sabia que circunstâncias são passageiras, ou seja, não vão durar para sempre. Até mesmo as situações que julgamos durar para toda a vida, ficarão nesta vida. Paulo sabia bem o que dizia quando declarava que “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Ele tinha no coração que dinheiro, família, boa comida, e também doenças, inimizades, perseguições e injustiças, tudo, absolutamente tudo iria passar, mas a união com Jesus jamais passaria. Ficarmos agarrados em uma determinada situação não traz contentamento. Traz prisão.

2 – Paulo sabia também que Deus estava com ele em todas as circunstâncias, e isso lhe garantia a esperança constante de que as soluções sempre vinham. Sua visão de oração (1Ts 5.17, 18) mostrava que o servo de Deus tem segurança onde todos afirmam ser perigoso, tem beleza onde todos afirmam a feiura, tem coragem onde todos afirmam estar com medo.

3 – Paulo aprendeu, sobretudo, porque praticou. O evangelho de Paulo é o evangelho de oração, visitas, viagens, pregações, a tempo e fora de tempo. Paulo pregou e um homem dormiu, a ponto de cair da janela e morrer (At 20.7-12). Vergonha? Foi muito longo? Não. Desceu, orou, o homem foi ressuscitado. Parar e descansar? Não. Pregou até a manhã seguinte, e se foi em viagem, pois havia muito trabalho. Paulo experimentou frio, fome, açoites da vida e açoites de pessoas. A cada experiência, ele foi alvo da presença manifesta de Deus consigo. E assim, aprendeu! A cada dia, cada ano, cada pessoa, cada igreja, cada circunstância. Colocar em prática o que lemos e ouvimos garante o passo rumo à experiência e contentamento em Jesus.

Como você enxerga sua vida? Quem é Jesus dentro dela? A pressa por resolver todas as coisas não é boa companheira. Não é sábia. E muitas vezes separa o bom do excelente. Proponho a nós que oremos, aprendamos com Jesus, e em Jesus, a viver contentado em todas as situações, pois Ele tem cuidado de nós. (1Pe 5.6-8).

Que o Senhor Jesus nos eduque, e firme o sorriso em nossos rostos!!!!

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CONTENTAMENTO.

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Rev. Jefferson Marques Reinh

Palavrinha complicada essa. Embora signifique algo extremamente bom, sublime, vestido e revestido de graça, poucas pessoas se encontram nela. Contentamento. Eis aí uma das mais contraditórias das situações. Por quê?

Porque contentamento significa estar contente, satisfeito, aprazível, ou em estado de prazer, e isso é algo um tanto raro na sociedade atual. Basta um olhar mais atento nos nossos círculos de relacionamentos para poder perceber que as pessoas geralmente estão insatisfeitas. Descontentes com sua aparência, descontentes com suas amizades, descontentes com sua situação financeira, descontentes com a vida, com o governo, com a cor da parede, etc. Aliás, reclamar e criticar tem sido um “esporte” muito praticado hoje em dia.

É comum a gente querer melhorar, e não há nada errado nisso, ao contrário. Porém, se não enxergamos graça e bênçãos em tudo o que vivenciamos, nos tornamos meio distantes do propósito que Deus tem para nós. Não falo aqui de sorrir como bobo em meio a tragédias. Falo um pouco do que trata a autora presbiteriana Eleanor H. Porter, na obra Pollyanna (Pollyanna), escrita em 1913. É sim, preciso encontrar o bem, o amor e a fé, mesmo em situações extremamente difíceis. E isso racionalmente, biblicamente.

A vida é dura. Viver é complicado. E Jesus asseverou isso. Mas a Bíblia nos entrega uma chave que é exatamente a chave do contentamento. O apóstolo Paulo abordou, de forma “celestial”, esse tema na carta aos filipenses, onde a temática da alegria em meio ao sofrimento é pavimentada, para que possamos compreender nossos dias, nossos sentimentos comuns e aprendermos a estabelecer relações entre o que é passageiro e o que é eterno. Ele diz: “aprendi a viver contente em qualquer circunstância” (Fp 4.11). Logo depois, afirma: “já tenho experiência” (Fp 4.12). Isso me leva a entender que contentamento não é teórico, é vivenciado.

Já velho, experiente, Paulo educa a Timóteo, com a seguinte fala: “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Tm 6.7,8). Compreender que a vida é passageira, fugaz, e rápida, deve nos levar a vive-la com intensidade maior, com mais garra, mas também com mais gratidão e visão de que tudo passa. Tudo, inclusive as dores, as maiores tristezas, e também o dinheiro, os bens, as doenças, e até as pessoas. Logo, ser grato a Deus, por tudo, é um desafio e uma experiência que provoca o contentamento. Porque Deus não passa, e está ao nosso lado em tudo, para consolar e para sorrir conosco. Nas dores e nas conquistas, Ele está ao nosso lado. Ele é a fonte do contentamento.

