UMA VEZ SALVO, VALE TUDO?!

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Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma vez salvo, salvo para sempre! Essa frase encontra problemas em qualquer ramo da fé protestante. Para os arminianos, o crente pode perder a salvação, e isso demonstra o pensamento de que a salvação é conquistada por esforços e méritos humanos, o que é totalmente contrário à Bíblia. Para calvinistas, o problema está no “uma vez salvo”. Por quê?

Uma verdade que tristemente acompanha as igrejas calvinistas (presbiterianos, parte dos congregacionais, parte dos batistas, menonitas) é a questão de que muitos crentes usam dessa premissa de que o crente não perde a sua salvação eterna para dar lugar à carnalidade, à licenciosidade, vida de pecados “aceitáveis” e uma tremenda frieza na fé.

Vemos isso costumeiramente, para nossa tristeza e vergonha. O indivíduo se julga inatingível, e age como um pagão, se envolve em práticas que a bíblia manda se afastar (bebedeiras, mentiras, maus tratos ao próximo, convívio com maledicência, convívio com o mundanismo (inclusive com filmes e séries de tv que julgamos estarem no nível da “cultura”), frequência a ambientes sabidamente ruins e carnais. E o pior: a displicência à casa do Senhor, a falta de consagração ao Dia do Senhor. Tudo isso sob a argumentação falaciosa de que “sou salvo” ou posso conviver com a “graça comum”.

O apóstolo Paulo condena veementemente este tipo de conduta, escrevendo aos romanos, no capítulo 6, versos 1 e 2. “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” Ele refuta o conceito de que se somos salvos, estamos seguros para fazer o que nossa carne desejar, pois assim Deus nos dará mais de sua graça e perdão. “De modo nenhum”, ele assevera.

Como fica essa situação de “uma vez salvo, salvo para sempre”, diante dessa infeliz situação colocada acima? Observemos o engano que muitos caem ao apenas dizerem um “sim” num momento de apelo, sem reflexão, ou no engano de se verem como filhos de crentes, então são “crentinhos”. Na realidade, não experimentaram o “uma vez salvo”. Estão realmente se enganando sobre sua salvação, apoiando-se numa falácia. O que fazer, então?

A primeira questão é se colocar diante do Espírito Santo de Deus. Ele sonda e nos convence de nossa situação (Jo 16.8) e Ele é quem nos salva. Além disso, usando uma admoestação de Aiden W. Tozer, para vencer os pecados, devemos dar nomes a eles. Se sou ladrão, se sou escravo de pensamentos ou atitudes pornográficas, se sou maledicente, fofoqueiro, ou resmungão, devo colocar isso de forma clara diante do Senhor, para ser curado, mas também para aprender a me policiar.

E ainda devo lutar diariamente por crescer no Senhor e diante dos homens, como SALVO (Fp 2.12,13).

De fato, uma vez salvo, salvo para sempre (Fp 1.6; 2.13; Jo 6.37-39; Sl 121 e tantos outros). Mas, ao contrário do que vemos, o salvo edifica-se e santifica-se cada vez mais, para a glória de Deus. Pense nisso, e assuma cada vez mais a sua parte no Reino de Deus! O Senhor te abençoe!

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30 ANOS: A QUEM HONRA, HONRA!

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Rev. Jefferson Marques Reinh

Hoje é um dia de gratidão a Deus. Há 30 anos atrás, em janeiro de 1988, o Rev. Eloy Heringer Frossard chegava ao púlpito da Primeira Igreja Presbiteriana, assumindo como pastor efetivo, e iniciando uma jornada de muitas experiências marcantes e participando de milhares de histórias na vida dos membros da igreja e da cidade de Juiz de Fora.

Quantos sermões, Pastor? Se fizermos uma conta de cerca de 60 ou 70 sermões por ano (e normalmente é mais que isso), são mais sermões que capítulos bíblicos (a Bíblia possui 1189 capítulos) pregados em nosso púlpito. Quantas pessoas ouviram a exposição bíblica com fidelidade, quantas palavras que transformaram a história de ouvintes, quantas conversões a Jesus Cristo! A isso somem-se os estudos bíblicos, aulas de EBD, palestras, cultos nos lares, cursos…

Quantos casamentos, reverendo? Muitas famílias se formaram, colocando alianças sob a orientação do Rev. Eloy. Centenas de lares, hoje já são sólidos, veem as gerações se formando, e hoje batizam seus pequenos ou grandes, e iniciaram suas trajetórias debaixo das exortações do reverendo. Quantos álbuns de casamento também contam a caminhada do pastor, no início de cachos negros, esbelto, hoje já grisalho, e não tão esbelto (rsrs)…

E quantas viradas na vida ministerial, hein? No início, um grupo pequeno, mas com o passar do tempo e muito trabalho, foi crescendo, se transformando, e trazendo consigo desafios, sonhos, projetos, e mais desafios, mais demandas. Do pastor de pouco tempo de ordenação, o Senhor forjou um pastorado cheio de aventuras, e muitas situações que despertaram choro e sorrisos, expectativas e grandes celebrações. Quantas vigílias, acampamentos, quantas campanhas de evangelização! O despertar do “Angels” que marcou o fim de ano da cidade por cerca de 10 anos. Projetos como o “Novo Viver” faziam as igrejas do PJIF se juntarem para evangelizar no calçadão da rua Halfeld, nas manhãs de sábado dos anos 90. Quantas viagens com o Coral da Igreja, o Conjunto “Novo Canto”, ou tomando conta dos jovens e sua banda de barulhentos em escolas, nas praças, festivais de música.

Irmãos vieram e também se foram, muitos hoje na Glória, presbíteros chegaram e se foram, diáconos também. Companheiros de ministério viram sua jornada, o Presbitério de Juiz de Fora cresceu, se multiplicou. A influência na formação e liderança dos primeiros anos do Conselho de Pastores de Juiz de Fora até hoje é reconhecida. E também a firmeza e resistência diante de crises, não esmorecendo e reanimando a Igreja a perseverar e avançar.

Parafraseando o escritor aos Hebreus: “E que mais direi? Falta tempo para referir a tantas situações…” Mas, em tantas situações, o que mais se destaca é que o caráter e a lealdade à Palavra de Deus são marcas absolutas de seu ministério. Sua dedicação, honradez, simplicidade e tranquilidade são cativantes e colorem o ministério muito vitorioso. Aqui, então, cabe a nós, suas ovelhas e companheiros de fé, agradecer a Deus, louvá-Lo pelo privilégio que Ele concede a esta Igreja de ter o senhor como nosso líder e pastor, rogando que esta história se renove por muitos anos ainda, e que venham muitas novas aventuras na fé, na amizade, no amor cristão!

Deus o abençoe, Rev. Eloy. Nós o amamos muito! Feliz 30 anos de Primeira Igreja!!!

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PERDI A SALVAÇÃO?!

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Perdi a Salvação? Por quê Essa Crise?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma questão que de vez em quando abate o cristão é se ele de fato é salvo eternamente. Muitas vezes seu coração está abalado, e ele então se pergunta: “sou mesmo salvo?” Deus o abandonou? O que acontece?

Nossa doutrina bíblica é clara em afirmar que o cristão verdadeiro jamais perde sua salvação. Jamais!

Porém, aqui é preciso considerar algumas questões. A primeira é que o cristão deve ser genuíno, e isso significa ter convicção de ter sua vida entregue ao Senhor Jesus, e decididamente ter um entendimento, ainda que simples, dessa convicção. Ou seja, perder a salvação não se perde, mas é preciso antes ter a salvação verdadeiramente. A salvação é algo muito sério, e por isso não devemos declarar qualquer um como salvo a partir de uma experiência emocional, ou um simples “sim” em um apelo.