O cristão precisa, em todos os momentos, vivenciar gratidão e contentamento. Não é robotizado, mas é entregar o coração ao que é Eterno. O Eterno. A experiência da oração, conversa, diálogo com Deus em sua Palavra. A experiência de orar e tomar um café com irmãos de verdade, com quem falamos e de quem ouvimos incentivo e também admoestações.

Você vive em contentamento? Eu oro por isso, hoje. Vamos falar mais sobre isso.

Deus abençoe sua vida com essa experiência!!!

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A Academia de Genebra

“Além de tudo mais, se não tivermos a nossa vocação como uma regra permanente, não poderá haver clara consonância e correspondência entre as diversas partes da nossa vida. Assim, será muito bem ordenada e dirigida a vida de quem a conduzir tendo em vista esse propósito. Desse modo de entender e de agir nos resultará esta singular consolação: Não há obra, por mais humilde e humilhante que seja, que não brilhe diante de Deus e que não lhe seja preciosa, contanto que a realizemos no serviço e cumprimento da nossa vocação” – João Calvino (1).

“O profeta nos ensina que é nosso penhorado dever usar nosso empenho para que haja sucessão contínua de pessoas que comuniquem a instrução da verdade divina” – João Calvino (2).

João Calvino (1509-1564) que estudara nos Collège de la Marche (3), Collège de Montaigu (4), Universidade de Orléans e Universidade de Bourges, tendo como mestres alguns dos grandes professores de sua época (5), conhecia bem a dureza (Montaigu), estrutura e rotina universitárias. Antes de ser um teólogo ele fora um humanista (6). A sua filosofia de ensino reflete a sua apurada formação e maturidade intelectual (7) dentro de um referencial que partia das Escrituras, tendo a soberania de Deus como princípio orientador, e a glória de Deus como fim de todas as coisas, inclusive de nosso saber (8).

1. Os Primórdios.

Já na sua primeira permanência em Genebra (1536-1538), insistiu junto aos conselhos para melhorar as próprias condições do ensino, bem como os recursos das escolas. Ele apresentou ao conselho municipal um projeto educacional (1536) gratuito que se destinava a todas as crianças, meninos e meninas (9), tendo um grande apoio público. Desta proposta surgiu o Collège de Rive. Temos aqui o surgimento da primeira escola primária, gratuita e obrigatória de toda a Europa (10): “Popular, gratuita e obrigatória” (11). No entanto o Collège de Rive encerrou suas atividades durante o período de Calvino em Estrasburgo (1538-1541), sendo reativado com a sua volta definitiva para Genebra (1541) (12).

2. A Academia: Origem Modesta.

A partir de 1541, com todas as lutas que enfrentou em Genebra, pôde, contudo, reestruturar o sistema educacional desta cidade. Visto que o Estado estava empobrecido, apelou para doações e legados (13). Fiel ao seu princípio de que “… as escolas teológicas (são) berçários de pastores” (14), Calvino, que havia trabalhado com Johannes Sturm (1507-1589) em Estrasburgo (15)(1538-1541),  criou uma academia em Genebra (16) (Schola Privata (17) e a Schola Publica), sendo em 5/6/1559 o culto inaugural no templo de Saint-Pierre (18). Como diz Compayré, a academia teve uma origem modesta (19). Calvino, no entanto, esforçou-se por constituir um corpo docente competente (20) e foi ajudado neste propósito por um incidente político. Alguns ministros de Lausanne, que em 1558 haviam protestado contra a proposição de Berna a respeito da autoridade secular, foram depostos em janeiro de 1559, vindo para Genebra (21). No entanto, a academia no seu início teve apenas cinco professores: João Calvino e Theodore Beza (1519-1605) que revezavam no ensino de Teologia; Antoine-Raoul Chevalier ou Le Chevalier (1507-1572), professor de hebraico, François Bérauld, professor de grego e Jean Tagaut († 1560), professor de artes (filosofia) (22).

A base da formação educacional em Genebra era a Bíblia. Competia à família (23) (apesar de suas limitações iniciais), e ao Estado o cuidado com a educação. No entanto, a igreja tinha um papel especialíssimo. “Por essa razão, os ministros da Palavra assumiriam a tarefa da educação nas escolas elementares e nos colégios de Genebra” (24).