Na realidade, a salvação é um ato de Deus que declara o salvo, mas é confirmada através de um processo de santificação. E esse é o segundo aspecto essencial, a salvação é um ato de Deus, Ele é quem salva. Vejamos então os versículos de Jn 2.9 (Ao Senhor pertence a salvação); Ef 2.8-10 (isso não vem de vós, é dom de Deus). O cristão não pode perder a salvação, até porque não é ele que ganha ou conquista por méritos, mas sim veio de Deus.

Então, se não perdemos a salvação, por que enfrentamos as crises? Os “vazios”? Os medos? Bem, o apóstolo Paulo escreve que nada pode nos separar do amor de Deus, experimentado através de Jesus Cristo (Rm 8.26-39). Ali também vemos que o Espírito Santo intercede (ora, fala com o Pai) por cada um daqueles que foram predestinados por Deus para a salvação. Ele nos informa que não sabemos orar como convém, como deve ser a oração aceita por Deus. Logo, entendemos que o cristão genuíno, embora não seja cortado da árvore frondosa da salvação, pode sim passar por momentos de fraqueza extrema, que até podem ser confusos. Quando o cristão se atenta para situações menores do que o amor de Deus, muitas vezes se abala.

Usando o texto de Romanos, podemos dizer que o cristão pode se deter nas tribulações, angústias, perseguições, fomes, nudez, perigos, espadas, alturas, profundidades, cuidados dessa vida, ou o medo da morte. Ao se prender nisso, muitas vezes se distancia da confiança de que é salvo. E deve ser restaurado em sua confiança, para obter júbilo, gratidão e santa expectativa da promessa se cumprindo, pois o Senhor preservará os seus salvos (Fp 1.6 e outros).

Se passamos por crises, busquemos então: Ler os textos bíblicos de Jo 3.16; Jo 3.36; Jo 6.37-40; Jo 10.27-30; Ef 2.8-10; Fp 2.13; Rm 8.26-39. Há outros.

Nas crises, sejamos humildes para orar ao Senhor, crendo na ação do Espírito Santo, pedindo que Ele seja paciente e amoroso, restaurando nossa mente e coração para desfrutarmos dEle e da certeza da salvação. Por fim, lembremos nossa alma que a salvação vem de Deus, e Ele não volta atrás na sua Palavra e nos seus atos.

Aleluia! Que o Senhor nos abençoe!

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ORAÇÕES QUE POUCOS DIZEM AMÉM.

Rev. Jefferson Marques Reinh

É verdade que, às vezes, o tempo fecha entre nossas vontades e a vontade do Senhor sobre nós. Não é incomum observarmos que a confissão de que Jesus é o Senhor nem sempre atinge o lugar que deveria ser o primeiro a ser atingido, e transformado, o nosso coração. Cantamos e declaramos que Jesus é o Senhor do Brasil, da nossa cidade, da história, mas nem sempre entendemos que essa declaração só tem sentido se Ele é Senhor da nossa questão mais íntima, dos nossos interesses, da nossa vontade, antes das questões externas a nós.

Pedro, o apóstolo, é um daqueles exemplos que nos colocam nos maiores apertos, pois ele demonstra muito de nós. Pedro ofereceu a maior declaração de um homem sobre Jesus, reconhecendo que Jesus operava os mesmos sinais do Deus altíssimo, então Jesus só poderia ser o “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.15). É a confissão sobre a qual repousa a autoridade da Igreja. Pouco depois, coração ainda quente por este episódio, Pedro, movido por um sentimento bem humano, fala uma palavra até bonita, cheia de sentimento, mas recebe uma das maiores repreensões de Jesus: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt 16.23).