A academia (Schola Privata (25) e a Schola Publica) iniciou com 600 alunos, aumentando já no primeiro ano para 900 (26) — a quem coube a educação dos protestantes da língua francesa, atingindo, em sua maioria, alunos estrangeiros vindos da França, Holanda, Inglaterra, da Alemanha, da Itália e de outras cidades da Suíça (27). Calvino não concebia a academia distante da igreja, antes, sustentava dois princípios fundamentais: a unidade da academia bem como sua união íntima com a Igreja (28). Com este propósito, todos os professores estavam sob a jurisdição disciplinar da igreja devendo subscrever a confissão de fé adotada (29).

A instituição estava dividida em duas partes principais: A Schola Privata, que dividida em sete séries equivalia ao colégio (gymnasium) e destinava-se aos jovens de até 16 anos, e a Schola Publica ou Academia, que continuava o colégio, ministrando ensino superior (30). O currículo incluía disciplinas tais como: teologia, hebraico, grego, filosofia, matemática e retórica. Entre outros, eram estudados autores gregos e latinos, como: Heródoto, Xenofonte, Homero, Demóstenes, Plutarco, Platão, Cícero, Virgílio e Ovídio (31). Nas Institutas escreveu: “Admito que a leitura de Demóstenes ou Cícero, de Platão ou Aristóteles, ou de qualquer outro da classe deles, nos atrai maravilhosamente, nos deleita e nos comove ao ponto de nos arrebatar” (32).

Com o estabelecimento da academia, o historiador Charles Borgeaud (1861-1941), antigo professor da Universidade de Genebra, disse que “Esta foi a primeira fortaleza da liberdade nos tempos modernos” (33).

3. Escola Missionária.

Genebra se tornaria também um grande centro missionário, uma verdadeira “escola de missões”. Os foragidos que lá se instalaram, puderam, posteriormente, levar para os seus países e cidades o Evangelho ali aprendido (34). “O estabelecimento da academia foi em parte realizado por causa do desejo de suprir e treinar missionários evangélicos”, informa-nos Mackinnon (35). Destacamos que, com exceção de Isaías, todos os comentários de Calvino sobre os profetas “consistem em sermões direcionados a alunos em treinamento para o trabalho missionário, principalmente na França” (36).

Acontece que o envio de missionários para outras cidades e países era uma questão delicada para a qual a Companhia de Pastores manteve, enquanto pôde, sigilo absoluto até mesmo do Conselho Municipal (37).Os nomes dos missionários eram em geral mantidos em sigilo. A primeira vez (38) que tais nomes são mencionados na Companhia de Pastores de Genebra foi em 22 de abril de 1555, Jehan Vernoul e Jehan Lauvergeat, enviados para as igrejas dos vales de Piemonte e Jacques Langlois Tours, Lausanne e Lyon, onde seria martirizado em 1572 (39).

Outro exemplo: o envio de dois ministros para a missão no Brasil, em resposta ao apelo de Villegagnon (40),é descrita de forma sumaríssima. O registro simplesmente menciona (25/08/1556) que Pierre Richier († 1580) (41) e M. Guillaume Charretier (Chartier) (42) foram enviados (43). A própria correspondência que vinha dos franceses no Brasil para Calvino, recorria a algum de seus pseudônimos (44).

4. Missão Como Vocação.

A proclamação do Evangelho objetiva glorificar a Deus: “O nome de Deus nunca é melhor celebrado do que quando a verdadeira religião é extensamente propagada e quando a Igreja cresce, a qual por essa conta é chamada ‘plantações do Senhor, para que ele seja glorificado’ [Is 61.3]”(45).

Este objetivo da academia faz jus à compreensão missionária de Calvino. Considerando que o reino de Deus envolve todos os povos — Jesus Cristo não foi enviado apenas aos judeus (46) —, a mensagem do Evangelho deve ser anunciada a todos. Comentando 1Timóteo 2.4, Calvino afirma: “… nenhuma nação da terra e nenhuma classe social são excluídas da salvação, visto que Deus quer oferecer o Evangelho a todos sem exceção” (47). À frente: “Aqueles que se encontram sob o governo do mesmo Deus não são excluídos para sempre da esperança de salvação” (48). Por isso, “O Senhor ordena aos ministros do Evangelho (que preguem) em lugares distantes, com o propósito de espalhar a doutrina da salvação em cada parte do mundo” (49).

Analisando uma das implicações da petição “venha o Teu Reino”, comenta: “Portanto, nós oramos pedindo que venha o reino de Deus; quer dizer, que todos os dias e cada vez mais o Senhor aumente o número dos seus súditos e dos que nele creem…” (50).

Em outro lugar, acrescenta: “Não existe outra forma de edificar a igreja de Deus senão pela luz da Palavra, em que o próprio Deus, por sua própria voz, aponta o caminho da salvação. Até que a verdade brilhe, os homens não podem se unir juntos, na forma de uma verdadeira Igreja” (51).

Comentando o Salmo 96, Calvino sustenta que:

“… O salmista está exortando o mundo inteiro, e não apenas os israelitas, ao exercício da devoção. Isso não poderia ser efetuado, a menos que o evangelho fosse universalmente difundido como meio de comunicar conhecimento de Deus. (…) O salmista notifica, consequentemente, que o tempo viria quando Deus erigiria seu reino no mundo de uma maneira totalmente imprevista. Ele notifica ainda mais claramente como ele procede, ou seja: que todas as nações partilhariam do favor divino. Ele convoca a todos a anunciarem sua salvação e, desejando que a celebrassem dia após dia, insinua que ela não era de uma natureza transitória ou evanescente, mas que duraria para sempre” (52).

Devemos trabalhar com urgência dentro da esfera que nos foi confiada por Deus. O que não nos pertence deixemos onde está de modo firme e seguro: sob os cuidados de Deus. Portanto, “como nós não sabemos quem são os que pertencem ou deixam de pertencer ao número e companhia dos predestinados, devemos ter tal afeto, que desejemos que todos se salvem e assim, procuraremos fazer a todos aqueles que encontrarmos, sejam participantes de nossa paz (…). Quanto a nós concerne, deverá ser a todos aplicada, à semelhança de um remédio, salutar e severa correção, para que não pereçam eles próprios, ou a outros não percam. A Deus, porém, pertencerá fazê-la eficaz àqueles a quem preconheceu e predestinou” (53).

O nosso trabalho deve ser feito com total confiança em Deus, sabendo que cabe a ele converter o coração do homem, e que a rejeição do Evangelho neste momento não implica necessariamente na rejeição absoluta. Esta convicção nos estimula a trabalhar com fervor e alegre perseverança: “Visto que a conversão de uma pessoa está nas mãos de Deus, quem sabe se aqueles que hoje parecem empedernidos subitamente não sejam transformados pelo poder de Deus em pessoas diferentes? E assim, ao recordarmos que o arrependimento é dom e obra de Deus, acalentaremos esperança mais viva e, encorajados por essa certeza, aceleraremos nosso labor e cuidaremos da instrução dos rebeldes. Devemos encará-lo da seguinte forma: é nosso dever semear e regar e, enquanto o fazemos, devemos esperar que Deus dê o crescimento (1Co 3.6). Portanto, nossos esforços e labores são, por si sós, infrutíferos; e no entanto, pela graça de Deus, não são infrutíferos” (54). A nossa responsabilidade: “… é nosso dever proclamar a bondade de Deus a toda nação” (55).

Considerações Finais.

A academia tornou-se grandemente respeitada em toda a Europa; o grau concedido aos seus alunos era amplamente aceito e considerado em universidades de países protestantes como, por exemplo, na Holanda. O historiador católico Marc Venard, comenta que a academia “será daí em diante um viveiro de pastores para toda a Europa reformada” (56). A academia contribuiu em grandes proporções para fazer de Genebra “um dos faróis do Ocidente” admite Daniel-Rops (57). A formação dada em Genebra era intelectual e espiritual; os alunos participavam dos cultos das quartas-feiras bem como em todos os três cultos prestados a Deus no domingo (58). Um escritor referiu-se a Genebra deste modo: “Deus fez de Genebra sua Belém, isto é, sua casa do pão” (59).

Sem dúvida, entre os Reformadores, Calvino foi quem mais amplamente compreendeu a abrangência das implicações do Evangelho, nas diversas facetas da vida humana (60), entendendo que “o Evangelho não é uma doutrina de língua, senão de vida. Não pode assimilar-se somente por meio da razão e da memória, senão que chega a compreender-se de forma total quando ele possui toda a alma, e penetra no mais íntimo recesso do coração” (61). Por isso, ele exerceu poderosa influência sobre a Europa e Estados Unidos. Schaff chega dizer que Calvino “de certo modo, pode ser considerado o pai da Nova Inglaterra e da república Americana” (62).