Jesus é o grande holofote que mostra o que temos verdadeiramente no coração. E quando Ele orava percebemos nas suas palavras que Ele revelava os propósitos Trinitários para a redenção da criação, e percebemos também que muitas das suas orações dificilmente ouviriam um “amém” sonoro nos nossos dias. Vejamos: Mateus 6.9, o Senhor nos diz “orareis assim”, e na primeira frase da Oração do “Pai Nosso”, temos “santificado seja o teu Nome”.

Veja que Jesus nos ensina a termos o Nome do Senhor em alta conta, e separado de tudo que é comum. Mas vejamos como os cristãos usam o Nome do Senhor aos quatro ventos, mais como um talismã, uma superstição, mas não com o respeito e dignidade que merece. Logo depois vemos “venha o teu Reino, faça-se a Tua vontade”. Poucos dizem “amém” para essa frase, pois ela declara que abrimos mão do controle e entregamos tudo ao Senhor, e Ele faz o que quiser. Dizemos amém?

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Jesus nos leva a pedir o suficiente para viver, não a abundância, o acúmulo de bens. Simplicidade do Mestre, do Salvador, e a realidade de nosso trabalho está em ajuntar, fazer estoques, acumular mais e mais… mas e a oração de Jesus? Nem sempre dizemos amém.

Há outros exemplos. Mas o que quero compartilhar com você nessas linhas é que devemos compreender bem o que Jesus disse, o que Ele ensinou, o que Ele deixou de exemplo. Jesus nunca negociou com a vontade de Deus. E se dizemos amém para as orações do nosso Salvador, devemos estar prontos para declarar “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” (Mt 26.39).

Coragem!!! Que o Senhor nos ajude!!!

PERSEVERANÇA EM 2018.

Rev. Jefferson Marques Reinh

O mundo está cada vez mais rápido em sua fuga de Deus. As mídias estão trabalhando a todo vapor, toda força, para que a sociedade se volte para si mesma, e abandone definitivamente a percepção de que Deus está no nosso meio. Palavras da moda, como liquidez (sociedade líquida, sexualidade líquida) e tolerância (condescendência, ato de suportar, não necessariamente com alegria ou conforto) fazem com que as pessoas percam a habilidade de reflexão aprofundada sobre a vida e a eternidade, os valores mais primitivos do homem. Nossos dias são marcados pelo abandono da vida com Deus, e mais ainda, pela ira contra tudo que se diz de Deus.

Triste é ver esse comportamento, adentrando a Igreja. Vemos irmãos se fechando para o certo e o errado, e agora, num equivocado discurso de amor, procuram se misturar ao comportamento do mundo. A ideia é não “ofender”, não se tornar “indesejável”, não “espalhar o montinho”. E Jesus avisou há quase dois mil anos: “quem comigo não ajunta…”

O que fazer, irmãos? Tornarmo-nos uma Igreja simpática aos nossos dias, uma Igreja “líquida”, que toma a forma mundana e a sagrada, com um discurso bem gostoso ao ouvido moderno, uma prática mais social do que moral, mais amena ao mundo e bem distante da “velha” Bíblia? Deixar-nos vencer pelo desânimo dos crentes que não oram, não leem a Bíblia devocionalmente, não têm mais práticas de servos de Deus, mas buscam cada vez mais seus interesses particulares, abandonando gradativamente os valores do Reino?

Minha postura vai ao encontro das palavras de Paulo: “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12.11-15).

O que entendo é que nossa missão é perseverar e marchar, mesmo diante das crescentes pressões, e insistir naquilo que Jesus nos ensinou que seria o alimento e o refrigério para todo cristão verdadeiro – oração e estudo da Palavra. A oração contínua, fervorosa, apaixonada é a oportunidade de desabafo, de lavar a alma, de falar com o Soberano sobre nossos dias, nossas vidas.

Enquanto o cerceamento da voz da Igreja aumenta, a oração tem pista livre, portas abertas. Enquanto o mundo dá ouvidos aos funks, aos filósofos da Nova Era, às “drag queens” que se levantam contra tudo que se diz bíblico, o Cristão de firma na Revelação do Criador inclusive sobre nossos dias, nos quais o amor se esfria, os homens sentem coceiras nos ouvidos (1Tm 4.1-5; 2Tm 3.1-4.5).