Fonte: TeologiaBrasileira.com.br

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(1) João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, Vol. IV, (IV.17). p. 225.
(2) João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, Vol. 3 (Sl 78.6), p. 200.
(3) McGrath discute a possibilidade de esta interpretação tradicional ser equivocada. Em sua opinião, Calvino não estudou no Collège de la Marche (Ver: Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004, p. 37-43).
(4) As regras do Collège de Montaigu eram bastante rígidas e a alimentação precária. É famosa a descrição de Erasmo a respeito desta escola. Entre outros trabalhos, veja-se: D. Erasmus, The Colloquies of Erasmus, Chicago: The University of Chicago Press, 1965, p. 351-353. A partir daí: Roland H. Bainton,Erasmo da Cristandade, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, (1988), p. 39ss.; Alister McGrath, A Vida de João Calvino, p. 44-45. Para um estudo detalhado de Montaigu, a obra clássica é: Marcel Godet, La Congrégation de Montaigu, Paris: Libraire Ancienne Honoré Champion, 1912, 220p.
(5) Ver: Hermisten M.P. Costa, Raízes da Teologia Contemporânea, São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 89-92
(6) Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, Genève: Georg & Cº, Libraires de L’Université, 1900, p. 21.
(7) Ford L. Battles, Interpreting John Calvin, Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 1996, p. 47.
(8) “Não busquemos as cousas que são nossas, mas aquelas que não somente sejam da vontade do Senhor, como também contribuam para promover-lhe a glória” (João Calvino, As Institutas, III.7.2). “Não há glória real senão em Deus” (João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (1Tm 1.17), p. 46). Veja-se o verbete “Glória”, In: Hermisten M.P. Costa, Calvino de A a Z, São Paulo: Vida, 2006, p. 138-140.
(9) Como curiosidade menciono que no Brasil, a primeira escola para moças foi aberta no Rio de Janeiro, capital no Império, em 1816. (Vejam-se: Laurence Hallewell, O Livro no Brasil: sua história, São Paulo: T.A. Queiroz/EDUSP, 1985, p. 87; Luiz Agassiz; Elizabeth C. Agassiz, Viagem ao Brasil: 1865-1866, Belo Horizonte: Itatiaia/Editora da Universidade de São Paulo, 1975, p. 292-293).
(10) John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, New York: Oxford University Press, 1954, p. 135. Inter alia: Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 16-18; Lorenzo Luzuriaga, História da Educação Pública, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959, p. 1, 5-6; Elmer L. Towns, John Calvin. In: Elmer L. Towns, ed. A History of Religious Educators, Michigan: Baker Book House, 1985, p. 168-169; Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 804.
(11) Eugène Choisy, L’ État Chrétien Calviniste: Genève au XVIme siècle. Genève: Librairie Georg & Cia, 1909, p. 9.
(12) Ford L. Battles, Interpreting John Calvin, p. 61-62; John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, p. 192; Robert W. Pazmiño, Temas Fundamentais da Educação Cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 149.
(13) Calvino pessoalmente chegou a sair pedindo donativos de casa em casa para a escola. Vejam-se: André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 192-193; Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 804-805; Ronald S. Wallace, Calvino, Genebra e a Reforma, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, p. 88. Veja-se, também, L. Luzuriaga, História da Educação e da Pedagogia, 17ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987, p. 108-116; Ruy A. C. Nunes, História da Educação no Renascimento, São Paulo: EPU/EDUSP, 1980, p. 97-102; T.R. Giles, História da Educação, São Paulo: EPU, 1987, p. 119-128; Wilson C. Ferreira, Calvino: Vida, Influência e Teologia, Campinas, SP: Luz para o Caminho, 1985, p. 193,196.
(14) João Calvino, As Pastorais, (1Tm 3.1) p. 82. Schaff usa essa expressão referindo-se à academia de Genebra, um “berçário de pregadores evangélicos” (Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 820).
(15) Ver: W. Stanford Reid, Calvin and the Founding of the Academy of Geneva: In: Westminster Theological Journal, 18, (1955), p. 5. Em Estrasburgo, diferentemente de Genebra, a “escolarização era uma prioridade suprema” e “alguns dos maiores especialistas em educação daquele tempo estavam trabalhando ali” (Ronald S. Wallace, Calvino, Genebra e a Reforma, p. 87). O próprio Johannes Strurm, que foi para Estrasburgo em 1536, criou e organizou o sistema educacional (junho de 1537), organizando o Ginásio de Estrasburgo, fundado em 22/03/1538, sendo o seu primeiro reitor e mantendo-se neste cargo por 43 anos. O seu lema era: “piedade sábia e eloquente” (sapiens atque eloquens pietas) (Cf. Ruy A. da Costa Nunes, História da Educação no Renascimento, p. 182. Ver também: W. Stanford Reid, Calvin and the Founding of the Academy of Geneva: In: Westminster Theological Journal, 18, (1955), p. 5).