Conclamo a você que lê (até isso tem sido abandonado), a se juntar com irmãos que decidem não se vingar, não se manter nas fileiras da ira, do abandono, da descrença, e sim perseverar na oração programada, e avançar no estudo da Palavra. Vamos lutar com o Senhor, ao lado dEle, não contra. 2018, um ano para avançar na Fé. O Senhor nos dará os frutos. Que o Senhor nos abençoe!!!

ESTAMOS PREPARADOS?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Observando os últimos eventos locais ou nacionais, fico me perguntando se estamos preparados para os ataques que a fé cristã genuína tem sofrido, e os que virá a sofrer. Quando o Papa romanista Francisco canoniza 30 novos santos do Brasil, no domingo passado, chamando-os de mártires, sendo que nem mesmo morreram por sua fé ou numa luta religiosa, e na mesma situação chama os calvinistas que estiveram no Brasil Holandês de assassinos, ou quando vemos a situação vexatória criada na Escola João XXIII por ocasião do dia da Criança, com confusão na Câmara de Vereadores, ou ainda o fogo cruzado em redes sociais na internet, me questiono sobre o quanto estamos mesmo ligados com nossa fé e aptos para defendê-la. Estamos preparados?

Os pais de crianças e adolescentes talvez enfrentem uma situação que nunca imaginaram. Ter que responder a seus filhos sobre os questionamentos de ideologia de gênero, pisando em terreno argiloso ainda, e ter que observar a escola de muito perto, por vezes dialogando com ela, discordando ou fortalecendo posições, e ainda convivendo com elogios por ser “mente aberta” ou com rótulos do tipo “retrógrado” ou “fóbico” em alguma medida. Estamos preparados?

O nosso país passa por uma terrível crise política. Estamos acéfalos, pois nosso presidente não tem outra agenda a não ser a luta por se manter no cargo, às custas de compra de favores das casas legisladoras com dinheiro destinado ao povo. Não há ações da presidência sobre nenhum assunto social, nenhuma intervenção efetiva quanto à violência, e o que assistimos é uma verdadeira luta social por poder, em vários níveis. Estamos no tempo em que o Supremo Tribunal Federal delegou aos senadores e deputados o poder de se blindarem contra a lei e contra o povo que os elegeu. O caso de um senador mineiro reflete já o que vem pela frente. Estamos preparados?

Quando Jesus esteve entre nós, numa de suas palavras sábias e muito afiadas, ele questiona: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.7,8). Estamos preparados para a justiça de Deus?

O apóstolo Paulo adverte: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” (2Tm 3.1-5). Estamos preparados?

A pergunta é uma só, e a situação também é uma só. Vivemos dias em que a Igreja tem sido seduzida, tem se encantado com a “liberdade” e a linguagem de amor que satanás tem semeado. Pouco ora, pouco vive a fé. E ainda tem se enfraquecido diante das pressões e das lutas. Estar preparado e se preparando é questão de sobrevivência da fé. Da sua, da minha, da nossa fé. Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

ELA É SALVA OU SALVADORA?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma heresia nunca é formulada e aceita da noite para o dia. Da incompreensão das Escrituras ou das manifestações satânicas, sendo ele o mestre do engano, o pai da mentira, surgem e se consolidam doutrinas contrárias à Palavra de Deus, e que corrompem e destroem a fé genuína em muitas vidas, separando-as do verdadeiro culto a Deus, ainda que lhes mantenha o prazer, a emoção e a devoção, mas numa divindade distante da Bíblia.

Da incompreensão da Igreja Cristã do quinto século quanto à pessoa de Cristo, e sendo a Igreja Cristã já a religião do Império Romano, surgiu uma grande e ofensiva heresia, que insiste em se repetir nos séculos seguintes, sendo reafirmada até os dias atuais.

No ano 431 d.C., na cidade de Éfeso, houve um concílio eclesiástico. Embora o assunto e o desejo fosse defender a fé da heresia nestoriana, que dividia a pessoa de Cristo em duas pessoas separadas, uma expressão daqueles dias abriu uma brecha para algo muito pernicioso entrar na vida da Igreja. Ao afirmar o nascimento virginal de Jesus, usou-se o termo grego “theotokos”, que significa “portadora de Deus”, ou em tradução mais livre “mãe de Deus”.

Embora Jesus de fato seja Deus, totalmente digno de glória e honra como tal, sua encarnação não torna Maria uma divindade. Porém, a Igreja passou, no princípio de forma mais contida, e posteriormente de forma mais ampla, a assumir certa devoção e adoração à Maria. Embora a Bíblia afirma que ela seja agraciada (Lc 1.28-30), a Igreja assumiu erroneamente a expressão “cheia de graça”, ou despenseira da graça, o que é uma prerrogativa divina.

A partir de então a Igreja Católica assumiu outros dogmas absurdos quanto à pessoa de Maria. As ideias não encontradas na Bíblia são: a reza “ave Maria” (1316), a imaculada conceição (1854), a sua virgindade perpétua, a co-redenção, a sua assunção corporal aos céus (1950), o título “Mãe de Deus”, e o culto a Maria. Tudo nasce da pergunta se Maria é salva ou é salvadora. Diz a Bíblia que ela precisou ser salva, pois a própria Maria o afirma: “o meu espírito exulta em Deus meu salvador” (Lc 1.47).

Na Reforma Protestante essa heresia foi combatida, e o texto de Atos 4.12 foi reafirmado. “Somente Cristo”, ou o Solus Christus foi e é um dos cinco pontos da Igreja Protestante no que diz respeito à Salvação. Nenhum outro é digno de ser reconhecido como Redentor. Porém, na Contra-Reforma, e em outros momentos, a Igreja Romana reafirmou Maria como Co-redentora, culminando com as várias expressões e nomes que remetem à “Rainha dos Céus”, como no Brasil, a Senhora Aparecida, celebrada em 12 de outubro.

O que afirmamos, como Reformados?

1) Que a veneração à Maria (hiperdulia) é uma afronta à Trindade (At 10.25, 26; Ap 22.8,9);

2) Que Só Jesus é digno de honra e adoração (Ex 20.3-5; At 4.12; Fp 2.9-11);

3) Que a Igreja Católica Apostólica Romana deve se arrepender dessa heresia, e voltar-se ao entendimento claro das Escrituras Sagradas.

SOLUS CHRISTUS!!!

QUEM VOCÊS DIZEM QUE EU SOU?

Rev. Jefferson Marques Reinh

“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.16,17).

Basta uma pequena investigação para observarmos o quanto o Nome de Jesus e sua pessoa é controverso nestes nossos dias. Quantos afirmam conhece-Lo, mas agem de forma a negar isso…

Algumas pessoas falam de Jesus como amor, embora não saibam como esse amor de fato seja percebido ou se aplica. Outras pessoas projetam esse amor num tipo de permissividade absurda, na qual Jesus se torna um espectador, que apenas advoga a plena aceitação de qualquer atitude, por mais bizarra e suja que se demonstra. E em nome do amor.

Outros ainda falam de Jesus como um mito, alguém que fora inventado para outorgar certo prestígio e autoridade à religião cristã. Alguns o tratam de forma distante, outros com palavras que parecem ser retiradas de um romance, com títulos apaixonados e afetivos, cheios de mel.

E nós, eu e você, quem afirmamos ser Jesus? Tal pergunta pode ser desdobrada: entendemos quem Ele é? Por que entendemos? E o que afirmamos, tem impacto em nossa conduta, nossa mente, nosso coração? Sim, porque, dependendo dessa compreensão, podemos concluir até mesmo que pouco ou nada compreendemos de Jesus, ou mentimos ao afirmar algo sobre seu Ser.