(16) Aprovada a criação em 16/03/1559.
(17) Esta com 280 alunos (Cf. Diener-Wyss Apud Gabriele Greggersen, Perspectivas para a Educação Cristã em João Calvino. In: Fides Reformata, São Paulo: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, 7/2 (2002) 61-83, p. 69).
(18) Data da sessão solene de inauguração, presidida por Calvino (Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, Genève: Georg & Cº, Libraires de L’Université, 1900, p. 48). Na ocasião estavam presentes todo Conselho e os ministros. Calvino rogou a bênção de Deus sobre a academia, a qual estava sendo dedicada à ciência e religião. Michael Roset, o secretário de Estado, leu a Confissão de Fé o os estatutos da escola preparados por Calvino que regeriam a instituição (Leges academiae genevesis). Beza foi proclamado reitor, ministrando uma aula inaugural em latim. A reunião foi encerrada com uma breve palavra de Calvino dita em francês e oração pelo próprio (Cf. Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 48-49). John Knox (1515-1572), antigo aluno da academia, escreveria mais tarde a uma amiga (1556), dizendo ser a Igreja de Genebra “a mais perfeita escola de Cristo que jamais houve na terra desde os dias dos Apóstolos” (John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, p. 178). Schaff observa que havia uma faculdade em Genebra, desde 1428, chamada “Faculdade Versonnex” (L’école de Versonnex), que se destinava à preparação de clérigos; no entanto, ela havia entrado em decadência, sendo reorganizada por Calvino em 1541. A instrução era gratuita (Veja-se: Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, Genève: Georg & Cº, Libraires de L’Université, 1900, p. 13-18). Ainda segundo Schaff, Calvino incentivou a educação fundando diversas escolas estrategicamente distribuídas na cidade. As taxas eram baixas até que foram abolidas (1571) conforme pedido de Beza. Ele desejava criar uma grande universidade, todavia, os recursos da República eram pequenos para isso, assim ele se limitou à academia. Contudo até para criar a academia ele teve de pedir donativos de casa em casa, conseguindo arrecadar a soma respeitável de 10,024 guilders de ouro. Também, diversos estrangeiros que ali residiam contribuíram generosamente, havendo também um genebrino, Bonivard, que doou toda a sua fortuna à instituição (Cf. Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 804-805; Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 214).
(19) Gabriel Compayré, Histoire Critique des Doctrines de L’Éducation en France Depuis le Seizième Siècle, 2ª ed. Paris: Librairie Hachette Et Cie. 1880, Vol. I, p. 149.
(20) O Rev. Chamberlain, iniciador do que seria conhecida como Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1875 escreve à Board pleiteando a criação da Escola Normal com o objetivo de formar futuros professores. Argumenta “O problema mais difícil de solver na administração de um colégio (…)[é] (…) obter e conservar um corpo magistral que se dedique, com amor, ao ensino. A importância e proficuidade duma escola estão na razão direta do valor pessoal do professor. Tal mestre, tal escola. Nada valerão as escolas sem bons mestres; a personalidade do mestre como que passa para a escola e vê-se refletida em cada aluno como um semblante reproduzido em espelho facetado. Os mais belos programas e previdentes instruções se inutilizam e tornam-se ineficazes; os mais engenhosos métodos se desnaturam e viçosas esperanças se esvaecem, se o mestre for o que cumpre ser” (Apud Benedicto Novaes Garcez, O Mackenzie, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1970, p. 66-67. Veja-se, também: Boanerges Ribeiro, Protestantismo e Cultura Brasileira, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1981, p. 241).
(21) Cf. John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, p. 193; André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 192; Ford L. Battles, Interpreting John Calvin, Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 1996, p. 62.
(22) Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 64-68; 638; Gabriel Compayré, Histoire Critique des Doctrines de L’Éducation en France Depuis le Seizième Siècle, Vol. I, p. 149; W. Stanford Reid, Calvin and the Founding of the Academy of Geneva: In: Westminster Theological Journal, 18, (1955), p. 10.
(23) Veja-se: Robert W. Pazmiño, Temas Fundamentais da Educação Cristã, p. 148-149.
(24) Heber Carlos de Campos, A “Filosofia Educacional” de Calvino e a Fundação da Academia de Genebra. In: Fides Reformata, 5/1 (2000) 41-56, p. 45.
(25) Esta com 280 alunos (Cf. Diener-Wyss Apud Gabriele Greggersen, Perspectivas para a Educação Cristã em João Calvino. In: Fides Reformata, 7/2 (2002) 61-83, p. 69).
(26) Cf. Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 805. Em 1564 a Schola Privata contaria com cerca de 1200 alunos e a Schola Publica com aproximadamente 300 alunos (Cf. Wilson C. Ferreira, Calvino: Vida, Influência e Teologia, p. 196; A. Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 192; Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, São Paulo: Quadrante, 1996, p. 413; Gabriele Greggersen, Perspectivas para a Educação Cristã em João Calvino. In: Fides Reformata, 7/2 (2002) 61-83, p. 69.
(27) Genebra chegou a abrigar mais de 6 mil refugiados vindos da França, Itália, Inglaterra, Espanha e Holanda (Cf. Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 802), aumentando este número com os estudantes que para lá se dirigiram com a fundação da academia de Genebra (1559). Lembremo-nos de que a população de Genebra era de 9 a 13 mil habitantes; 9 mil segundo Reid (W.S. Reid, A Propagação do Calvinismo no Século XVI: In: W. Stanford Reid, ed. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 52; 12 mil conforme McNeill (J.T. McNeill, Los Forjadores del Cristianismo, Buenos Aires: La Aurora/Casa Unida de Publicaciones, (1956), Vol. II, p. 211); 13 mil de acordo com Nichols (Robert H. Nichols, História da Igreja Cristã, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1978, p. 164); em torno de 10 mil (William G. Naphy, Calvin and the Consolidation of the Genevan Reformation, Louisville: Westminster John Knox Press, 2003, p. 21, 36). O fato é que em 1550 Genebra dispunha de 13.100 habitantes, saltando para 21.400 em 1560. Dez anos depois, em 1570, a população voltaria a 16.000. A casa dos 20 mil habitantes só seria ultrapassada em 1720, atingindo 20.800 (Cf. Alfred Perrenoud, La Population de de Genève du Seizième au Début Du Dix-Neuvième Siècle: Étude Démographique, Genève: Libraririe A. Jullien, 1979, Vol. 1, p. 37). Schaff apresenta dados mais específicos relativos a cada período: cerca de 12 mil habitantes no início do século XVI, aumentando para mais de 13 mil em 1543, tendo um surto de crescimento de 1543 a 1550, quando a população saltou para 20 mil (Philip Schaff, History of the Christian Church, VIII, p. 802). Segundo McGrath, em 1550 a população foi estimada em 13.100 habitantes. Em 1560 era de 21.400 habitantes. (Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, p. 145). Biéler estima 10.300 habitantes em 1537, chegando a 13.000 em 1589 (André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 216, 220, 251 (nota 514)). Innes sugere: 11.500 (1532); 10.300 (1537), 15.000 em 1559 e 13.000 em 1589 (William C. Innes, Social Concern in Calvin’s Geneva, Pennsylvania: Pickwick Publications, 1983, p. 301).
(28) Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 79.
(29) Elmer L. Towns, John Calvin. In: Elmer L. Towns, ed. A History of Religious Educators, p. 170.
(30) Vejam-se: Ronald S. Wallace, Calvino, Genebra e a Reforma, p. 88; Gerald L. Gutek, Historical and Philosophical Foundations of Education: A Biographical Introduction, 3ª ed, Columbus, Ohio: Merril Prentice Hall, 2001, p. 92; W. Stanford Reid, Calvin and the Founding of the Academy of Geneva: In: Westminster Theological Journal, 18, (1955), p. 11-17; Edson Pereira Lopes, O Conceito de Teologia e Pedagogia na Didática Magna de Comenius, São Paulo: Editora Mackenzie, 2003, p, 67-70; Heber Carlos de Campos, A “Filosofia Educacional” de Calvino e a Fundação da Academia de Genebra. In: Fides Reformata, 5/1 (2000) 41-56, p. 51-52.
(31) Vejam-se: Philip Schaff, History of the Christian Church, Vol. VIII, p. 805; Ronald S. Wallace, Calvino, Genebra e a Reforma, p. 88; Gerald L. Gutek, Historical and Philosophical Foundations of Education: A Biographical Introduction, 3ª ed, Columbus, Ohio: Merril Prentice Hall, 2001, p. 92.
(32) João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, Vol. I, I.24. p. 74. Ver também: Heber Carlos de Campos, A “Filosofia Educacional” de Calvino e a Fundação da Academia de Genebra. In: Fides Reformata, 5/1 (2000) 41-56, p. 51.
(33) Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève, p. 83.
(34) Para mais detalhes, ver: Hermisten M.P. Costa, A Academia de Genebra e a Evangelização. In: Brasil Presbiteriano, São Paulo: Cultura Cristã, janeiro de 2009, p. 4-5.
(35) James MacKinnon, Calvin and the Reformation, Londres: Penguin Books, 1936, p. 195.
(36) T.H.L. Parker em Prefácio à Versão Inglesa do Comentário de Daniel (João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, Vol. 1, p. 13).