O discípulo Pedro afirmou algo bem distinto do pensamento comum de seus dias, sobre Jesus. Embora a compreensão comum é que Jesus fosse João Batista, ou Jeremias ou Elias, ou seja, um semelhante aos líderes admirados em Israel, Pedro afirma que Jesus era o Messias (ungido) e filho do Deus Vivo, a saber, o que realiza as obras de seu Pai. Essência e verdadeiramente Deus. Jesus o louva, e afirma que tal declaração viera por ação de Deus. Deus revelou a Pedro tal conclusão.

Isto faz que pensemos a respeito de nossas afirmações sobre Jesus. De onde procedem? De experiência, de apenas ouvir, de leituras soltas, ou de uma revelação vinda de Deus, a saber, sua Palavra e a testificação do Espírito Santo (Rm 8.16)? Mais ainda, afirmamos só de boca, ou nossos atos confirmam aquilo que dizemos a respeito de Jesus?

Verdadeiramente, nossos atos demonstram o que, e quem é Jesus para cada um de nós. Podem confirmar nosso entendimento, sendo verdadeiro no falar e no agir, mas podem contradizer, quando afirmamos, cantamos, proclamamos algo, mas nossas ações negam o que dizemos.

Pense nisso, pois nesse tempo tantos se dizem crentes, fiéis, amigos de Deus. Mas, seus atos derrubam tais palavras. Vivamos de tal forma, que nossas vidas de fato testifiquem que Jesus é o Filho do Deus Vivo! Sobre a declaração de Pedro, Jesus disse que edificaria sua Igreja. Mas, sobre nossas “declarações”, o que tem se estabelecido? Firmeza, crescimento, fé, salvação?

Pense nisso, e que o Senhor se alegre sobre nós!!!

QUASE DESVIARAM OS MEUS PÉS.

Rev. Jefferson Marques Reinh

O Cristão genuíno vive cercado de situações que o colocam em risco de cair. Observa pessoas desonestas se fartando, rindo e se regalando com os ganhos de atos sujos. Parece que “o crime compensa no Brasil”, como ouvi outro dia. A maldade está desenfreada. Parece que tudo joga contra.

De fato, o mundo joga contra a fé. Muito do que vemos no sistema moderno empurra para o abandono a Deus, e nos imprime o “faça-se feliz, pois é direito seu, não importa a quem doa”.

A rede de televisão mais poderosa do país inflama as pessoas com sua ideologia satânica (Is 5.20), na qual o ser humano pode mudar suas relações mais íntimas, suas premissas mais profundas, pode mutilar seu corpo e sua alma, e, de forma prática, dizer para Deus: “você errou ao me criar, por isso vou me ´corrigir´… E anda vemos muito crente torcendo para que a mocinha se torne mocinho, pois “o que importa é o amor”. Isso é amor? Segundo a Bíblia, não (1Co 13.4-7). Se o crente vive o mundo das novelas, seus pés vacilam.

No salmo 73, vemos Asafe, um crente fiel, fazendo essa confissão: “pouco faltou para que se desviassem os meus passos” (v.2). Ele confessa que invejava os arrogantes, pois para eles não há preocupações. Asafe mostra exatamente o mundo de hoje: culto ao corpo (v.4), vida movida a vaidades e sucesso (v.5-7); boca suja e piadas sem limites, inclusive contra Deus (v.8, 9); ampla aceitação e multidões de seguidores, como que lhes chancelando os atos de maldade. Asafe chegar a achar inútil viver sua fé em Deus (v.13). Será que você se identifica?

Onde Asafe se encontrou e retornou ao prumo? Quando entrou na presença de Deus, e viu o fim dos maus (v.17). Depois de conversar com Deus e ver que o Senhor irá trazer à tona todos os atos de todas as pessoas, Asafe se viu motivado a perseverar na justiça, na retidão, na santidade, no louvor a Deus, no caminho limpo. “Eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória (v.22-24).” E mais, ele se reconhece em ver que só o Senhor estava com ele: “Quem mais tenho eu?”

Deus fez com que seu servo se recobrasse e visse que o futuro daqueles que viram as costas para Deus é terrível. E assim como Asafe, não podemos nos acostumar com nossos dias, pois o Senhor trará sua justiça sobre todos, maus e bons. O tempo pode parecer difícil, mas o Senhor nos acalenta, e nos trará sempre sua bênção e consolo.

Quanto àqueles que zombam de Deus e de sua Palavra, que se arrependam, pois “os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos” (Sl 73.27,28).

VENCER AO RENDER-SE.

Rev. Jefferson Marques Reinh

Abraçar a fé cristã significa, entre muitas respostas, entrar numa jornada onde a regra fundamental é viver se rendendo. Render-se a Jesus Cristo, render-se à sua Palavra, render-se ao Espírito Santo e lutar contra as decepções que surgem à medida que vamos caminhando para a eternidade com Deus (Sl 37.4,5). A luta contra as dores e decepções também deve ser em rendição, não em revoltas. Esse pensamento tem sido enfraquecido nestes dias de autojustiça, autocomiseração. O pensamento do mundo tem tomado a mente da Igreja. Cuidado (Rm 12.1,2).

Como vencer o grito que cada vez mais se agiganta no peito, de dor, de raiva, de fúria, de revolta, e a ira que nos induz a fazer justiça com as próprias mãos, diante do caos que vai sedimentando ao nosso redor? Com rendição a Jesus Cristo, pois Ele nos deixou a “paz que excede todo entendimento”, e preciso aprender o que é viver tal paz. Além disso, preciso ter em mente que toda a minha justiça é enganosa e parcial também, e na verdade, meus atos de “justiça” irão ferir a outros, e isso não é função minha, é do Senhor. Talvez eu confunda vingança com justiça, e isso é terrível. É pecado.

Rendição significa entrega, estar desarmado, completamente à disposição daquele a quem se rende. Submisso a Cristo, à Bíblia, mesmo para sentir a dor e a decepção que possa surgir do ato de render-se. Render-se a Jesus Cristo significa ter o mesmo sentimento que Ele teve ao abrir mão de sua glória, seu poder, seu status, para ser um homem e, vivendo entre nós, passar pelas decepções, pelo desprezo, pela injustiça, pelo abandono, pela morte, mas ter a força de ressuscitar (Fp 2.5-11). Na entrega, Jesus se fortalece. Na nossa entrega, Ele nos fortalece.

A jornada do Cristão não pode ser de “apelações”, atalhos, “jeitinhos”. O Cristão verdadeiro aprende e joga de acordo com as regras. Ele não faz as regras. Apenas se rende e caminha. E Jesus o fortalece. Quando resolvemos agir fora da Palavra, e no nosso braço, o pecado tem oportunidade de entrar. Lembremos que nossas armas são espirituais (Ef 6.10-18).

Como aprender a se render? Jesus nos garantiu que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20). E isso significa que Ele está ao nosso lado, e seu Espírito habita em nós, e nos dias de maiores dores, ou mesmo de decepções, nós podemos deitar nossa cabeça dolorida em seus ombros, podemos ser abraçados, e podemos falar com Ele abertamente todas as nossas dores, medos e fraquezas. Jesus ouve nosso lamento, nos dá tempo de chorar, lavar o peito com lágrimas, mas depois nos diz: volte a caminhar. Ainda não chegamos em casa, mas estamos mais perto. Força, estou com você. Se render significa aprender a batalhar em oração (1Pe 5.6,7).

E por isso, só por isso, o Cristão verdadeiro continua a caminhar. Porque Jesus caminha conosco! Seja assim em sua vida, hoje e sempre.