(37) Vejam-se detalhes em Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 211-213.
(38) Cf. Alister E. McGrath, A Vida de João Calvino, p. 211.
(39) Robert-M. Kingdon, Registres de La Compagnie dês Pasteurs de Genève au Tempos de Calvin, Genève: Librairie E. Droz, 1962, p. 62-63.
(40) Cf. Jean de Léry, Viagem à Terra do Brasil, 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, (1960), p. 51-52. Léry narra que “Ao receber as suas cartas e ouvir as notícias trazidas, a igreja de Genebra rendeu antes de mais nada graças ao Eterno pela dilatação do reino de Jesus Cristo em país tão longínquo, em terra estranha e entre um povo que ignorava inteiramente o verdadeiro Deus” (p. 51).
(41) Antes de aderir ao protestantismo era monge carmelita e doutor em teologia. Calvino achava que ele tinha algum problema no cérebro (Carta a Farel de 14/02/1558). Carta 2814. In: Herman J. Selderhuis, ed., Calvini Opera Database 1.0, Netherlands: Instituut voor Reformatieonderzoek, 2005, Vol. 17).
(42) Posteriormente Calvino demonstrou ter dúvida quanto à integridade de Chartier (Carta a Macarius de 15/03/1558). Carta 2833. In: Herman J. Selderhuis, ed., Calvini Opera Database 1.0, Netherlands: Instituut voor Reformatieonderzoek, 2005, Vol. 17). Macarius (pastor Jean Macard), no entanto, depois de investigar, atesta a fidelidade de Chartier (Cartas de Macarius a Calvino de 21/03/1558 e 27/03/1558). Cartas 2838 e 2841. In: Herman J. Selderhuis, ed., Calvini Opera Database 1.0, Netherlands: Instituut voor Reformatieonderzoek, 2005, Vol. 17).
(43) Robert-M. Kingdon, Registres de La Compagnie dês Pasteurs de Genève au Tempos de Calvin, Genève: Librairie E. Droz, 1962, p. 68.
(44) Vejam-se Frans L. Schalkwijk, O Brasil na Correspondência de Calvino. In: Fides Reformata, São Paulo: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, IX/1 (2004) 101-128. Vejam-se também as explicações a respeito dos pseudônimos e fac-similes das respectivas assinaturas in: Emile Doumergue, Jean Calvin: Les hommes et les choses de son temps, Lausanne: Georges Bridel & Cie Editerurs, 1899, Vol. 1, p. 558-573 (Apêndice nº VIII).
(45) João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Edições Parakletos, 2002, Vol. 3, (Sl 102.21), p. 581.
(46) Cf. John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, 1996 (Reprinted), Vol. VII, (Is 2.4), p. 99. Do mesmo modo: John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), (Mq 4.3), p. 101.
(47) João Calvino, As Pastorais (1Tm 2.4), p. 60. Ver também: John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, 1996 (Reprinted), Vol. XII, (Ez 18.23), p. 246-249.
(48) João Calvino, As Pastorais (1Tm 2.5), p. 62.
(49) John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, 1996 (Reprinted), Vol. XVII, (Mt 28.19), p. 384.
(50) João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, Vol. 3, (III.9), p. 124.
(51) Ver: John Calvin, Commentary on the Prophet Micah. In: John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), (Mq 4.1-2), p. 101.
(52) João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, Vol. 3, (Sl 96.1), p. 514-515.
(53) João Calvino, As Institutas, São Paulo: Cultura Cristã, 1999, III.23.14.
(54) João Calvino, As Pastorais, (2Tm 2.25), p. 246-247.
(55) John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, 1996 (Reprinted), Vol. VII, (Is 12.5), p. 403.
(56) Marc Venard, O Concílio Lateranense V e o Tridentino. In: Giuseppe Alberigo org. História dos Concílios Ecumênicos, São Paulo: Paulus, 1995, p. 339. Do mesmo modo escreve Willemart: “Genebra torna-se o centro de formação dos pastores que serão enviados para todas as comunidades francesas e que permitirão a unidade da Igreja Evangélica Reformada” (Philippe Willemart, A Idade Média e a Renascença na literatura francesa, São Paulo: Annablume, 2000, p. 42).
(57) Daniel-Rops, A Igreja da Renascença e da Reforma: I. A reforma protestante, p. 414.
(58) Cf. Charles W. Baird, A Liturgia Reformada: Ensaio histórico, Santa Bárbara D’Oeste: SOCEP, 2001, p. 29.
(59) Apud Charles W. Baird, A Liturgia Reformada: Ensaio histórico, p. 30.
(60) Vejam-se: André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 28; Wilson C. Ferreira, Calvino: Vida, Influência e Teologia, p. 188-189.
(61) John Calvin, Golden Booklet of the True Christian Life, 6ª ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1977, p. 17.
(62) P. Schaff, The Creeds of Christendom, Vol. I, p. 445.

GÊNESIS: O PRINCÍPIO DOS PRINCÍPIOS.

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Gênesis: O Princípio dos Princípios (atualizado em abril/2018)

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